Capítulo 09

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A garrafa insiste em parar em mim novamente. Reviro os olhos ao ver um sorriso malicioso surgir no rosto de Anna, que durante o jogo se revelou não ser a santa que parece. Já aviamos feito alguns desafios e bebido quase toda vodka. Eu fui a que mais bebeu e exatamente por isso eu já estava meio tonta.

- Verdade ou desafio? - A voz da loira saiu rouca por conta da bebida.

- Desafio. - Eu já havia escolhido verdade algumas vezes, portanto agora queria esquentar a brincadeira. A loira riu ao ouvir minha resposta.

- Maria Eduarda, eu te desafio a levantar e beijar a pessoa que você mais se sente atraída nesta roda.

Balanço a cabeça em negação e dou uma risada debochada ao perceber o que a loira queria fazer. Eu já estava sendo controlada pelo álcool, já havia perdido toda a dignidade nesta noite, então, nada mais me restava. Me movo lentamente até o loiro a minha frente e puxo o mesmo pela gola de sua camisa, passo minhas mãos em volta de seu pescoço e beijo o mesmo, que retribui em seguida aprofundando e deixando mais quente e rápido o beijo. Após alguns minutos o ar nos falta e interrompemos o beijo. Olho em volta e acabo de perceber a merda que eu tinha feito, a Nanda não estava mais alí. Levanto rapidamente para ir procurar minha amiga mas a Anna me impede.

- Ela precisava saber Duda. - Dou uma risada falsa ao ouvir sua voz.

- Jura Anna? Ela precisava, mas não desta forma. - Tento levantar, mas a mesma me impede novamente.

- Ela precisa de um tempo Eduarda, amanhã vocês conversam.

- Tudo bem Anna, mas esse jogo acabou.

Levanto e vou em direção ao meu quarto, sinto alguém me seguindo e viro rapidamente, podendo visualizar o loiro parado em minha frente. Como ele podia ser tão lindo e ainda assim ser um problema em minha vida? A forma como ele sorria e mexia em seu cabelo, me deixava totalmente atraída por ele. Mas eu precisava lembrar que ele era alguém que estava prestes a fuder a minha vida.

- Sinceramente Brayan, agora não é hora pra isso. - Falei rapidamente e o mesmo se aproximou lentamente passando o polegar em minha bochecha logo em seguida.

- Eu só vim dar boa noite antes de ir embora Eduarda. - Fiz uma expressão confusa ao ouvir a sua resposta. Olhei em meu celular e vi que já eram 2:45 da madrugada.

- Você não vai sair essa hora Brayan, qual é, relaxa, não precisa ir embora só por que isso aconteceu. - O loiro abaixou a cabeça e pude sentir uma tristeza vinda dele. - Qual é o problema Brayan?

- Eu gosto da Nanda, não como algo mais, na amizade  mesmo a Anna sabia e fez isso, sabendo o quanto a gente já tinha bebido, e ela ainda assim fez. - Olhei para o loiro em minha frente por alguns segundos e me aproximei.

- Já pensou no fato de que ela também pode ter sido afetada pela álcool? Todo mundo faz merda quando bebe Brayan, relaxa. - Dei um sorriso para o loiro e o mesmo fez uma careta que me fez rir logo em seguida.

- Por que não tá fugindo de mim agora? Agora eu não sou mais babaca? - Reviro os olhos ao ouvir suas palavras e me afasto.

- Você ainda é o mesmo babaca que eu conheci, apenas estou te tolerando pelo efeito do álcool, e não se esqueça, temos algo a limpar no meu quarto.

Virei as costa e sai em direção ao meu quarto. Eu não estava nem aí para a Nanda. Não que eu não ame ela, ou algo do tipo, eu a amo demais. Mas ela sempre foi assim, eu sempre tive que largar tudo o que eu queria por conta dela querer o mesmo, as pessoas, tudo. Eu sempre coloquei ela em primeiro lugar, eu deixava as pessoas por conta dela e isso não iria se repetir. Eu precisava me colocar em primeiro lugar uma única vez, e eu estáva prestes a fazer isso agora.

Me desligo dos meus pensamentos quando o loiro entra no meu quarto com uma vassoura em suas mãos.

- O que tá esperando para começar a varrer essa merda que você quebrou?

- Eu quebrei Maria Eduarda? - O loiro falava enquanto dava uma risada safada. Eu precisava me controlar.

- Sim, você me empurrou Brayan, não se esqueça. - O loiro revira os olhos e começa a varrer.

