Capítulo 12

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Adentramos o lugar com uma facilidade absurda, bastou uma senha em um dispositivo que os seguranças entregavam. E Nicholas tinha a dele e eu apenas era sua acompanhante. E isso acabou me deixando em alerta, sobre a coisa especial que aconteceria essa noite.

Subimos um lance de escadas, ouvindo a música alta, conversa e gemidos, na escada estava, em sua maioria homens fedendo a cigarro e álcool, que me olhavam de cima a baixo de maneira pérfida, encostados no corre-mão.

Ao chegarmos no andar de cima, avistamos o lugar amplo, cheio, com luzes coloridas no ambiente enquanto a música tocava, roletas, muitas mesas de sinuca, um bar, e mesas onde traficantes faziam suas vendas livremente. O cheiro da mistura de drogas fez meu nariz coçar, e meu estômago embrulhar em puro asco, eu sempre odiei essas coisas. Me lembrava a minha mãe, do quão destruída e nojenta ela era por conta dessas porcarias.

Havia um grupo de garotas completamente nuas a poucos passos de nós, se beijando e se tocando em um sofá, sendo alvo de platéia de homens que se masturbavam assistindo e devorando-as como se fossem grandes pedaços de carne.

Notei Nicholas olhando naquela direção e lhe dei uma cotovelada nas costelas.

— Porcos imundos. — Resmunguei. — Esse lugar me faz querer matar.

Ele sorriu balançando os ombros.

— Você gosta de correr perigo. — Constatou, ao meu lado.

— E você não gosta? Quais são os homens perigosos aqui? — Perguntei olhando o inúmero tipo de coisas que se via. Roletas de jogos, strippers completamente nuas em cima de um palco com pole dance, homens apostando tudo o que tinham, pessoas completamente dopadas, homens recebendo oral sentados nas banquetas, e alguns trisais definitivamente transando pelos cantos. Haviam homens sentados em mesas, com bebidas parecendo negociar coisas, tendo seguranças e mulheres de adorno.

Eu conseguia classificar quem era quem ali.

— Alguns são apenas ratos, os perigosos podem ser os que estão cercados de mulheres e seguranças, pois são de alto escalão. Mas se está falando em derramar sangue, os que estão jogando, eles são os piores.  — Disse com a voz moderada, tendo a mesma concepção que a minha, olhando em volta, em busca de alguma coisa. Possivelmente do que ele veio procurar.

Mas o que não faltava eram traficantes e usuários.

— E quais são as mulheres perigosas pra você, Nicholas?

Ele me olhou de esguelha, se aproximou, colocando a mão dentro do meu sobretudo. Me abraçando de lado, me fazendo tencionar ao sentir sua mão quente em minha lombar.

— As que estão carregando veneno dentro da bota e não param de fazer perguntas que sabe a resposta... — Sussurrou no meu ouvido, e depositou um beijo na curva do meu pescoço arrepiando a minha pele. Ele fez menção de se afastar mas antes disso, o senti sem nenhum tipo de cerimônia, dar uma palmada forte e ardida na minha bunda, e apertar o glúteo em seguida. Me fazendo soltar algo que pareceu um gemido, pela boca.

Me virei para ele, com os olhos arregalados e o empurrei pra longe de mim. O fazendo dar um passo pro lado.

Olhamos um para o outro, em silêncio absoluto, e começamos a rir, como dois imbecis que nós éramos.

— Que diabos foi isso? — Perguntei, ainda rindo.

O mais engraçado, era o sentido deste lugar, fazer o que bem quiser. Ninguém se importava com nada.

— Não sei, mas a forma que você gemeu, você deveria ter ouvido...

— Foi tão excitante assim? — Sorri mordendo o lábio inferior, em provocação.

DistópicaWhere stories live. Discover now