Capítulo 07

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Olho em meu celular e vejo que já são 11:45. Eu realmente me perdi no tempo enquanto olhava minha série preferida. Largo meu pote de sorvete no sofá e vou até a cozinha ver se a Anna queria ajuda para o almoço. O Brayan já havia ido embora, sem me dar tchau e muito menos vir me incomodar, o que eu acho ótimo, mas estranho. A Nanda disse que iria fazer uns trabalhas da faculdade e até agora não voltou. Isso significa que restou apenas eu e a Anna no Ap.

- Quer ajuda meu amor? - Falei para a loira que parecia meio atrapalhada nas panelas.

- Cade a minha Maria Eduarda? a que eu conheço, nunca iria se oferecer para fazer comida. - Dei risada após sua fala e reviro os olhos.

- Eu não vou perguntar novamente Anna Lívia. - Falei enquanto mexia em uma mecha de cabelo meu.

- Olha, não vou negar não, eu não aguento ser a única cozinheira dessa casa. - Dei risada e botei a lingua para a mesma.

- Aproveita muito, por que eu tô oferecendo essa ajuda apenas hoje meu amor.

Anna dá risada logo após me ouvir e nós começamos a fazer o almoço. Após alguns minutos, tudo fica pronto e eu subo para o meu quarto para tomar um banho. Lavo meus cabelos sem muita pressa e aprecio as gotas de água gelada que caem sobre o meu corpo. Por um instante eu acabo fechando os olhos e lembrando da confusão que minha vida estava se tornando. Desligo o chuveiro, me seco e visto meu uniforme de trabalho que havia chegado mais cedo. Não era nada muito sério, mas também não muito comum. Seco o meu cabelo com o secador e faço um rabo de cavalo apertado. Decido não usar nada de maquiagem. Pego meu celular em cima da cama e minha mochila, pois eu iria do trabalho direto para a faculdade, e por fim desço para comer algo antes de sair.

- Precisa ir toda gatona assim pro trabalho? - Ouvi a voz da Nanda e dei uma risada, piscando para a mesma.

- Mas é óbvio, não posso perder o meu posto amor. - Termino de falar e a mesma cai na risada.

Olho para o lado e vejo que o Edu estava na mesa junto com a Anna, jogo um beijo no ar para o moreno, que retribui me fazendo rir. Pego um prato e me sirvo, não poderia deixar de comer o meu strogonoff. Sento ao lado da Nanda e começo a degustar aquela maravilha.

- O Brayan pediu pra mim te avisar que mais tarde ele vai passar aqui pra te pegar. - Ouvi a voz do moreno em minha frente e dei de ombros, percebendo que a Anna não tirava os olhos de mim.

- Só se liga no que eu te falei Duda. - Assim que terminei de ouvir a Anna, revirei os olhos. Eu sabia sobre o que ela estava falando.

A Nanda ficou por um bom tempo nos olhando, sem entender nada. Bufei irritada e levantei da mesa assim que terminei de comer. O que eu tô fazendo? Eu nunca, jamais, posso deixar algo quebrar o laço que eu tenho com a Nanda e eu sabia que era exatamente isso que poderia acontecer se eu deixasse o Brayan entre nós. Saio dos meus pensamentos assim que escuto o Edu falar que o loiro havia chegado. Me despeço de todos e desço, logo avistando o loiro. Ele estava diferente, o jeito como uma camisa social lhe caia bem, era incrível. Entro no carro e o mesmo fica me olhando.

- Brayan, você precisa me avisar quando for fazer esse tipo de coisa. - O loiro me ouviu e deu um sorriso logo em seguida.

- Então quer dizer que eu tenho permissão pra te buscar sempre que eu quiser? Desde que eu avise, morena? - Terminei de ouvir o loiro falar e fuzilo o mesmo, que apenas da um sorriso de canto. E que sorriso do caralho.

- Não, não pode não, tá vendo isso? - apontei para minhas pernas e o loiro assentiu e riu maliciosamente.

- Suas coxas Maria Eduarda? Eu gosto delas. - Ao ouvir suas palavras, apenas bati em minha testa e sacudi a cabeça em negação.

- Não Brayan, minhas pernas, pois então, eu sei caminhar caralho, não precisa me buscar não.

- Tu tá meio desbocada pro meu gosto Maria. - O loiro riu, o que me faz revirar os olhos. Obviamente ele estava tentando me tirar do sério.

- QUE SE FODA CARALHO, agora da partida nessa merda. - O loiro sacudiu a cabeça em negação e deu uma risada. Algo que foi muito gostoso de se ouvir.

