A cidade de Bexley esconde verdades de seus cidadãos que a própria verdade desconhece. Isso, até que um suposto suicídio força tais segredos a sairem das sombras para o bem da população não tão pacata desse misterioso município de Vermont. Consequen...
- Exatamente, os pais das duas crianças e elas nem moram mais em Bexley, hoje em dia, mas eles só concordaram em manter o silêncio se meu pai mantivesse o Cedrick longe. Não que ter feito isso tivesse sido uma coisa muito difícil para o meu pai, porque o meu irmão andava fazendo várias coisas que ele considerava uma vergonha para a nossa família.
- E o que você acha de tudo isso? - Galatia perguntou com os olhos fixos em cada mísera linguagem corporal que Colt exprimia durante a história.
- ...Galatia, eu não acho que ele tenha feito nada disso... Demorou bastante tempo para a minha irmã me convencer que o Cedrick tinha sido capaz de colocar fogo em uma praça com duas crianças nela. Nós dois éramos bem próximos, antes, mas com o passar dos anos eu passei a acreditar nisso, e sinceramente estava até começando a acreditar que o Cedrick estava envolvido nessa merda toda que está acontecendo em Bexley... Mas eu não acho que ele esteja... Eu conheço ele, eu ainda conheço ele - Confessou. Galatia assentiu, com a história do Rohypnol tilintando em sua cabecinha.
- E hoje...?
- Hoje nós conversamos sobre a nossa mãe... Bastante. A Catherine e eu conversamos pelo telefone mas parece que nunca conversamos sobre nada que eu queira escutar. Talvez ela tenha medo de me deixar magoado ao tocar nesses assuntos, da minha mãe e da nossa família, mas o Cedrick não... E foi bom saber que tem uma pessoa que sente as mesmas coisas que eu.
Galatia sorriu sem dentes, antes de esconder os lábios com a caneca de chocolate, incapaz de estourar a bolha de Colt. Como é que diria aquilo à ele? Por que era sempre ela que tinha que estar nessa posição tão difícil de dar notícias ruins ao menino mais amável do mundo?
- Eu vou tirar ele de lá, assim que eu pensar em algo - Colt disse, erguendo o queixo em um gesto determinado - Que absurdo foi eu pensar que ele seria capaz de fazer alguma daquelas coisas, Gala... Que absurdo! - Ele balançou a cabeça rindo de si mesmo - Mas agora eu vou fazer a coisa certa, e quando ele sair de lá ele vai ajudar nós dois.
- Eu fico feliz por você... - Murmurou, embrulhando o corpo todo na coberta. Talvez a história do remédio fosse só uma coincidência? Talvez o remédio fosse fácil de achar, só não estivesse à venda na farmácia de Bexley? Talvez ela estivesse pensando demais em um detalhe tosco, mas, e se não? E se aquilo significasse o pior? - Colt...
- Oi? - Seus olhos se encontraram. Havia uma leveza discreta estampada no rosto.
- É... Não é nada... Acho que eu já vou dormir - Ela anunciou, antes de se colocar de pé.
- Já? Fica mais um pouco - Colt Carlile deixou tombar a cabeça para fazer aquele pedido fofinho. Galatia Gray perdeu as palavras - Estou brincando, eu sei que você deve estar bem cansada. Já já eu também vou ir dormir - Ele disse, com um sorriso. Galatia então assentiu.
- Boa noite, Colt.
- Boa noite, Galatia.
Demorou para que conseguisse desligar todos os seus pensamentos e cair em um sono profundo e turbulento.
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