Toda a verdade

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Eu tinha tirado o dia seguinte de folga de tudo aquilo, não me senti apronta para ver ninguém, além de Justin e Grace. A cachorrinha me animava, já que Justin tinha medo de me machucar ainda mais falando qualquer coisa. Me sentia como uma boneca de porcelana que ele tinha medo de quebrar se tocasse, mas era culpa minha. Eu tinha projetado essa imagem de mim na grande noite.

Já tínhamos tomado café da manhã. Eu estava me preparando para ver todos, na cobertura do hotel.

Levei Grace para ser uma distração no meio de toda a confusão que estava por vim.

Vi que todos já estavam ali, andei lentamente até perto do pessoal. Alguns se levantaram e eu vi que Nicolas não estava ali.

—Bom, vamos logo com isso. — falei puxando uma poltrona para sentar, soltei Grace para que ela corresse pelo lugar. Os seguranças estavam na porta e por isso sabia que ela não iria fugir.

Observei minha mãe, que usava algemas, a imagem pesou em meu coração, me fazendo querer chorar. Encolhi meus braços naquela poltrona desviando o olhar dela. Ninguém parecia querer falar primeiro.

—Sua mãe, Eva, confessou ontem após sua batalha com Addison, que ela a roubou de nosso palácio. Ela nos contou que esperou a madrugada para leva-la, já que as rondas dos soldados eram menores. Com a ajuda de um namorado ela conseguiu um corpo e que o namorado, legista, a declarasse morta. Enquanto ela fugia para o país vizinho, com você. — Mason falou olhando para o céu, ele não nos conseguia olhar, sua voz era áspera, transbordando o ódio que ele sentia de tudo isso.

—Por que? — foi tudo que eu consegui dizer, Eva me olhou sem dizer nada.

—Ela disse que queria uma filha. — foi o que Mason falou, balancei a cabeça negativamente.

—Não faz sentido. — disse me levantando.

—Não! — Eva gritou se afastando das minhas mãos que estava pronta para irem em sua cabeça. Travei o maxilar sem paciência para isso.

A puxei com magia e a fiz sentar, deixando a presa na cadeira, coloquei minhas mãos em sua cabeça viajando pela sua memória como tinha feito antes. Segui do momento em que ela saiu do palácio. Ela foi para uma casa estranha, lembrava a da floresta que era do Brian. Ela colocou o bebê na cama e um cara saiu do banheiro. Eu já tinha visto ele, quando era criança, ele vivia na nossa casa. Engoli a seco. Então, ela falou:

—Consegui, ela está aqui! — a voz de Eva soou me fazendo arrepiar.

—Vamos manter o plano, meio dia mandamos o pedido de resgate. — cara falou.

Ela ficava olhando para o bebê por bastante tempo, ate que o cara tirou fotos da bebê, amarram seus braços e pernas.

Soltei sua cabeça engolindo a seco.

—Ela ia pedir um resgate. — falei com a voz baixa. — Por que você... — parei de falar e então soltei o ar lentamente, sabendo que ela não ia me responder, voltei a sua cabeça.

O cara tinha saído, deixado Eva e o bebê a sos na casa. O bebê começou a chorar e no desespero Eva a colocou em seu peito, só assim ela parou de chorar. As pequenas mãos do bebê pousaram dos lados de Eva e então uma luz brilhou, eu a conhecia. Soltei sua cabeça novamente.

—Ela estava doente, queria dinheiro provavelmente para o tratamento... Mas eu a curei. — disse indo me sentar. — Por isso, você sempre pedia para que eu fizesse a magia. Por um longo tempo da minha infância, você absorveu minha magia. Era medo de voltar a ficar doente? — as lagrimas desceram, fitei um ponto naquele céu azul.

Choices of the heart 3 - A princesa perdidaWhere stories live. Discover now