Capítulo 1: Até Uva-Passa

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Quando já se beijavam de forma exorbitante e suas mãos já a apertavam em lugares inapropriados, a voz de sua avó Leta o chamando para a escola trouxe os dois de volta para a realidade.

Em um salto ágil a loira alcançou suas roupas íntimas no chão e o vestido casual que tinha jogado por cima do corpo; e que corpo.

- Te vejo na escola - Disse, com um sorrisinho, antes de limpar os lábios com as costas das mãos e desaparecer pela janela do mesmo jeito que tinha entrado na noite anterior.

Leon esticou os braços em sua cama, tão ofegante quanto estaria se tivesse travado uma luta com um rinoceronte e só pudesse usar uma colher. Quando pensou naquela metáfora apertou as sobrancelhas desapontado com sua própria falta de criatividade, então ergueu o corpo e encontrou seu reflexo magro de cabelos negros e rosto avermelhado.

Aquele cara ali estava transando com a Angela Ashwood?

Pois é, nem Leon sabia explicar como aquilo tinha se sucedido.

Já na residência dos Carlile, o tempo provava que existiam vícios nos quais ele só contribuía para mudar do ruim para o ainda pior.

Camille bocejou de forma alta, como já era religioso em todas as manhãs que vivia naquele casarão repleto de mordomias. O bocejo alto chamou a atenção de duas das governantas que correram até a cozinha e voltaram em tempo recorde com uma xícara delicada de café com leite e precisos dois cubos e meio de açúcar em um pequeno prato ao lado.

- Bom dia, Sra. Carlile - Uma delas cumprimentou, mas a mulher sonolenta só respondeu com um bocejo e um acenar de mãos grosseiro que tinha como intenção final dispensar as duas.

Assim que afastou a xícara de café que secou em um só gole, a visão de seu marido em um blazer formal e o óculos atraiu seus olhos verdes.

- Já vai sair benzinho? - Perguntou, balançando as pernas grossas e bronzeadas por um produto artificial e laranja.

- Tenho uma reunião em Nova-Iorque daqui uma hora, estarei de volta para o almoço - Charles respondeu, sempre tão objetivo e descolorido quanto um robô.

- Estive pensando... - A mulher começou, erguendo a xícara para dar mais um gole só para se dar conta que já tinha a esvaziado - Saiu uma nova coleção de bolsas da Chanel e me encantei muito com uma delas... Você poderia trazer para mim de Nova-Iorque, não poderia, Benzinho?

Se teve uma coisa que sua experiência de quase-morte a ensinou há seis meses atrás, é que Camille estava aproveitando de toda a mordomia que lhe era disposta de forma muito sutil. Portanto, desde o dia em que voltou do hospital de Burlington com uma cicatriz horrorosa em um lado da cintura, decidiu que não iria poupar nenhum de seus pedidos.

Charles revirou os olhos enquanto ajustava um pequeno broche de ouro na gola de seu paletó. Ele não iria conseguir negar mais aquela vontade, principalmente depois de outro desejo da mulher que o marido havia realizado a pouco menos de um mês. Desejo que quando realizado, tornou quase impossível fazê-lo resistir qualquer outro pedido: Um novo par de exagerados seios siliconados.

- Tudo bem. Me mande a foto do modelo e peça para alguma das funcionárias acordar o Colt para a escola - O homem acatou antes de lançar um último olhar para a esposa que jogava os braços para o ar de forma deselegantemente animada.

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