Amar ou odiar ? | Edição única |

Capítulo 14

Abro meus olhos lentamente e sinto minha cabeça explodir de dor, como se algo me tivesse sido arremessado. Olho em volta e percebo não estar em casa e muito menos em algum lugar que eu conheça. Inalo todo o cheiro forte à bebida e a cigarro e lembro o lugar onde estou, na festa. Levando rapidamente da cama em que estava jogada e vou correndo em direção a porta cambaleando pelo fato da tontura. Puxo o ar várias vezes que parece não vir. Tento abrir a porta mas sem sucesso. Começo a ficar em pânico e puxar a maçaneta várias vezes com força. Até ouvir um barulho vir do banheiro. Dou passos leves e silenciosos em direção do mesmo até conseguir enxergar os fios loiros de Brayan.

- Eu não sabia que você tinha tanto pânico de lugar fechado assim Eduarda. - O loiro fala enquanto me analisa.

Me sento na cama rapidamente tentando digerir o que havia acontecido. Coloco a mão no peito e deixo minha respiração aliviada transbordar para fora dos meus pulmões.

- O que aconteceu?

- Você realmente não lembra? - Balanço a cabeça em negação ao ouvir o loiro.

- Eu lembro de quando chegamos aqui, lembro de quando entramos, mas se quer me lembro do resto. - O loiro conseguia sentir todo o medo que havia em mim. Se senta calmamente em meu lado e encosta minha cabeça em seu ombro.

- Nós fomos até o bar, eu servi uma bebida para a gente beber e logo depois disso você apagou, simplesmente do nada. - Ao ouvir as palavras do loiro tudo começa a surgir em minha mente. Levanto em passos rápidos e sinto todo meu nervosismo voltar. Ando de um lado ao outro sem parar. Eu precisava sair daqui.

- Eu preciso que me tire daqui agora! - Minha voz soava apavorada e o loiro em minha frente começa a ficar nervoso.

- O que tá acontecendo? - Ouvi o loiro falar e sinto preocupação em suas palavras.

- Você não viu? - Falei fazendo uma expressão confusa.

- O que eu deveria ter visto Maria Eduarda? - O loiro fala com seu tom de voz mais alto.

Volto a andar rapidamente em todo quarto. Sinto todo o pânico tomar conta do meu corpo. Eu não podia evitar, eu não conseguia me controlar. Começo a roer minhas unhas frenéticamente, eu sabia que me arrependeria no dia seguinte. O loiro vem até mim e me puxa fortemente por um dos meus braços, fazendo meu corpo ficar preso ao seu.

- Eduarda, se acalma, eu preciso que me conte o que está acontecendo mina, assim fica difícil. - Ao mesmo tempo que ele tentava me acalmar, acabava ficando mais apreensivo.

- O garoto Brayan, o garoto que chegou e colocou a mão em meu ombro.. o garoto Brayan, ele, ele... - Nesse momento eu não conseguia fazer mais nada além de deixar minha lágrimas rolarem. Eu estava apavorada, em estado de choque. Como ele havia voltado?

O loiro me abraça forte com um de seus braços e com o outro tira o celular de seu bolso e após alguns segundos inicia uma chamada com alguém que eu não me permito saber quem é. Após alguns minutos o loiro destranca a porta e a Nanda entra rapidamente pela mesma. Eu continuava parada, apenas observando o movimento dos dois. A ruiva logo vem até mim e olha em meus olhos.

- Maria, olha para mim! - Suas mãos chegam até meu rosto e me sacodem rapidamente. - Quem voltou? Me conta!

- Eithan! - Apenas um nome saiu dos meus lábios e a mesma congelou. A ruiva se virou para o loiro que olhava sem entender.

- Ela precisa sair agora dessa casa! Eu explico no caminho. - Nanda termina de falar e me puxa pelo braço, me arrastando o caminho todo em meio às pessoas. Tudo girava em minha cabeça. O meu inferno havia voltado. Olho atrás de mim e vejo o loiro nos seguindo. Suspiro aliviada por saber que podia contar com ele.