Capítulo 5 - Parte II

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(...)

— Agente Mills, espero realmente que aceite meu convite.

Droga, seduzi-lo parece que vai ser mais fácil do que pensei.

— Ah claro. Mas sua sobrinha e sua irmã ou irmão.... Não vão estranhar minha presença? Estou a menos de duas semanas na unidade. — Tentei desvenda-lo, indo direto no que me interessava. A intimidade.

Charlie, fazia o gênero homem retraído, você nunca sabe o que ele pensa, apesar de ser firme e muito inteligente, era simples, e parecia sempre estar na defensiva, demorava confiar nas pessoas e estava sempre analisando. Apesar cavalheiro, gentil e essas coisas que costumam seduzir mocinhas em filmes água com açúcar.
E era bonito de uma maneira peculiar. O corpo esguio, o cabelo castanho escuro sempre despenteado, os olhos bondosos, costumava usar óculos ao ler, tinha a pele clara, e o sorriso, era raro, pois só sorria com sinceridade. 

Bem diferente do Nicholas, que simplesmente não vale nada... E porque eu estou me lembrando e comparando esse bastardo?

E porque estou enumerando as qualidades de alguém do FBI que eu preciso usar e manipular?

Francamente Alexis... Você está insana.

Finalmente obtive a resposta da pergunta que fiz, me tirando dos pensamentos avulsos.

— Na verdade hm... — Ponderou sobre falar ou não — Minha irmã, faleceu no parto. E não sabemos do pai da criança. Nunca soubemos. Então... Ivy é criada por mim e minha mãe. — Me esclareceu, ele falava tudo comedido, devagar, ainda incerto sobre me falar de algo tão pessoal, mas era notável o afeto absurdo usado.

Então ele era responsável pela garota.

Então o ponto fraco, era ela.

Conquiste a criança. Minha mente começou a trabalhar, eu precisava faze-lo se render, rápido, para obter a senha, e talvez o caminho seja exatamente este.

— Não deve ter sido fácil... — Comecei, com meu teatrinho barato — Cuidar de uma criança... Mesmo sendo sua sobrinha, a responsabilidade inesperada, ela pode ser assustadora... — Comentei algo que eu conhecia. Alison foi minha responsabilidade por uma vida inteira, sem eu nunca reinvindicar isso pra mim.

— Sem dúvidas. — Concordou. — Mas ela é uma garota incrível, sabe? E por mais dificuldade, acho que ela faz isso ser mais fácil... — Disse simples, natural. Ele adquiria outra postura ao falar dela, parecia que um Charlie Edwards leve e satisfeito se instalava nele.

É, Alexis, a que ponto você chegou? Uma assassina treinada para ser letal, tendo que pensar no que comprar pra uma criança de sete anos.

— Isso é lindo da sua parte. É como se ela definitivamente... Fosse sua filha. — Sim, vamos apelar para os sentimentos dele.

As pessoas normalmente são suscetíveis a isso... A importância que as outras pessoas dão para as coisas.

— É... Acho que sim. — Murmurou pensativo, como se algo na constatação tivesse mexido com ele, então se ergueu, pegando consigo algumas pastas. — Eu tenho que resolver isso tudo, a CIA nos enviou casos administrativos... — Disse levemente frustrado, mudando de assunto. A CIA era tudo menos confiável e todos sabem disso.

— Certo. Muito trabalho. — Falei e olhei pra baixo, antes de levantar o olhar e o encarar, lentamente, docemente, parecendo conter significados, era um truque velho, mas funcionava. E ele engoliu em seco, tentando não me encarar abertamente. — Bem... Hm... Que tipo de presente ela gostaria de ganhar? — Perguntei, como quem não quer nada. Fingindo timidez.

DistópicaTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon