Distópica

Capítulo 17

Depois de uma noite inteira na unidade, estar em casa era um verdadeiro alívio.

Assim que Dr. Irvine chegou, Charlie eu pudemos sair, ele me trouxe em casa, e o clima entre nós tinha voltado ao que estava, rimos juntos e falamos sobre coisas aleatórias, sempre assuntos triviais de gente comum, e antes que eu saísse do carro, ele fez questão de me beijar. O que eu chamava de progresso.

E agora, eu poderia enfim, tomar um banho e dormir, afinal tinha que estar na delegacia durante a tarde. Agente Collins e eu colheriamos o depoimento oficial de Gustin Nollan, sobre os corpos na casa dele e os estupros masculinos.

Mal coloquei a cabeça no travesseiro, e o despertador tocou. Eu sinceramente senti falta dos meus tempos de assassina de aluguel, pelo menos eu podia dormir.

Me sentei em minha cama e puxei meu celular para mim, olhei em sua tela e vi que haviam chamadas perdidas de Brauner. Eu havia o deixado no silencioso.

Respirei fundo, e resolvi colocar pra chamar, afinal eu não poderia fugir disso para sempre. Eu tinha problemas a resolver.

— Alexis. — Ele disse meu nome, firme e simples.

— Brauner. — Saldei.

— Eu confiei em você. — Despejou.

— Eu sei.

— Eu te dei informações confidenciais. E logo em seguida, Alexander Ivanov aparece morto. Você disse que não estava envolvida com Nicholas Ivanov, mas vejo que mentiu. — Acusou.

— Nicholas me fez uma proposta. — Eu estava pronta pra mentir, de novo. — E eu aceitei.

— Traiu a Maycorp. — Vociferou. — Todos aqui querem sua cabeça, Osboury, eu tentei intervir por você mas estavam prontos pra te executar. Mas a Hiusen nos mandou um recadinho... Não podemos tocar em você e nem em sua irmã. Me explica, Alexis?

— Eu estou sobrevivendo, Brauner. Achei que você me queria viva. — O lembrei.

— E eu quero. Mas eu confiei em você e fui passado pra trás. Então, Alexis. Você acaba de ser desvinculada da Maycorp. — Anunciou.

Revirei os olhos, não estava surpresa.

Ele prosseguiu. — Pelo apreço que tenho pela menina que tirei das ruas, não perca a proteção da Hiusen, pois eles virão atrás de você e da sua irmã, se acontecer.

E desligou.

Suspirei, tensa, pensando que agora mais do que nunca, eu tinha que acabar com isso logo, rápido. Eu estava nas mãos da Hiusen, pois caso contrario, e eu perdesse essa "proteção", a Maycorp iria atrás da minha irmã, e a usariam contra mim.

Passei as mãos no rosto em um ato nervoso. E me levantei, tinha que voltar a ser Elena Mills, apagar todos os rastros no sistema do FBI, da Agente Osbourn e o que eu pudesse ter de informações confidenciais sobre a Maycorp, para ter algo a ser negociado com eles, para poder então, desaparecer.

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Gustin Nollan não abriu a boca durante todo o interrogatório. Nada que tentássemos, nenhum método pareceu o suficiente. Ele permaneceu mudo, os braços algemados na mesa estavam tensos, ele pareceu lutar muito para não abrir a boca, quando as suposições sobre seus crime.

Para ser sincera saí daquela sala terrivelmente frustrada por não ter conseguido nada. E eu não era a única, pois agente Olivia Collins parecia também bastante infeliz.

Ou talvez seja por conta do plantão da noite passada. Ela sequer escondia o que sentia por Charlie, e ele passou a noite toda em minha adorável companhia.