Cara de palhaça

468 81 34
                                    

O choro é livre, pessoal 💕🤙

Boa leitura!!!

___________

Era segunda-feira e eu levantei sem ter certeza se havia conseguido dormir. Lembrava de ter me revirado na cama por horas, pegando o celular a cada 15 minutos na esperança de Mina ter me desbloqueado no WhatsApp, quando meu despertador tocou, indicando que era hora de me arrumar para a aula, essa foi novamente a primeira coisa que fiz.

Peguei o ônibus como sempre, minha cabeça ainda doía pela quantidade que chorei e pela falta de sono, mas eu estava mais preocupada em imaginar como eu passaria a minha manhã caso Mina realmente não voltasse a falar comigo. Eu conversava com muita gente, principalmente mulheres, e também não tinha dificuldades em fazer amizades, no entanto, por anos Mina fora a única que eu de fato quis ao meu lado.

Encontrei Sana sentada logo nos primeiros bancos do ônibus, agora nosso lugar era ali, já que se não fôssemos até lá, Dubu também não iria até nós, portanto nos vimos meio que obrigadas a mudar de lugar para tentar sustentar a "amizade".

Sentei-me ao lado da morena, que, antes de dizer qualquer coisa, me recebeu com um abraço afetuoso.

- Obrigada. - Eu disse, olhando-a nos olhos. - Eu nunca vou esquecer do que fez por mim. - Sana se preocupara em cuidar de mim com toda a cautela do mundo, mesmo já tendo outras coisas com que se importar.

Ela apenas balançou a cabeça em resposta, como se me dissesse que eu não precisava agradecer.

- Como será que vai ser hoje? - Suspirei.

- Você vai ficar bem. - Sana respondeu após alguns instantes, tentando elevar meu astral.

- E se eu não ficar?

- Bom, isso você vai descobrir ao longo do dia. - Pegou minha mão, depositando um pequeno beijo nas costas da mesma. - Não antecipe as coisas.

Quando Dubu entrou pela catraca, seu olhar se demorou em mim, coisa que não acontecia há tempos. Eu havia tentado usar maquiagem para disfarçar meu rosto inchado e, assim, evitar perguntas e teorias indesejadas. Por mais que eu não estivesse com a expressão mais feliz do mundo, fiquei impressionada que Dubu tivesse notado algo diferente em mim tão rapidamente.

- Aconteceu alguma coisa? - Olhou de mim para Sana, parecendo preocupada.

- Por que acha isso? - Questionei, franzindo o cenho.

- A cor dos seus olhos. - Apontou. - Muda quando você não tá bem.

Acertou. Era verdade. Meus olhos pareciam mudar de acordo com o meu humor, principalmente quando eu chorava muito, mas eu não fazia ideia de que ela pudesse ter percebido isso.

- A Mina e eu brigamos feio... - Revelei logo, omitir aquilo não faria as coisas melhorarem.

- Feio? Feio quanto? - Quis saber.

- Ela terminou comigo. - Dei de ombros, evitando deixar transparecer minha tristeza.

- É sério isso? - Olhou para Sana procurando confirmação. - Mas... Ela tinha me dito... - Interrompeu a própria fala. - Vocês pareciam tão bem.

- Pois é, eu também achei que estávamos. - Jamais achei que terminaríamos por um motivo como aqueles. Uma mentira antiga não deveria vir à tona e causar um estrago tão grande no nosso relacionamento.

Dahyun, pela primeira vez após sua repentina devoção à religião, fez questão de conversar comigo ao longo de todo o caminho de ônibus. Ela não fez perguntas inoportunas, pelo contrário, uniu-se à Sana na tentativa de me animar.

Girl Meet Girl • TwiceWhere stories live. Discover now