Capítulo 12

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Quando Helena fechou a porta de sua casa e olhou em direção a cozinha, viu Cristina sentada ao lado de Vítor. Um grande sorriso surgiu em seu rosto — por mais que sua amiga fosse aventureira, ela merecia o melhor (viu que Vítor valia realmente a pena para ela (mesmo depois do mal-entendido que aconteceu um mês antes)).

— Acho que devemos uma explicação a você — Cristina disse antes mesmo de ela chegar a cozinha — Com certeza deve estar estranhando do tudo isso...

— Eu acho que já sei do que se trata — Helena sorriu e cumprimentou sua amiga e logo em seguida apertou a mão de Vítor — Meu querido amigo já me disse tudo — Sentou-se de frente para eles.

— Você contou a ela? — Olhou revoltada para ele — Era para dizermos juntos! — Deu uma tapa em seu braço — Seu mentiroso, me disse que ela ainda não sabia de nada — bufou.

— Ai! — Recolheu o braço e riu abafado.

— Não briguem, crianças! — Teresa entrou na cozinha e os conteve.

Vítor estava mais feliz do que nunca. Usando uma roupa simples, apenas uma bermuda branca e uma camisa lisa na cor azul. Seu sorriso ia de orelha a orelha. Ele de fato estava realmente sendo feliz, pois, nem mesmo com todos os três de anos de relacionamento com Evelyn, ele havia sido feliz.

— Quem começou foi ele — Cristina apontou para ele e riu.

— Eu fico tão bem em ver vocês dois assim — Deu um sorriso aliviado, pois, sua amiga merecia o melhor — Já que estamos aqui, eu queria dizer que logo em breve irei lhe apresentar uma outra amiga — Olhou para Cristina.

— Quem? — Ela perguntou curiosa. Desde que se tornaram amigas, ambas nunca apresentaram outras amigas, no entanto, Cristina realmente percebeu que era uma amizade forte, pois para lhe apresentar, seria algo que valaria apena.

— O nome dela é Irina — Disse.

— A filha do casal que se mudou para aquele antigo casarão? — Questionou.

— Sim!

— Eu a conheci umas semanas atrás, ela foi com o pai conversar com o meu, pois precisavam deixar tudo em ordem as papeladas da fazenda e tudo mais — Comentou — Eu conversei por uns instantes com ela.

— Então...?

— Eu gostei bastante dela — Sorriu.

— Ela é um amorzinho — Teresa comentou — Tomara que agora eu tenha duas sobrinhas — Falou contente.

— Mas eu sou a número um — Cristina mandou beijos no ar para sua tia postiça.

— Sempre será!

Cristina havia encontrado Irina e as duas conversaram sobre coisas da vida em geral. Por um momento, ambas falaram sobre sua nova amiga, mas não citaram os respectivos nomes, ou no caso, o nome.

Josef havia ido ao escritório de advocacia, pois precisava deixar tudo em ordem quanto a sua fazenda e coisas relativas ao futuro dela.

Helena retirou-se para ir tomar um banho rápido e instantes retornou à cozinha. Onde os quatro jantaram. Vítor aproveitou para pedir Cristina em namoro e oficializar toda a relação de uma forma mais bonitinha, diga-se de passagem.

A jovem deixou claro que sua amiga precisaria ser a pessoa mais feliz do mundo e qualquer coisa que ele fizesse para machucá-la, Helena lhe deixou claro que colocaria fogo em sua Confeitaria, em sua casa e quando ele estivesse dormindo, iria cortá-lo em pedaços, queimá-lo e jogar as cinzas em um lixão.

— Meu Deus! — Vítor pôs a mão no peito ao ouvir tudo o que Helena lhe disse — Eu farei de tudo par ser a melhor pessoa para com ela — Afirmou.

Cristina e Teresa riam de como Vítor ficou.

