Descortinando

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Antes de começar o capítulo, algumas notícias:

1. Começou a reta final de "Cavaleiros da Noite", ou seja - preparem-se porque as aventuras de Bel, Severo, Flávia, Daniel e Rique estão acabando 😢 então agora, são basicamente momentos decisivos;

2. Espero que se divirtam - este capítulo tem algumas coisas fofas, outras para prestar atenção, e outras que vocês vão vibrar pelo plot twist...

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Janderson Monteiro foi designado por Severo para investigar os passos de Frederico Bittencourt e suas movimentações financeiras do passado. Como ele não tinha evidências suficientes para pedir um mandado de busca e apreensão, ou quebra de sigilo bancário, o investigador indicou que Jander deveria fazer a boa e velha "tocaia".

- Fique de olho em suas saídas de casa. Observe se ele vai para lugares diferentes. Veja se tem alguma coisa estranha na residência, qualquer coisa que indique a chance dele esconder algo mórbido, que pode incriminá-lo.

O detetive acompanhou os passos de Frederico em sua residência de Villas do Atlântico até o escritório da construtora no Itaigara, num dos prédios mais chiques da cidade; bem como as idas dele em seu Camaro preto até um apart hotel na Pituba, junto a diferentes mulheres em dias distintos. Percebeu que ele regularmente frequentava boates no Litoral Norte, e fazia estranhos passeios nas ruas de Patamares, como se buscasse alguém. "Provavelmente Isabel", concluiu Janderson. "O chefe vai ficar pistola quando souber que o ricaço ainda tá de olho na mulher dele..."

Entretanto, havia um padrão estranho nas idas e vindas de Frederico, que aos sábados, passeava pela Barra, mas sem parar em nenhum bar ou restaurante na região. Para completar a estranheza dos movimentos de Frederico, por alguns dias, Janderson conseguiu ver que o empresário abria a porta de casa pela garagem, e não guardava o carro lá. Era possível ver a luz acesa no local onde era a garagem, como se ele ficasse por ali. "Vou arriscar".

Saiu do carro e caminhou, como se fosse um morador do condomínio, atravessando a rua. Ajeitou o boné e seguiu à frente da mansão de Frederico, reparando nas câmeras que acompanhavam a movimentação da rua. Abaixou levemente a cabeça e retirou do bolso um celular, como se estivesse mandando alguma mensagem, mas seus olhos – que não podiam ser observados pela câmera – indicavam que Jander tentava observar algo pela fresta da porta da garagem.

"Só consigo ver luz acesa..."

Andou mais alguns metros até atravessar novamente a rua e retornar para o carro. Naquele instante, viu Frederico saindo da casa, direto para o Camaro, e percebeu que ele se apressava.

"Mas... Que merda é essa?"

- Eu só sabia que era Bittencourt porque eu vi ele entrando na garagem. Mas o cara que saiu de lá não era o mesmo – disse o policial por telefone, enquanto Severo e Bel ouviam a conversa no viva voz. – Era igual aos retratos falados do motorista de aplicativo, tinha barba, bigode, os cabelos penteados para trás pra disfarçar... Não pude tirar foto pra não dar na cara, mas tenho algo muito mais pesado.

- O quê? – perguntou Severo, cruzando os braços.

- Fui seguindo ele de carro e cheguei até Portão. Porra, o que um cara de Camaro faria em Portão? Fiquei com o carro mais afastado pra ele não sacar que eu tava seguindo ele, e vi que Bittencourt entrava na rua atrás do terminal rodoviário. Quando eu vi, ele entrou no depósito e ficou lá. Quando saiu... Não tava mais com o carro de luxo. Ele tava com o carro branco. Aquele carro branco, com aquela placa.

Jander ouviu o som nítido de alguém xingando "puta que pariu". Pelo tom mais agudo, imaginou que fosse Bel.

- Eu tô com as fotos do depósito e do carro. Mesmo que eu perdesse Bittencourt, precisava das fotos.

Cavaleiros da NoiteWhere stories live. Discover now