Capítulo 11

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O carro de Edwards estacionou em frente ao prédio onde estou vivendo. Onde Elena Mills vive.

Retirei o cinto, vendo que Ivy dormia no banco de trás e o vi fazer menção de fazer o mesmo, para abrir a porta pra mim.

— Por favor, Charlie. Não precisa disso. — Gracejei. — Já fez muito em me trazer aqui.

— Só estou tentando ser um cavalheiro depois de fazer você dar a volta na cidade por conta da Ivy... — Brincou fingindo chateação, um pouco mais solto em minha presença, enquanto eu abria a porta do carro.

— Mil perdões, gentil cavalheiro, mas eu acabo de abrir sozinha a porta da carruagem. Vou perder minha cabeça por isso? — Questionei, com um sorriso travesso.

— Certamente não, nobre donzela. —  Riu, da nossa brincadeira infantil.

Sai do carro olhando a minha volta, sempre alerta.

— Dê um beijo em Ivy por mim, e diga que vou esperar pelo desenho do vestido. — Fiz questão de mencionar a pirralha adormecida, sendo atenciosa.

— Tenha certeza que ela vai fazer. Muito obrigado, Elena, por ter nos feito companhia. — Disse me olhando com... Admiração?

— Eu que agradeço, foi uma tarde incrível. — Ganhei uma tonelada em calorias e ouvi sobre filmes da Barbie.

Ele acenou com a cabeça, com um sorriso ínfimo e eu fechei a porta do carro. Dei um pequeno tchauzinho e me virei para entrar no prédio.

Seu carro só saiu dali, quando eu adentrei a recepção. Ele ainda era do FBI, e sabia como entrar e sair
de lugares, para agentes, podia ser perigoso. E estava zelando pela minha segurança. Pois bem, Edwards está facilitando as coisas.

Já fingi ser outras pessoas antes, diferentes mulheres, mas isso? Era demais até pra mim.

Eu não estava planejando matar o homem que estava tentando seduzir, pela primeira vez, eu só estava jogando em busca de uma senha e de saciar meu ego feminino que é bastante ativo.

Unicamente isso. E valia a pena?

Não. Mas eu iria desistir? Também não. Eu já havia traído a Maycorp mesmo, assim que descobrissem, meu pescoço estaria em jogo, eu definitivamente precisava de algo contra eles. Eu tinha dinheiro o suficiente para fugir, sumir, e levar Alison comigo, obviamente mentindo mais para ela, que sequer desconfia de tudo o que fiz e faço.

Para ela eu era apenas uma gerente executiva, que anda apressada de terninho na Times Square com um copo de café expresso em mãos, e é assim que vai continuar sendo.

Abri a porta do apartamento, e adentrei, a trancando em seguida, retirando os sapatos e os pegando em mãos, tendo o alívio de sentir meus pés contra o piso gelado, indo rumo ao quarto, e como se o destino estivesse conspirando, meu celular começou a tocar.

Alison.

Me lembrei de você, agora mesmo. — Falei ao atender, me sentando na cama.

— Sério? — Perguntou contente. Alison, parecia sentir falta de atenção, por estar sozinha. Ela tinha amigas na Universidade e eu sabia que ela se envolveu com alguns garotos, mas não passava disso. Eu ainda era a única pessoa que ela tinha.

— Sim. — Resolvi mentir. — Vi uma bolsa incrível em uma vitrine.

— E aposto que não comprou porque estava com pressa. — Disse do outro lado, ela ainda sorria. Pelo simples ato de falar comigo. Eu também sorri, algo em mim, o que restou do coração,  doeu, apertou a garganta, por tudo ter que ser dessa forma.

DistópicaWhere stories live. Discover now