Capítulo 47

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Havia se passado algum tempo depois do pedido de casamento que o Brayan me fez. Eu confesso que em momento algum esperava por isto. Eu fui surpreendida e aceitei. Só eu e ele sabemos a evolução que tivemos um com o outro. Eu o amo com todas as forças que existem em mim e estava totalmente pronta para ser sua mulher.

Minha barriga já estava bem visível, afinal eu já estava com cinco meses. Combinamos que só iríamos casar após o nascimento do bebê. Eu tenho uma grande paranóia sobre escolher o vestido e na hora ele não servir por eu estar maior. Já estava na metade da gravidez e eu já havia engordado uns quilinhos e sabia que era pelo fato de eu estar comendo a todo momento. Como estou fazendo agora enquanto Anna dirige em direção a clínica. Hoje era o dia em que eu iria fazer uma ultrassom para ver o sexo do bebê e saber se estava tudo bem. Como o Brayan não pode vir comigo por conta de uma viagem a trabalho que ele fez está manhã e só volta a noite, resolvi chamar a Anna.

- Você vai explodir se não parar de ingerir essa grande caloria de gordura. - Ela fala enquanto olha com cara de nojo para o meu hambúrguer.

- Faça o favor de cuidar do seu corpo, que eu cuido do meu. - Respondo enquanto dou mais uma mordida nele.

Ela dá de ombros e sorri logo em seguida estacionando em uma vaga. Tiro meu cinto e desço do carro logo em seguida. Mal consigo terminar de comer meu hambúrguer e rapidamente sinto um líquido amargo subir pela minha garganta. Vou correndo em direção a uma enorme lixeira e vômito ali mesmo.

- Me lembre de nunca mais engravidar. - Reclamo enquanto limpo minha boca.

- Isso tem acontecido com frequência, não acha? Ontem você vomitou todo o carpete do carro do Brayan. - Ela gargalhou. - Ele te mataria se você não fosse o amor da vida dele.

Olho seriamente para a loira e lhe aponto o dedo do meio. Ela sorri e me puxa em direção a clínica logo em seguida. Após alguns minutos na sala de espera, o moço anúncia que já estava na minha vez. Entramos na sala e logo somos recebidas pela médica.

- Está pronta para ver como anda esta gestação? - A mulher pergunta enquanto me ajuda a deitar na grande cama que havia ali. Dou um sorriso e balanço a cabeça positivamente.

Ela coloca uma luva descartável em suas mãos e em seguida sobe minha blusa bem para cima, depois ela pega um tipo de gel e passa por toda região da minha barriga. Olho em direção a Anna e a loira roía suas unhas freneticamente. Provavelmente ela deveria estar ansiosa como eu. Sinto a mulher passar aquele aparelho gelado em minha barriga enquanto analisava a tela em sua frente. Ela fica por alguns minutos sem falar nada e isso me deixa com um certo desconforto.

- Está tudo bem com a criança, não é? - Pergunto já pensando que algo de ruim possa ter acontecido.

- Então Maria Eduarda.. - Ela sorri em meio a suas palavras e eu fico totalmente confusa. - Suas meninas estão completamente bem.

Sinto todo meu corpo congelar ao ouvir suas palavras. Em momento algum eu cogitei a possibilidade de ter gêmeas. Eu não sabia se ficava feliz ou triste por saber que teria um trabalho dobrado agora. Olho para a Anna mais uma vez e seus olhos estavam cheio de lágrimas. Acabo não me contendo e chorando junto com ela.

- Eu vou ter gêmeas, é isso? - Pergunto em meio ao choro, ainda desacreditada.

- Sim. - Ela responde em meio ao sorriso.

Eu não fazia ideia de como iria contar aos meus país e principalmente ao Brayan que iríamos ter duas meninas. Eu estava totalmente confusa em relação a essa notícia e iria pensar muito sobre isto ainda.

Terminamos de fazer a ultrassom e em seguida ela me explica mais algumas coisas sobre a gravidez, principalmente sobre os meus enjôos serem em dobro. Agora estava bem claro para mim o por que a minha barriga estava enorme e o por que eu vomitava tanto. Assim que saímos da sala da médica, caminho rapidamente em direção ao carro sem dizer uma palavra se quer.

- Não me diga que não ficou feliz. - Escuto Anna falar enquanto entra no carro. Olho para a garota ao meu lado ainda apavorada.

- Eu estou, apenas não sei como contar ao seu irmão. - Respondo sem tirar os olhos da loira. - E se ele não me quiser mais? - Pergunto.

