23 • Atirei o pau no Tae.

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Ouvi barulhos de pedrinhas, e tinha plena certeza de que não era o Batman que estava fazendo aquilo. Tanto que o Batman sumiu como fumaça e deu lugar ao teto do meu quarto, cheio de sol, esquentando meu rosto e me fazendo olhar o relógio. Me levantei e fui até a janela, de onde vinham os barulhos. Abri a janela e olhei para baixo, mas nada. Até que uma pedra me acertou na cara.

– AI! - gritei e olhei para a janela da frente, onde um certo garoto com dentinhos de coelho segurava em uma das mãos, várias pedrinhas. - Eu já abri a janela, Jungkook!

– Eu sei, é divertido jogar pedras em você. - ele sorriu. Só aí eu notei que ele estava sem camisa. Meu queixo foi lá embaixo e eu provavelmente fiquei vermelha, ainda mais do que já estava quando me lembrei que meu cabelo estava pior do que ninho de vaca e aquele ali era o Jeon Jungkook.

– O que você quer, Jeon? - perguntei, cruzando os braços.

– Só saber se você vai trabalhar hoje. Você vai? Na Cadillac? - perguntou de volta.

Eu estava tão vidrada que nem pensei em que dia era hoje. Na verdade, pensei sim. Se ele e os meninos fossem lá só para serem atendidos por mim, eu preferia responder que não.

– Não vou, não. - continuei olhando para seus músculos.

– Okay então... - ele parou de falar e eu olhei seu rosto. - Não faz isso não, Mad. - pediu de uma forma fofamente carinhosa e constrangida.

– O que? - eu me distraí.

– Está me deixando sem jeito. - ele puxou atrás dele uma almofada qualquer e colocou na frente do seu peitoral fascinante, e eu fiquei, se é que é possível, ainda mais vermelha. Acontece que ele se desequelibrou da janela e caiu de cabeça dentro do seu quarto. Eu comecei a gargalhar, segurando minha barriga para não sofrer uma queda igual de tanto rir. Jungkook desapareceu depois da queda, com certeza.

Quando terminei de fechar a janela, meu celular vibrou em cima da mesinha. Nova mensagem do... Jungkook! Eu escondi um sorriso de mim mesma. Tem noção de como é inacreditável para mim ver uma nova mensagem dele no celular?

"Então... A gente se vê por aí, boneca desastrada xx"

Eu não respondi, guardei o celular no bolso. Fui até o banheiro cantarolando algo como "Atirei o pau no Tae tae tae, mas o Kook k k não gostou tou tou. O Yoonginho nho nho me bateu teu teu e Jimin veio aqui e me protegeu. J-HOPEE!" ou "Eu quero saber porque que o Jin cozinha? E o Namjoon cortando cebola é uma gracinha" para me arrumar para o trabalho.

Peguei minha bolsa e desci as escadas, encontrando meu pai com dois pandas no meio da cara, tomando café expresso, de frente pro computador.

– Oi pai, bom dia. O que está fazendo?

– Trabalhando. - ele disse, com ar cansado.

– Você parece péssimo. - eu notei.

– Sim, e o pior é que eu estou dependendo do meu chefe para comprar uma passagem para Nova York, porque o cliente pediu para que o arquiteto acompanhasse a construção do trabalho ao vivo e...

– Espera, a gente vai para Nova York? - perguntei, surpresa.

– Não, você não. - ele fechou a tela do computador e colocou o rosto entre as mãos. - Você vai ficar com os meninos.

– Pai, preciso te dizer uma coisa séria: eles não são minhas babás, e eu tenho dezoito anos.

– Você sabe fazer miojo? Não. Sabe esquentar água? Não. Sabe o que fazer quando aparecer uma barata? É, acho que não. Vai trabalhar que você ganha mais do que discutir quem vai ser sua babá comigo. - depois disso, ele abaixou a cabeça e começou a roncar.

Chamei um táxi, pois eu sabia que dali, ninguém levantava e se os meninos soubessem que eu estava indo para a Cadillac, eles iriam atrás de mim tomar café da manhã. Acabou que eu nem precisei pedir carona até a Cadillac para eles me seguirem até lá. E o pior. O que aconteceu foi muito mais horrível do que simples sete meninos tomando café na lanchonete.

Na frente da lanchonete neon, havia um carro preto e grande. Ela já estava aberta, e já tinha pessoas tomando café, mas não havia problema, pois Sun me assegurou de que hoje, eu poderia chegar mais tarde. Corri para a porta dos fundos, esbarrando com Sun no vestiário. Ela estava arrumada e eu, quase pronta.

– Você não vai acreditar! Depois desse dia, eu tenho certeza de que a Cadillac não vai mais ser tão apagada!

– O que? - eu boiei, ajeitando o avental enquanto ela arrumava meu cabelo.

– Você precisa ver! Vamos! - ela me puxou pela cintura e eu fui andando de costas até a porta que dava para o salão.

– Sunny, calma aí! Eu não consigo andar...

A porta se abriu e ela me empurrou para dentro, agarrando-se ao meu braço e escondendo o rosto com as mãos de tanta felicidade. Encarei a cena. A lanchonete estava cheia de pessoas, haviam caras com câmeras e fotógrafos. Além das pessoas nas mesas, o balcão inteiro estava ocupado por meninas usando camisas características que me lembravam bem certas sete pessoas. E, claro, falar nelas, ali estavam. Junto com um cara segurando um violão, Jungkook, Taehyung, Jimin, Yoongi e J-Hope estavam encostados no balcão, enquanto Namjoon e Jin estavam em pé, se balançando e rindo.

Ao me verem, todos ficaram com expressões pálidas no rosto. Olhei para cara de cada um, mas parei meu olhar em um Jungkook. Ele estava muito bonito, usava uma camisa bege por baixo de um casaco preto, e o seu rosto não poderia estar mais iluminado. Ele sibilou "Madison" quando me viu, e ficou chocado. O cara do violão começou a dedilhar o começo de Butterfly, acústico, e as garotas abafaram gritinhos.

Eu coloquei a mão por cima da boca, escondendo um sorriso. Droga, eu não esperava que fosse tão cedo. Jungkook começou a cantar.

– Amugeotdo saenggakhaji ma...

My Idol ๑ Jeon Jungkook. {BTS} Kde žijí příběhy. Začni objevovat