Ao sair de casa, bem cedo, Irina despediu-se de sua mãe, seu pai e seu tio — ela não o tratava de fato como um tio, lhe via mais como um ''amigo'', diga-se de passagem (mas não o confidenciava suas coisas intimas, logicamente). Ela havia ido para a casa de Helena, chegando lá foi recebida por Teresa com um sorriso animado.
— Vou chamar a Helena — Convidou-a para entrar e sentar-se.
Irina sempre gostou da simplicidade e via tudo isso na casa de sua amiga. Quando estava morando em Londres sempre frequentou lugares refinados, cheios de burburinhos e coisas fúteis que não lhe faziam sentir-se bem.
Helena estava em seu quarto, terminando de arrumar a cama. Logo sua mãe entrou e lhe avisou que Irina estava a sua espera.
— Oi —Sorriu ao cumprimenta-la — Tudo bem?
— Sim — Respondeu sorrindo — Vim aqui para saber se pode ir a minha casa mais uma vez — Olhou para Teresa como se pedisse permissão.
— Já que hoje é meu dia de folga, então posso sim!? — Olhou para sua mãe, temerosa, esperando receber um não como resposta.
— Pode sim — Teresa lhe deu permissão para ir — Gostaria de almoçar? — Convidou Irina.
— Eu lhe agradeço, mas já comi quando saí de casa.
— Minha filha, se você quiser ir, por mim tudo bem, apenas não volte para casa muito tarde, pois eu fico preocupada — Avisou-a.
— Pode deixar que nós tomaremos todo o cuidado. E não se preocupe, eu mandarei o empregado da fazenda vir deixar ela em casa. Temos feito isso todas as vezes as quais ela foi a minha casa — Disse.
— Sendo assim, eu fico bem mais tranquila — Riu.
As duas se despediram de Teresa e foram para o carro onde José Alfredo as esperava para irem embora. Helena o cumprimentou e logo partiram. Todo o caminho foi calmo, ambos conversavam entre si de uma forma amena, conhecendo-se melhor.
💐
Na varanda do casarão Josef estava sentado, aproveitando um pouco do vento que por ali passava. Mais de um mês já havia se passado e tudo havia mudado, ao menos ao que se diz respeito a sua adaptação em um novo país. Avril ainda continuou odiando tudo e a todos, junto ao seu irmão, Sebastian, ela poderia confidenciar todo o ódio que sentia de seu marido por tê-la levado ao inferno.
—Olhe lá, veja se não é a minha amiga, Helena — Josef se pôs de pê para recebê-la.
— Tudo bem, Senhor Josef?
— Já pedi para que me chamasse somente de Josef. — Disse.
— Tudo bem, Josef — Riu.
— Papai, você poderia ficar aqui com ela? — Irina parecia inquieta — Eu preciso resolver algumas coisas.
Antes mesmo de seu pai poder responder, ela saiu às pressas.
— Não sei onde ela foi — Helena levantou as mãos, como se estivesse mostrando sua inocência.
— Eu acho que sei onde ela foi — Josef voltou a sentar-se e chamou Helena para se juntar a ele — Ela me confidenciou que está interessada naquele rapaz que trabalha aqui — Comentou.
— Ela havia me falado — Disse.
— Eu a apoio, afinal, quero ver a minha filha bem, mas a mãe dela não quer saber dos sentimentos da filha...
— Mas se ela está feliz, porque deixá-la triste? — Questionou.
— Minha esposa sempre foi fissurada no bem-estar social (eu sempre soube disso), mas, se eu disse que ela veio da periferia, você acreditaria? — Confidenciou a Helena.
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Uma Chance Para Viver - Livro 1
Romance- De antemão, peço desculpas a erros de digitação durante a sua leitura. Os pacatos dias de Helena Gilbert cessam ao se encontrar com Igor Thompson, recém-chegado de Londres a pequena e calma cidade de Bela Ventura, no interior do nordeste brasileir...