Após alguns segundos, ele gira as chaves e dá partida para o escritório. Eu decido então ficar todo o caminho mexendo no celular, o que fez o loiro me olhar inúmeras vezes, algo que com toda certeza me deixa muito irritada.

- Pode parar por favor, Brayan. - falei enquanto conversava com o Arthur pelo celular.

- Agora a senhora resolveu ser educada Maria? - O loiro falou sem tirar os olhos da direção.

- Se me chamar de Maria de novo, eu vou socar a educação naquele lugar e vou te bater, entendeu? - O loiro riu e concordou com a cabeça.

Fiquei por alguns minutos com a cabeça encostada na janela, enquanto analisava o loiro dirigir. É estranho o fato de estar aqui com ele. Ele é um estranho. Um estranho que me causava borboletas no estômago. Um estranho que me fazia ir do ódio ao amor. Um estranho que me fazia esquecer de tudo logo no momento em que me tocava. Um estranho que me fazia querer cada vez mais sentir o seu gosto de novo. Um estranho que ia acabar fudendo com a meu psicológico, mentalidade e minha vida.

Me desligo dos meus pensamentos e volto a realidade no momento em que o loiro me avisa que havíamos chegado. Pego minha mochila no banco traseiro e desço do carro. Agradeço o mesmo e entro no prédio indo logo para minha sala. Sim, eu tenho uma sala, é bem foda.

Minha tarde de trabalho foi resumida em preencher documentos e encaminhar procurações para o senhor Carlos, algo que eu gostei muito de fazer, eu amo essa área. Olho para o meu celular e vejo que faltavam apenas alguns minutos para o meu turno acabar. Organizo minha sala, troco de roupa e saio em seguida. Dou tchau para a recepcionista e decido ir caminhando para a faculdade, não queria chegar muito cedo. Durante o caminho, acabo encontrando o Arthur, que decide me fazer companhia. Conversamos o caminho todo sobre como a minha tarde foi cansativa e também sobre como o Arthur amava a faculdade que estava cursando. Assim que chegamos, vimos que estávamos um pouco adiantados e fomos até o resto do pessoal, que se encontravam em uma mesa na cantina.

- Chegou o brilho desse grupo. - Falei assim que me aproximei da mesa. Junto do Brayan pude ver a Jade abraçada nele, o que me fez sentir falta da Nanda. - Cadê a Nanda?

- Ficou em casa. - Olhei para a Anna assim que ela terminou de falar, fazendo uma expressão confusa.

- Por que ela ficou em casa? Ela passou o dia todo fazendo uns trabalhos pra hoje e aí ela decide ficar em casa? Do nada?

- Ela disse que tava se sentindo mal Duda, eu não quis insistir. - A loira falou e eu fiquei mais confusa ainda. Tinha alguma coisa errada.

Olhei novamente para a mesa e vi que o único lugar vago ficava ao lado da Jade, o que me fez querer ficar em pé. Não que eu não goste dela, nada contra, a porra do meu problema era o Brayan. Conhecendo a Nanda, eu sabia que alguma coisa tinha acontecido com ela e que com toda certeza ele deve estar no meio.

- Vai ficar aí parada igual um poste? - ouvi a voz do loiro e dei risada por me lembrar do dia em que nos conhecemos.

- Vou, vou sim. - Revirei os olhos e fiquei fuzilando o loiro, que rapidamente levantou e veio para o meu lado.

- Tu comeu algo depois que saiu do trabalho Maria Eduarda? - Pude ouvir o loiro sussurrar no meu ouvido e neguei com a cabeça. - Por isso esse mau humor foda do caralho. - Reviro os olhos e dou um beliscão no loiro ao meu lado.

- Eu acho bom tu calar a boca Brayan. - O loiro ri e levanta as mãos em forma de redenção, o que me faz rir também.

Após alguns pouco minutos, o sinal toca anunciando que a primeira aula iria começar. Mando um beijo no ar para os demais e sigo em direção ao meu bloco, junto com o loiro. Assim que chegamos na sala, sentamos em nossos lugares e o professor começa a dar sua aula.

Os períodos passam todos devagar, pareciam uma eternidade, mas por sorte soltamos um período mais cedo. O Brayan infelizmente ficou a aula inteira me incomodando e mexendo em meu cabelo, algo que eu odeio por sinal. Dou tchau para o professor e saio da sala, indo em direção ao resto do pessoal que nos esperavam no portão. Haviamos combinado de todos dormirem lá, inclusive a Jade. Algo que provavelmente iria causar a maior merda na minha vida.

Amar ou odiar ? | Edição única |Onde as histórias ganham vida. Descobre agora