Capítulo 27

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♥A NARRATIVA VOLTA AO ORIGINAL/ ALEXIS

Era quase palpável, o clima estranho que paraiva sobre a unidade. Isso incluía até mesmo o jeito que Charlie me tratou. Me deixando alerta. Ao sair da sala do Groysin, senti meu celular vibrar em meu bolso. O peguei.

Número Privado.

Fomos pegos. Macieira. Agora.

Nicholas. Ele só podia estar brincando, isso não é possível. Uma corrente elétrica de adrenalina correu pelo meu corpo enquanto minhas pernas entravam em movimento.

Fui sorrateira até a saída de emergência da unidade, desci inúmeros lances de escada, e usei meu cartão de acesso para sair pela lateral, em meio a um beco, cheio de poças d'agua devido a chuva da noite anterior, o que fez eu afundar meu peet toe e a calça flaire na água.

Nicholas só poderia querer me pregar uma peça. Repeti pra mim mesma, repassando a forma que Edwards me tratou em minha mente. Ele estava retido, desmarcou nossa saída.

Inferno.

Não entre em desespero, Alexis.

Você não pode entrar.

Você sobrevive, lembra?

Esteja firme, ciente, pronta para puxar o gatilho.

Sai do beco vendo que estava tudo limpo, caminhei pela rua sem correr, meu coração batia rápido contra minhas caixa torácica, mas me mantive com a expressão normal, afinal alarde era um sério gerador de suspeitas.

E então avistei na rua seguinte, o carro de Nicholas, já ligado, perto da macieira. Fui até lá a passos largos, e entrei afoita no carona.

Ele não me deixou sequer falar, antes de pisar no acelerador e nos tirar dali, em auta velocidade. E então notei no banco de trás, uma senhora de idade, desmaiada (creio eu), com sangue vertendo em sua cabeça. Provavelmente, por uma coronhada.

Ele estava tenso, com o maxilar travado, os nós de seus dedos brancos, enquanto ele apertava o volante, olhando a rua por trás de seus óculos escuros.

O revólver, ao seu lado.

- O que é isso, Nicholas? Você... Estava falando sério?

- Eu pareço estar brincando? - Proferiu, irritado. Suspirei, engolindo em seco.

- Como? E quem diabos é essa mulher?

- Governanta de Alexander. Ela viu demais naquela noite, e veio abrir a boca. - Ele disse, entre-dentes, parecia perto de fazer uma loucura.

E eu também.

- DROGA! EU TE AVISEI QUE DEVERÍAMOS TER OLHADO, CHECADO SE ELA ESTAVA LÁ! A CULPA É SUA! - Berrei batendo as mãos em minhas coxas, com ódio correndo em minhas veias. Agora a droga do FBI sabia disso, e se escavarem um pouco que seja, encontrarão mais podridão. Se fomos pegos, não teriamos nada menos que a perpétua, Nicholas obviamente, por ser de New York. Mas se resolverem me mandar de volta pro Alabama... Pena de morte.

Edwards sabia de tudo, e fingiu não saber. Eles estavam armando também.

Bem nas minhas costas, Charlie.

- Não adianta jogar a culpa em mim agora, não vai mudar nada. Precisamos saber o que a velha falou, eu a encontrei saindo do estacionamento da unidade, só tive chance de a ameaçar e a mandar entrar no carro. Ela começou a chorar e implorar... Ah, eu não tenho paciência... - Soltou, e eu voltei a olhar pra mulher desmaiada.

- Precisamos saber o que ela disse. - Murmurei, com raiva crescente.

Velha maldita.

- É. - Concordou.

DistópicaOnde histórias criam vida. Descubra agora