Sento em minha cama em forma de borboleta e fico analisando o loiro o tempo inteiro. Ele lutava para conseguir por os cacos de vidro na lixeira, algo que me fez rir.

- O que foi dessa vez? - O loiro falou seriamente enquanto me olhava, foi aí que começei a gargalhar.

- Vem cá, deixa eu te ajudar, tu é péssimo nisso. - Falei em meio os risos, indo até ele. - Deixa eu te mostrar.

Peguei em suas mãos e guiei exatamente na forma como ele deveria fazer. Assim que termino, sinto o mesmo dar uma leve mordida no lóbulo da minha orelha, já que eu estava em sua frente.

- Quer fazer o favor de parar? - Falei baixo enquanto tentava me controlar. O loiro passou a mão por trás do meu cabelo e puxou levemente.

- Eu nem comecei ainda, morena. - Sinto minha pele arrepiar ao sentir sua boca tão próxima da minha orelha. Reviro os olhos e tento afastar cada pensamento impuro.

O loiro começa a passar sua mão por toda região das minhas costas até chegar no início do meu short. Ele dá um puxão de leve, fazendo o meu corpo ficar mais preso ao seu. Viro delicadamente de frente para o loiro e encosto seu rosto no meu. Fecho os olhos e por um segundo é como se não tivesse mais nada em nossa volta. Dou um sorriso e logo consigo sentir os lábios do loiro se juntando aos meus. Nossas línguas ficavam em perfeita sintonia como se tivessem sido feitas uma para a outra. Passo minhas mãos em volta do pescoço do loiro e vou puxando ele lentamente em direção a minha cama. O loiro interrompe rapidamente, algo que me deixa surpresa.

- Tem certeza? - O loiro fala enquanto me olha atentamente.

- Certeza? Eu só queria dormisse comigo Brayan, não transar, eu não sou a Nanda e muito menos a Jade. - Me solto dele e bufo irritada. - Seu colchão tá esperando lá em baixo Brayan.

- Qual foi Eduarda? eu só.. - Não deixo o loiro terminar de falar e lhe interrompo.

- Vai agora Brayan, por favor, as vezes eu esqueço o babaca que você é, mas aí tu sempre faz eu me lembrar novamente. - Reviro os olhos e empurro o mesmo para fora do quarto, trancando a porta logo em seguida.

Como ele poderia achar que eu iria transar com ele? Não que eu tenha algo contra quem transa tão rapidamente assim, mas eu tô longe disso, ainda mais com o Brayan. Ele é arrogante, chato, babaca, idiota e um puta de um galinha. Eu não posso cair na dele, isso não significa que eu não deva aproveitar, apenas não devo nunca me apaixonar.

Escuto uma notificação chegar em meu celular e posso ver um número estranho na tela. Reviro os olhos ao já saber quem era. Abro e leio a seguinte mensagem.

Brayan: Eu ainda estou parado na sua porta, abre Maria. ( 3:09 AM)

Reviro os olhos e deixo um sorriso aparecer em meu rosto. Abro a porta lentamente e vejo o loiro encostado na parede.

- Quase não abri a porta, só por que me chamou de Maria. - Dei um tapa em seu braço e cruzei os braços. - Não me chama assim.

O mesmo veio rapidamente e me abraçou em seguida dando um cheiro em meu pescoço. Mordi meus lábios tentando me conter e dei um selinho no mesmo.

- Eu não sei a merda que eu tô fazendo em deixar você dormir aqui, mas vamos apenas dormir, eu só sei que quando acordar o álcool vai ter acabado e eu irei me arrepender.

O mesmo concordou e entrou logo em seguida se jogando em minha cama. Vou até o banheiro e faço minhas higiênes. Após alguns minutos em frente ao espelho, decido tomar um banho rápido, apenas de corpo. Depois de alguns minutos eu visto um pijama e volto ao meu quarto. Vejo que o loiro já havia pegado no sono. Me deito devagar em seu lado com medo de acordar o mesmo. Me ajeito em seu lado e puxo uma coberta para nós dois, logo o loiro se mexe em meu lado e puxa o meu corpo contra o seu, eu já tinha dormido com o Arthur na sala, então, não é nada demais dormir com o Brayan. Reviro os olhos ao saber que eu estava deixando esse problema entrar na minha vida, talvez até já tenha entrado e eu não tenha percebido. Começo a passar minha mão no cabelo do loiro, até pegar no sono.

Amar ou odiar ? | Edição única |Onde as histórias ganham vida. Descobre agora