Capítulo 19

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Na Pousada Vento do Norte, Avril e Sebastian conversavam.

— Que lugar asqueroso — Avril reclamou ao se afastar de tudo o que pudesse conter poeira, aranhas ou coisas do gênero — Isso me lembra de quando vivíamos no México — Fez uma expressão de nojo — Eu queria apagar aquilo da minha mente — Revirou os olhos e se manteve em pé, pois não queria tocar em nada.

— Não seja idiota! — Sebastian a olhou — Quando vivíamos no México era bom...

— Vamos deixar de besteiras e ir direto ao ponto — O olhou sério — Eu não quero ficar muito tempo aqui — Olhou para todos os cantos e não viu nenhum lugar bom o bastante para se sentar.

— Sim — Confirmou, sem dar importância.

— Eu estou tentando convencer o Alfred a se bandear para o nosso lado — Avril falou — Mas ele é bem difícil de se deixar ludibriar — Bufou — Eu estou há semanas tentando fazer ele roubar a empresa e dividir o lucro conosco — Cruzou os braços — Eu estou dando o meu máximo para tentar convencer ele..., espero conseguir em breve.

— Trouxa! — Sebastian bufou — Eu estava quase conseguindo fazer as transferências para aquela nossa conta na Suíça, mas o idiota do seu marido me mandou vir para esse lixo de lugar — Pôs a mão no rosto depois de um longo suspiro — Estava quase lá — Estalou os dedos.

— Mas vamos manter a calma, pois eu estou tentando convencer ele. Alfred é um amigo de confiança do meu marido, por esse motivo ele está à frente da empresa, assim como você estava, mas é tão lerdo que quase não fez nada, apenas algumas centenas em nossa conta — Bufou — O QUE EU VOU FAZER COM ESSA MISÉRIA!?

Sebastian e Avril estavam há meses tentando roubar Josef, ao qual sempre estavam falhando. Ela o convenceu a deixar seu irmão a frente da empresa quando chegaram ao Brasil. Tudo estava quase saindo perfeitamente bem, quando Josef o chamou para vir ao Brasil e deste modo, seu amigo de confiança, Alfred ficou à frente de tudo.

Avril havia planejado tudo desde o dia em que se casaram. Ela casou-se somente por interessem pois, viu em Josef, um grande homem para tirar da miséria em que ela vivia. Abandonou a sua mãe, mesmo que ela tivesse dado educação e todas as virtudes que alguém precisa para viver.

— Vamos tentar desviar alguma parte do dinheiro para a nossa conta — Avril repetiu — Eu espero que o Alfred venha para o nosso lado, pois ele irá ganhar bastante — Sorriu.

— E meu querido sobrinho? — Sebastian questionou aos risos — Ele é duro na queda!

— Aquele instrutor na Suíça fez o serviço mal feito, eu lhe paguei várias libras e ele não sabotou a asa-delta como eu esperava — Bufou — Vocês dois são idiotas! Eu espero que eles não reabram o caso — Apontou o dedo para Sebastian.

— Você mesma deveria ter feito isso!

— Iria levantar suspeitas — Revirou os olhos — Eu queria ele moto, para poder tomar posse de suas coisas, mas você é idiota!

— Quando ele morrer (espero que seja logo, vamos usufruir do dinheiro dele) — Sorriu.

Avril (Sebastian) sabotou a asa-delta em que seu filho voou há cinco anos atrás, na Suíça. Quando todos estavam preocupados, ela estava afastada, demonstrando estar emotiva e abalada (discretamente procurando saber tudo a respeito do acidente, em especial se ele havia morrido), mas por dentro estava morrendo de felicidade, pois, iria poder desfrutar do dinheiro que ele tem.

Logo quando Igor fez dezoito anos, seu pai tratou de lhe passar todos os conhecimentos e uma parte da empresa, para que ficasse em seu nome. Desta forma, foi preciso fazer um testamento (o próprio concordou) — a pedido de Josef —, onde ele nomeou duas pessoas como guardiões de seus bens, onde sua mãe estava mencionada e recebia quase setenta e cinco por cento de tudo referente a ele. Por este motivo, Avril sempre quis que seu filho morresse, não importando como ou o quão doloroso poderia ser — para ele.