Os dois decidiram que o pedido deveria ser feito na casa de sua melhor amiga. Devido a todos anos em que se conhecem e a consideração que tem uma pela outra — mesmo que após a vida adulta Cristina tenha ficado afasta por conta do trabalho, elas tentavam ao máximo se manterem unidas.

Armando, pai de Cristina ficou feliz e com um pé atrás ao saber que a filha estava se relacionando com outra pessoa, logo depois de ter findado um relacionamento tão ruim para ela (como basicamente todos os outros).

💐

Na Confeitaria, Vítor não parava de falar sobre Cristina. A cada pedido que eles faziam, ele falava dez ou vinte vezes sobre sua amiga. Falando sobre a noite em que jantaram na casa de Helena e que tudo havia sido maravilhoso e saiu melhor do que ele imaginava.

O dia de trabalho havia sido como o de todos os outros passados.

Ao final de mais um dia de trabalho, Vítor se aproximou de Helena segurando um envelope branco que o rapidamente o entregou.

— O que é isso? — Perguntou desconfiada.

— O cheque do seu pagamento — Ao dizer saiu em direção a porta atrás do balcão.

Helena abriu-o com um sorriso de orelha a orelha. Finalmente havia valido a pena todos os dias de trabalho e como literalmente um mês havia voado. Ela beijou o envelope, pois dali em diante tudo ficaria melhor para ela e sua mãe. Checou-o e viu que havia mais dinheiro do que ela havia imaginado que seria.

— Por que aqui tem mais dinheiro do que eu deveria receber? — Questionou ao ver que ele havia voltado.

— Você me deu sorte. Depois que veio trabalhar aqui, eu conseguir fazer todos os pedidos em um menor tempo possível e cada vez mais foi aumentando — Respondeu com um sorriso aliviado.

Antes de contratar Helena, ele havia tido um pequeno prejuízo, pois estava trabalhando sozinho e quase sempre não consegui dar conta da grande quantidade de pedidos que eram feitos.

— Sendo assim eu fico mais aliviada — Helena pensara que estava sendo privilegiada ou coisa do gênero. Caso isso fosse comprovado, ela devolveria toda a parte que se sobressaiu sobre o que foi combinado há um mês atrás.

Despediu-se de Vítor com um grande sorriso e às pressas foi ao mercado, onde comprou tudo o que já estava faltando. Com a ajuda de um homem do marcado ela pôde levar tudo para casa e ao entrar, encontrou a mãe sentada no sofá. Estava a sua espera.

— Mãe — Chamou-a sorrindo.

— O que houve? — Perguntou curiosa.

— Recebi meu primeiro salário — Andou até a porta e a fechou, agradecendo ao rapaz pela grande ajuda e depois percebendo que havia dito aquilo em sua presença (em seu pensamento, ela achou que com toda a certeza o entregador lhe achou pirada na batatinha).

— Que bom, minha filha — Teresa foi até ela e lhe deum um abraço.

— Eu comprei algumas coisas e ainda me sobrou uma boa quantidade para quitarmos algumas das dívidas — Comentou e entregou uma pequena parte a sua mãe (para gastos semanais e emergenciais).

— Vá com calma — Advertiu — Precisava fazer ao menos um plano para saber a quem estamos devendo e quanto iremos pagar por mês, pois, não podemos ficar sem dinheiro — Avisou.

— Tem razão...

Helena levou todas as compras para a cozinha e logo se pôs a arrumá-las junto com sua mãe. As duas estavam discutindo sobre como iriam fazer para quitar o que deviam, organizando tudo mentalmente e até separando o que seria gasto e o que seria guardado. Depois que tudo foi organizado, planejado e resolvido, elas descasaram.

Helena recebeu uma ligação de Vítor, lhe dispensando do dia seguinte, pois seria o seu dia de folga e se encontrariam três dias depois, contando o dia de folga, o dia de sábado e domingo, que a Confeitaria não era aberta. 

Uma Chance Para Viver - Livro 1Where stories live. Discover now