Amigos, amigos

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Hey! Espero que gostem do capítulo.

Boa leitura!

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Cheguei em casa na noite de sexta-feira já pensando em conversar com Dahyun a respeito da "lista de suspeitos". O efeito do filme do Leandro Hassum havia passado rápido depois da conversa esquisita que tive com Sana.

Chae:

Mds, vc pode estar certa.

Eu estava pensativa e aérea desde o shopping. Era difícil assimilar o que acontecia, de repente qualquer um podia ser o culpado pela postagem do vídeo, mas nada que eu tinha era concreto o bastante para ter certeza. Eu queria evitar envolver Mina ainda mais naquilo, ela já tinha problemas demais.

Tomei uma ducha demorada e quente, o chuveiro é meu melhor amigo quando quero ter alguma ideia. Coitados dos meus pais, a conta de água não vai sair barata esse mês...

Me vesti sem pressa, mal pude perceber o olhar de minha melhor amiga sobre mim, até que eu já estivesse totalmente vestida (ou quase isso). Usei apenas um shorts de seda e uma blusa de alcinha, já que não pretendia sair. Roupas íntimas me incomodam para dormir, então nem pensei em colocá-las.

- Tá gostando, é? - Perguntei como se estivesse tirando sarro. Minari estava deitada na cama com os olhos fixos em mim.

- Na real, tava pensando o que é isso aí - A garota apontou para a tatuagem em minha clavícula, me fazendo abaixar a cabeça para olhar o local.

- Uma tatuagem - Dei de ombros.

- Eu sei que é uma tatuagem, mas como fez e não me contou, idiota?

- Não contei? - Pensei um pouco e percebi minha falha. - Achei que já tivesse visto. - Sério, não sei como ela não viu, passamos a semana juntas.

- Não. Quando fez? - Mina foi seca.

- Ahn... - Demorei a responder, me arrastando na cama até chegar ao lado de minha amiga. - No domingo.

Mina momentaneamente concordou com a cabeça e por alguns instantes pensei que esse assunto fosse acabar.

- Pera aí... Domingo? - Ela fez uma pausa para analisar a situação. - Com a menina da Chilli?

- A Sana. Você sabe o nome dela - Revirei os olhos. Odeio quando falam das pessoas como se não soubessem quem são.

- Que legal... - Isso foi sarcasmo. - Faz tatuagem e nem me conta, ainda por cima com uma menina que conhece a menos de um mês. Grande melhor amiga! - Eu e Mina sempre falamos que faríamos nossa primeira tatuagem juntas, pelo jeito ela levava isso a sério.

- Credo, que ciumenta! - Ri. - Me deu um beijinho e já tá assim? Sai. - Desculpa fazer piada de algo tão fodido, mas esse é o dom do idiota, né não?

- Cala a boca - Até ela riu. - Você que mal conheceu a menina e já tá apaixonadinha. Depois quer ser rainha de Nárnia.

Lá vem ela relembrar esse assunto, já fico com meu lado competitivo ferido por ter perdido a aposta.

- Não tô apaixonada, idiota - Dei um empurrãozinho em Mina.

- Logo tatua o nome dela também, de tão apaixonada - Provocou meio que cantarolando, o que me fez rir. Eu tenho a melhor amiga mais criança do mundo.

- Vai sonhando - Estava difícil ficar falando sobre a Sana, a cada palavra eu sentia um peso maior. Eu desejava que não fosse ela a culpada pela publicação do vídeo.

Estranhamente, nesse curto espaço de tempo, a morena havia se tornado uma pessoa importante para mim. Não era uma paixão, antes que alguém leve a sério o que Mina fala... Era só um tipo de conexão.

- Admito que gostei - Devo ter feito uma cara de confusa. Gostou de que? - "Permita-se" - Mina leu a tatuagem em minha clavícula, me fazendo sorrir.

"Permita-se" é uma frase tão ampla... No momento em que escolhi, estava pensando em algo como "me permitir viver aventuras", sabe? Fazer coisas que eu quero sem ligar para a opinião dos outros, afinal, era minha primeira tatuagem e com pessoas que eu mal conhecia, sem ter planejamento nenhum. Eu "me permiti" aquilo.

Parando para pensar, "permita-se" é a frase da minha vida, principalmente em relação à sexualidade. É preciso "permitir-se".

Mina deitou a cabeça sobre meu ombro, então pude sentir seu cheiro suave e adocicado. Eu havia dado aquele perfume à ela alguns anos atrás, era impossível não reconhecer, pois praticamente virou a marca da garota. Devo confessar que também é um dos meus cheiros favoritos, o que me levou a colar o rosto nos cabelos da menina.

Mina tocou minha pele com delicadeza numa parte bem próxima a minha nova tatuagem. Ela usou apenas o dedo indicador para deslizar vagarosamente a alça de minha blusa e fazê-la cair pelo meu ombro. Mesmo sendo fina, a alça pegava uma pequena parte da frase em minha clavícula que agora estava totalmente a mostra. Só então a garota sentiu-se livre para correr carinhosamente seus dedos pela minha tatuagem. Não dá para negar a sensação que aquilo me causava. Pude sentir os pelos em minha nuca se arrepiarem, fazendo com que eu afundasse ainda mais meu nariz nos cabelos de minha amiga.

Passei minha mão esquerda por trás das costas de Mina e segurei em sua cintura, dando uma apertadinha. Ela poderia interpretar aquilo como quisesse.

Sua mão quente e macia já estava completamente sobre minha pele e passou a ser deslizada para o meu pescoço, ganhando certa intensidade. Quando desceu, foi direto para baixo do tecido de minha blusa. Por um momento acreditei que chegaria até meus seios, mas parou um pouco a cima disso. Umedeci os lábios, um tanto frustrada, desejando que aquilo continuasse.

Mina levantou levemente a cabeça para me olhar, nossos rostos estavam a poucos centímetros um do outro, me permitindo sentir o calor de sua respiração. Encarei seus olhos por alguns segundos, eles pareciam ter um tom verde um pouco mais vivo do que o normal, mas estavam brilhantes como sempre. Não pude evitar que meu olhar descesse para os lábios da garota e nesse momento imaginei como seria tocá-los novamente.

Depositei minha mão sobre o rosto de Mina com leveza e passei meu dedão com cuidado pelo seu lábio inferior, era macio como na noite em que nos beijamos. Ela fechou os olhos e pude notar que respirava fundo, porém o fazia tão devagar que se tornava quase imperceptível. Fui tomada por uma onda de desejo, queria beijá-la até que me faltasse ar, queria sentir seu corpo em contato com o meu, apenas nós duas, sem ninguém olhando, sem ninguém que pudesse gravar...

Girl Meet Girl • TwiceOnde as histórias ganham vida. Descobre agora