28 • Aquela piscada fatal.

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- Oferta final! Oferta final fresquinha, saindo do forno agora mesmo! - eu empurrei a porta do quarto do Hans com o bumbum, enquanto segurava uma bandeja de café da manhã nas mãos (ovos queimados, bacon fora da validade e torradas com mofo). - Tá legal. Eu faço seu café da manhã durantes dois meses, arrumo a casa e arranjo um emprego melhor! Tem oferta melhor do que essa? Claro que não, impossível recusar.

Hans me olhou de lado e sorriu, mas voltou a arrumar suas roupas fedidas dentro da mala.

- Muito obrigado, mas vou recusar, Mad. Você vai ficar em Seul com seus amigos.

- Mas papai! - eu resmunguei, deixando a bandeja de lado. - Por favor? Qual seu problema? Por que você vai me deixar com sete garotos sem neurônios?

- Eles são ótimos garotos, seus ídolos por acaso, meus amigos. Seu argumento será inválido.

- Em minha defesa, eles disseram que a Antártida fica na América do Sul. Você ainda os acha uma boa companhia? - arqueei as sobrancelhas.

- Sim, claro.

Eu joguei os braços para o ar e bufei.

- HANS HARRISON! E se eu te der motivos?

- Pode começar. - deu de ombros, fechando a mala e se sentando na beirada da cama para me ouvir com uma careta.

- Eu sou - nunca pensei que fosse falar isso pra você, mas é preciso - apaixonada por aqueles garotos. Eu perco todos os meus órgãos quando um deles sorri! Você tem noção do quanto eu me controlo? E então você vai me deixar aqui por dias só com eles.

Apontei o dedo para a cara de Hans, que só fazia caretas.

- Ouviu o que eu disse? Isso é perigoso! Eu posso ter um relacionamento!

Hans começou a rir e... Argh! Como assim? POR QUE ELE ESTÁ RINDO? Eu bati os pés no chão e me descabelei para você ver o quanto a situação é crítica.

- Você já é bem grandinha e solteira, acha que não está na hora de ter um relacionamento? Por favor, Mad. Eu não me importo com isso, caso queira saber.

- GRRR! SEU PAI DESMIOLADO! ENTÃO VÁ EMBORA E ME DEIXA SOZINHA! VÁ ARQUITETAR SUA BUNDA EM OUTRO LUGAR!

Ele não perdeu tempo. Pegou suas malas e saiu do quarto, sendo seguido por mim. Descemos as escadas - ele desceu, eu rolei escada abaixo - e Hans me deu um beijo no rosto, logo depois, indo embora. Eu bati a porta com raiva e fui até a sala, me jogando no sofá para assistir televisão.

Infelizmente, sozinha. Sem comida, com dinheiro. Acho que eu posso sobreviver.

Então a campainha toca e eu saí correndo. Eu sabia, eu sabia que ele não iria conseguir me deixar sozinha e iria voltar e me resgatar. Por isso que minhas malas já estavam prontas. Abri a porta com um sorriso grandão no rosto e...

- Ah não! - grunhi.

Os sete garotos estavam lá, todos sorridentes. J-Hope segurava uma bolsa que parecia ter um videogame dentro. Jungkook estava bem na frente, vestindo um jeans branco com as mãos no bolso. Ele tinha um sorriso que ia de orelha a orelha e o cabelo todo desgrenhado, o rosto um pouco virado.

Eu PRENDI a respiração.

- Olha só, eu não fiz compras e não tem comida! - cruzei os braços, me sentindo muito pequena em relação aos meninos tão altos na minha porta.

- Ok, já podemos ir embora. - Jin tentou puxar o casaco do Yoongi, mas este nem se moveu.

- Está na hora de ser babá de alguém. - Taehyung cantarolou.

- Não, hoje não. - eu fechei a cara. - Hoje vocês vão inaugurar sua cozinha e preparar seu almoço e seu jantar. Não levem em consideração o que Hans disse, eu vou ficar bem, e se precisar de vocês, eu ligo para o número do JK.

Jungkook sorriu ao me ouvir dizer seu apelido.

- Hum... Você tem certeza? - perguntou Jimin. - Não quer nossa companhia? - insistiu.

- Não. - balancei a cabeça, fazendo o cabelo balançar. Jungkook sorriu e se aproximou, beijando minha testa e penteando meu cabelo com os dedos.