Confesso que durante a gravidez eu comecei a desenvolver alguns tipos de sentimentos diferentes. Eu chorava a todo momento, eu comia a todo momento, eu pensava na possibilidade do Brayan me largar a todo momento, eu me achava gorda a todo momento e para completar eu surtava a todo momento pois minhas roupas mal cabiam em mim.

- Você para de ser surtada, Maria Eduarda. - Ela responde em meio a risada e logo liga o carro.

Após alguns minutos ela me deixa em casa e da partida para o seu trabalho. Sim, a Anna estava fazendo estágio com uma psicóloga. Eu ficava tão feliz em ver ela fazendo o que ama. Ela é uma das pessoas que eu mais tirei tempo para desabafar durante a gravidez. Em poucos meses as coisas já haviam mudado. Anna estava morando com o Edu em um apartamento que eles compraram, a Nanda e o Arthur estavam morando juntos também e a Stella estava iniciando um namoro com o Vitor.. Isso mesmo, o Vitor. Ele o Brayan haviam se acertado e acabaram virando até amigos. Eu e o Brayan ainda estávamos morando com meus pais, mas não por muito tempo, estávamos na procura de um apartamento para nos mudarmos. E por fim, não menos importante, eu finalmente já havia voltado para meu trabalho, mas hoje estava de folga. Eu fico totalmente encantada em ver o quanto minha vida havia mudado.

Pego a chave na minha mochila e entro em casa logo em seguida. Não havia ninguém além de mim e a Lily, que é uma cachorrinha que o Brayan me deu de presente. Rapidamente ela vem até mim abanando seu rabo peludo e eu lhe pego no colo.

- Deixaram você sem comida meu amor? - Falo com a mesma enquanto faço carinho em sua cabeça. Vou até a dispensa onde ficava o saco de ração e coloco um pouco em seu pote. Rapidamente ela pula do meu colo e começa a comer. - Eu já disse que amo muito você? Sabia que você vai ganhar duas irmãzinhas? - Falo imitando aquela voz fina que fazíamos ao falar com os animais.

- Você disse que vai ter duas meninas? - Escuto uma voz atrás de mim e congelo por saber exatamente quem era. Seu corpo se aproxima do meu e eu me viro rapidamente.

- Eu pensei que.. você estivesse viajando. - Falo tentando mudar o assunto. Eu não sabia como ele iria reagir ao saber.

- Eu voltei mais cedo. - Ele responde indiferente. - Não pense em mudar de assunto, Maria Eduarda.

Desvio meu olhar do seu e engulo seco. Ele precisava e ia saber, seja agora ou depois. Volto a olhar em seu rosto e esqueço a noção de tempo ao me perder em suas sardas e seu cabelo bagunçado. Como ele conseguia ser tão lindo?

- Então.. - Mexo em uma mecha de cabelo meu. - Você vai ser pai de duas meninas. - Falo rapidamente e volto a encarar o chão.

Por alguns segundos o silêncio toma conta e eu já começo a pensar que ele não havia gostado da notícia, mas rapidamente vejo ele vir até mim e me abraçar fortemente.

- Caralho morena, você me faz ser o cara mais feliz do mundo a cada dia que acordo e te vejo em meu lado. - Ele faça enquanto roça seu rosto em meio aos meus cabelos.

Mal consigo responder e já sinto as lágrimas caírem. Eu odiava ter ficado tão frágil. Antigamente eu mal chorava e agora choro por tudo. A vida de uma gestante não é nada fácil.

- Eu te amo, meu amor. - Sussurro em meio ao nosso abraço.

Rapidamente ele me pega no colo e começa a subir as escadas. Dou risada ao ver sua empolgação e fico encantada ao ver o homem maravilhoso com quem eu iria me casar. Em seguida ele entra no quarto e me coloca sobre a cama.

- O que você está fazendo? - Pergunto sem conseguir conter o riso enquanto ele tirava minha bota.

- Não vamos sair do quarto por nada hoje. - Ele fala e se deita ao meu lado em seguida. - Você vai ficar aqui e vai me deixar cuidar das três mulheres da minha vida.

Escuto suas palavras e não consigo evitar uma gargalhada. Ele desliza sua mão em meu ombro e desce até minha barriga. Ele fica por um tempo acariciando ela e eu não perco tempo em me ajeitar em seu ombro. Entrelaço minha mão na sua e acabo pegando no sono com o carinho que o loiro fazia alí. Se isso fosse um sonho eu iria querer que não me acordassem jamais.

Amar ou odiar ? | Edição única |Onde as histórias ganham vida. Descobre agora