💐

Em seu escritório, Josef falava alegremente com sua sogra, María. Ela ainda não sabia falar bem o português (mas estava a todo custo tentando desenrolar as palavras e frases) e quase sempre quando eles conversavam era em inglês (um pouco enrolado, mas conseguiam se entender perfeitamente).

Eu chegarei logo em breve a sua nova casa — Ela avisou — Há anos que não nos vemos — Deu um sorriso cabisbaixo.

Eu fico feliz por tê-la comigo — Josef sorriu abafado — Espero que chegue logo.

No mais tardar em quatro dias, pois eu preciso organizar as minhas coisas e deixar tudo em ordem —Falou — Eu lhe disse que me casei novamente e consegui montar um negócio com meu marido?

Não... — Josef havia ficado feliz ao ouvir isso — Há tempos que não conversamos...

Pois então, eu e ele nos casamos há três meses atrás nos conhecemos há mais ou menos cinco anos, mas não quis dizer nada a ninguém, nem a vocês que são a minha família.. Logo depois abrimos um pequeno restaurante especializado em comida caseira e depois de um ano, cresceu bastante. Confesso que fiquei bastante assustada com o crescimento — Sorriu.

Eu irei avisar a minha esposa que você estará chegando logo em breve — Comentou.

Não. Eu preferiria que você não dissesse, pois, quero lhe fazer uma surpresa. — Avisou.

Como quiser...

Josef desconfiou, mas não quis perguntar o porquê de ela não querer que avisasse, mas entendia os seus motivos. Ele sempre soube que sua esposa nunca se deu bem com sua mãe, mas mesmo assim, sempre tratou de manter contato com ela, pois não achava certo afastar-se. Ele havia ficado feliz por ela ter refeito a vida — quando a conheceu, ela revelou-lhe que seu marido lhe abandonou e por isso vivia à beira de uma miséria (os poucos trabalhos que tinha, mal dava para se manter). Não sabia ao certo se sua esposa também partilharia da mesma felicidade, mas não iria comentar sobre a chegada de sua mãe.

Ao encerrar a ligação, Marcos Antônio bateu a porta de seu escritório e logo em seguida entrou.

— Boa tarde, meu jovem — Josef o cumprimentou e ele tirou o chapéu, aproximando-se.

— Eu vim aqui para conversar com o senhor a respeito de sua filha — Disse.

— O que tem ela? — Perguntou em um tom firme.

— Eu gostaria de lhe oficializar que nós dois estamos namorando, mas para ter a oficialização completam digamos assim — Falou bastante nervoso — Eu vim aqui para saber se o Senhor permite que eu e sua filha namoremos — O suor estava escorrendo por sua testa, descendo por sua bochecha, se encaminhando pelo pescoço e sumindo por dentro de sua camisa.

Ele não havia se sentado, ainda estava de pé, olhando fixamente para ele.

Josef se pôs de pé. Marcos estavam um tanto quanto amedrontado, pois ele não havia falado nada desde então.

— Eu apenas darei a mão de minha se você me prometer que vai fazer dela uma mulher feliz. Não uma mulher somente feliz. Você vai fazer com que ela seja A mulher mais feliz desse mundo — Disse firme — Se você fizer a minha filha sofrer, talvez o seu destino você já saiba qual é — Sentou-se, sorrindo — Mas, eu permito que vocês dois namorem — Ao dizer isso, apontou para a porta, fazendo com que Marcos saísse ás pressas, pois, estava morrendo de medo.

Ao ver que ele havia fechado a porta, riu tanto, mais tanto que a sua barriga chegou a doer. Josef em todo o momento estava se aguentando para não rir dele. No entanto, ele ficou bastante contente por saber que alguém estava amando realmente a sua filha — todos os homens que já se candidataram por indicações de Avril (Irina se sentia como uma mercadoria em um leilão prestes a ser arrematada), foram reprovados por Josef, segundo ele, nenhum dos ''candidatos'' mostrou sinceridade o suficiente para merecer a sua filha.

Marcos correu para onde Irina estava, precisava todo custo lhe revelar o que aconteceu. No entanto teriam de enfrentar um grande obstáculo, Avril. 

Uma Chance Para Viver - Livro 1Where stories live. Discover now