- Tudo bem, nós já te enchemos o saco demais. Fique bem, Madzinha. - falou o Jungkook. - Vamos, garotos.

Namjoon, J-Hope, Taehyung, Jin, Jimin e Yoongi já haviam se virado para o jardim. Jungkook ficou, pegando um dos celulares do bolso e balançou na minha frente, apertando um botão e me encarando. Então eu senti meu celular vibrar. Olhei o ecrã.

Nova mensagem. Kookie.

Liga se precisar xx

Eu sorri.

- Pode deixar, idiota. - guardei o celular no bolso. - Desejo não precisar.

- Jungkook, vamos, eu quero ainda ter meu braço esquerdo quando chegarmos ao restaurante e de preferência sem um fã do Mário com um pedaço dele na boca. - Taehyung puxou Jungkook pelo braço, eu fechei a porta e o BTS desapareceu hoje para mim.

(...)

"No games, no jokes, no fun, no laughing, no singing[...]"

- 'Tá bom Hans, já entendi. Nada de diversão enquanto tira o lixo da cozinha, agora me deixa dormir mais cinco horas... - resmunguei enquanto tateava o despertador. Eu tinha mudado a música do despertador? Achei que era Save Me...

Ah, droga! Praguejei mentalmente quando me dei conta de que isso é ringtone! Olhei para o relógio de cabeceira - três da madrugada. Alguém já encomendou o caixão. Apertei qualquer botão e coloquei o celular no ouvido.

- Oi... Tá com sono? - a voz desgraçadamente mais sexy durante a madrugada de Jungkook disse antes mesmo que eu pudesse lembrar como se move o braço.

- Eu não acredito... - respirei fundo, controlando minha raiva que de repente, surgiu. -... Que você me ligou de madrugada para fazer uma pergunta estúpida dessas. ESTÁ DE MADRUGADA, MAS É CLARO QUE EU ESTOU COM SONO!

Ouvi a risadinha arteira do Jungkook pelo telefone. Aos poucos, me levantei e abri a cortina da baywindow, observando Kookie apoiado na janela. Seu cabelo era uma bagunça, rosto amassado de sono e... Sem camisa. Eu conseguia ver seu abs.

- Você não ligou nem mandou mensagem o dia inteiro... Como você está viva?

- Eu sei fazer comida e respirar ao mesmo tempo. Jungkook, eu, em relação ao sono, sou igual ao Jin em relação à comida! - grunhi.

Jungkook fez uma careta pervertida.

-... Então, você vai vir aqui e me morder? - ele virou o rosto em um sorriso torto.

Fui até o paraíso de vergonha. Fechei a cortina e desliguei o telefone na cara do Jungkook enquanto tentava me convencer de que, não, eu não era um tomate desidratado pra ficar tão vermelha.

Tudo bem Jungkook ter me acordado. Afinal, já estava na hora do lanche das 3:47 da madrugada mesmo...

- "Um degrauzinho a cada segundinho, outro degrauzinho pra não quebrar o bumbumzinho.." - Eu ia cantarolando a música de Hans enquanto descia as escadas. Poucas garotas podem dizer que tem alguma música feita dedicada a elas. Mas menos ainda podem dizer que as mesmas foram escritas por seus pais aos seus sete anos depois de uma semana internada na emergência com o traseiro "quebrado" por conta da linda história do "Escorregador, suas estreitas escadas e o muro malvado de trás". Bom... Adivinha em qual grupo me encaixo?

Liguei a luz da cozinha. Já passavam das vinte e duas horas. Nada de esforço físico e emocional preparando algo por regra!

Abri o primeiro armário da despensa, onde eu costumo guardar o que sempre como nas frias madrugadas de insônia ou, a mais comum de todas as opções, quando meu ídolo me acorda de madrugada perguntando seu eu estou com sono: salame.

E foi quando eu o vi. Um pequeno montinho de pelo preto com um rabo enfiado entre as pernas e duas orelhas cor-de-rosa na parte da frente. O pequeno ratinho no meu armário olhou para mim com um pequeno pedaço de salame entre as patas e piscou. Ele piscou uma de suas pequenas bolas pretas entre o focinho em minha direção e depois saiu correndo do armário em minha direção.

My Idol ๑ Jeon Jungkook. {BTS} Where stories live. Discover now