Uma Chance Para Viver - Livro 1

Capítulo 20

Na manhã de domingo, Helena foi chamada para ir ao casarão (mais uma vez). José Alfredo foi busca-la em sua casa a pedido do próprio Igor. Teresa não estava mais gostando que sua filha fosse tantas vezes aquela casa, pensava sempre o pior, mesmo que Helena houvesse lhe dito que Sebastian havia sido expulso de lá, ela não se confiava.

Logo quando chegou a fazenda, notou que havia um grande carro branco estacionado em frente à casa, a princípio não deu importância, mas logo começou a imaginar coisas as quais poderiam ter acontecido a Igor. O que passou de minutos de calma, em poucos segundos viraram um turbilhão de pensamentos negativos. Às pressas, foi seguindo em direção ao seu quarto, e logo quando entrou, viu que um homem vestido de branco (ele estava usando um jaleco, onde havia seu nome bordado em verde do lado esquerdo. Usava barba, ao qual lhe deixava bastante charmoso. O seu porte físico e altura lhe deixavam bem harmônico estando dentro daquela roupa) estava bem perto dele.

— Finalmente você chegou — Com seu humor atípico de cada dia, ele lhe cumprimentou, mas havia algo de diferente — Esse aqui é meu novo amigo, o Doutor Matheus — Apresentou sorrindo.

— Doutor? — Pensou. A jovem estava sem entender o que se passava ali.

— Olá, minha jovem — O homem lhe cumprimentou sorrindo e olhando diretamente para ela — Me chamo Matheus Henrique. Sou fisioterapeuta — Voltou sua atenção para Igor, voltando a consulta — Ele andou me falando que você foi uma das responsáveis por ele ter mudado de ideia — Ele falou, deixando Helena envergonhada.

Ao ouvir o que ele disse, Helena olhou assustada para Igor. Ela nem de longe poderia imaginar que ele havia aceitado fazer a fisioterapia. Mas, seria realmente verdade? Por que ele mudou de ideia tão depressa?

— Eu acabei não lhe contando porque decidi de última hora — Riu — Mas cá estou —Abriu os braços, com um humor bem diferente do qual ela estava acostumada.

— Eu fico feliz que você tenha mudado de ideia, pois vai ser ótimo para você — Disse — Mas ainda demoro a acreditar — Riu.

Helena buscou a cadeira da escrivaninha e sentou-se, observando tudo o que o fisioterapeuta fazia. Depois de alguns minutos, Irina e Josef adentraram ao quarto, cumprimentando a jovem e também se puseram a ver o que ele fazia.

O Doutor Matheus fez vários movimentos com os pés de Igor; recolheu e estendeu a sua perna, para ver o que acontecia. Depois de alguns minutos ele buscou algumas agulhas em sua maleta (estava ao lado de Igor) e as pôs contra seus pés e suas pernas. Todas as vezes que ele lhe furava, Igor sentia leves pontadas e ficava cada vez mais forte quando ele permanecia furando em um só lugar.

Toda a avalição durou por volta de mais de quarenta minutos. Ambos já estavam cansados de esperar ou ficar sentados. O Doutor os olhou e logo começou a falar:

— Eu vos digo com felicidade — Fez uma pequena pausa — Se começarmos logo o tratamento, você irá progredir bastante — Olhou para Igor e deu um sorriso.

Para a surpresa de todos, viram que Igor deu um pequeno sorriso — um grande avanço, visto que ele mal se importava com si próprio.

Josef, Irina e Helena comemoraram alegres, pois, pelo menos desta forma ele conseguiria talvez recuperar o restante de felicidade que lhe restava — ou se já não tivesse sumido.

— Seus sinais estão bons, mas estão fracos — Falou — Há quantos anos está assim? — Questionou.

— Fazem cinco anos — Respondeu, havia uma certa culpa em sua voz — No começo eu até cogitei em fazer a fisioterapia, mas depois eu desisti, não havia lógica. Não para mim.