A bela adormecida

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FINALMENTE CHEGAMOS AO CAPÍTULO!

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- Bel...!?! Você-você não devia estar acordada! Eu... Eu nem terminei o bife! Você deveria estar dormindo!

- O que... Como você... Por que vim parar aqui?

- Você estava fugindo de um ciclista, guardou a bicicleta na estação de Jaguaribe e não conseguiu dar dois passos de tão tonta que estava. Desmaiou e eu consegui pegar você na hora do desmaio. Te levei até o carro, e te trouxe até aqui, mas já liguei pra Flávia informando que você está bem.

- Você... Você... Viu quem era o ciclista? Como você me achou...? Eu... Por que você... Você está sem camisa?

Não era exatamente daquela maneira que Gerônimo Severo gostaria de encontrar Bel, ou conversar com ela para explicar a confusão da perseguição de bicicleta durante o dia. Como era ele quem a vigiava, sempre ficava numa distância que era suficiente para que ela não o percebesse (e devidamente disfarçado), mas que não fosse distante demais para que o policial perdesse a visão da jovem.

No entanto, a jovem estava tensa e com algum tipo de paranoia naquele dia, e Severo temeu por sua segurança e saúde mental. Tanto que saiu do disfarce para salvá-la do desmaio, enquanto informava aos passantes no calçadão que conhecia a jovem, "sim, não se preocupe, ela é minha namorada, a gente estava andando de de bicicleta e acho que ela viu alguma coisa... Ás vezes é perigoso andar nessa hora..." e foi bastante convincente em sua trama. Tanto que parecia natural para Severo chamar Bel de "namorada".

Mas não era isso que ele queria, por fim?

Levou-a no carro, estacionado na praia de Patamares, enfrentando o sol absurdo, enquanto a bicicleta ficava aos cuidados de um guardador amigo. Depois, preocupado com a saúde da jovem, deixou Bel deitada na cama, enrolada num lençol, sem os óculos e protegida de qualquer ameaça que estivesse a afetando naquele momento.

- Você estava indo tão bem, Bel... Desculpe por ter te assustado, mas tem alguma coisa acontecendo com você? - Severo conversava com a jovem desacordada num tom mais agudo, gregário, e preocupado com ela. Deu um casto beijo em sua testa e a deixou relaxando.

Assim que foi até a sala, ligou para Flávia no celular de Bel, e explicou o que havia ocorrido:

- E ela tá bem? Meu Deus, não acredito nisso og- investigador! Obrigada! Ainda bem que você estava perto!

- Sim, ainda bem.

- Quando Belzinha volta? Eu posso mandar Vilas Bôas buscar ela aí, aquele idiota não tá fazendo nada de relevante mesmo!

- Eu levo ela assim que Isabel ficar melhor. Não se preocupe. - desligou, sem entender o motivo de Flávia estar xingando Daniel, e ao mesmo tempo aliviado que a advogada não o xingou também.

Foi tomar um banho longo e preparar uma comida para os dois: bife acebolado e um arroz com coentro. Ainda precisaria separar o feijão; por isso precisava de uma refeição rápida, mas esperava que fosse o suficiente para Bel. Como ele sempre comia em dobro, eram dois grandes pedaços de bife a mais, e a panela do arroz era consideravelmente imensa.

"Espero que ela goste... Tomara que ela não se incomode com esse arroz com pouco sal..." Severo estava nervoso - nunca tinha cozinhado para outra mulher que não fosse sua mãe. Nem suas namoradas anteriores haviam experimentado sua cozinha prática e bastante própria para um homem solteiro, mas tudo em Bel era diferente. Ela era diferente, e Severo tinha internamente o objetivo de agradá-la, fazê-la se sentir feliz.

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