Distópica

Capítulo 44

— Fiquem a vontade. — Ouvi Sebastian dizer a eles... Que sorriram, me causando náuseas enquanto eles se guiaram para dentro. A mão dele continuava na cintura dela, pouco acima do bumbum avantajado.

Tomara que se engasguem e morram.

— Algum problema, amor? — Sebastian perguntou, obviamente porque eu não estava me esforçando em melhorar minha expressão.

"Amor", eu odeio isso, odeio como Sebastian não merece que eu não retribua isso.

— Não, impressão sua. — Resmunguei, enquanto nos guiavamos para a sala de jantar, mas então eu vi pelo vidro da porta, Lilith correndo até... O pai.

Puxei Sebastian comigo, de volta pro hall, abrupta.

— O que é isso? — Soltou ele enquanto eu nos levava pra um canto, perto da grande escadaria.

Sem que ele pudesse dizer mais nada, eu o puxei pra mim, e o beijei, o senti corresponder em imediato, me apertando contra ele, me erguendo do chão. Ele era um homem definitivamente muito alto, eu me sentia mínima quando ele fazia isso.

Alison dizia que Sebastian era o novo Charlie Edwards... Um homem atraente, bom e com uma filha pequena, do qual eu não desejava mal algum. E a verdade, é que eu parecia estar vivendo em um dejavù, eu continuava, sempre, com aquele maldito bastardo no meu coração, doendo e incomodando como uma unha encravada.

Eu desejei enquanto beijava Sebastian, me apaixonar por ele, seria muito mais fácil... Paixão, dinheiro, posição social, segurança pra mim, minha filha, e minha irmã.

Não era insano, não havia adrenalina ou sangue. E pela primeira vez, eu não queria nada disso. Eu só queria ficar quieta, ser deixada em paz.

Estava cansada demais.

Cortei o beijo ofegante. — O que foi isso? — Perguntou ele, com um sorriso contra a minha boca, sem me soltar.

— Me deu vontade. — Falei pensando que fiz para destrai-lo, e o senti roçar o nariz contra o meu, e me roubar outro beijo curto.

— Gosto dessas suas vontades repentinas. — Disse, olhando em meus olhos.

— Que bom. — Sussurrei.

— Mas agora, temos que voltar... Afinal logo vão servir o jantar. — Disse recobrando a postura, e eu também ajeitei o vestido.

Ele me estendeu o braço, e eu o peguei, e quando entramos pela porta principal, para minha total surpresa todos (ou melhor, quase todos) os convidados bateram palmas.

Bando de puxa-sacos parasitas.

Passei meus olhos pelo ambiente e não vi Nicholas e Lilith, mas a doutorazinha estava ali conversando com um casal.

— Papai? — Tessa apareceu chamando por Sebastian, este prontamente se desvencilhou de mim e pegou a menina nos braços.  — Sabia que não deixaram a Lily, o Alec e eu na cozinha pega petit gateou. — Disse ela como se fosse algo grave, e eu imaginei os pestinhas  infernizando os chefes.

— Espere, que depois do jantar poderão comer a vontade. — Disse Sebastian, sabendo muito bem que essa seria minha opinião sobre isso.

— A Lily vai ficar tão brava, ela queria bastante, ficou até chamando o chefe Louis de Ratatuile. — Resmungou ela, Sebastian e eu rimos, Lilith não tinha freios. E arrastava Tessa com ela em suas bagunças. Se não fosse eu para conte-las... Botariam essa mansão ao chão.

— Vocês ganham mais petit gateou, com bastante sorvete se esperarem até depois do jantar... — Disse Sebastian. — Pode ser? — Negociou, a menina pareceu pensar e depois assentiu, soltando "bastante mesmo?", tendo a confirmação dele.