O mês de fevereiro iniciou-se tão quente quanto de costume, trazendo consigo muitas coisas.
Helena havia chegado no quarto de Igor um pouco agitada, o que despertou uma curiosidade nele, no entanto, o jovem não a questionou sobre. A jovem recordou-se de que algumas semanas antes ele prometeu que lhe contaria mais sobre algumas coisas as quais ela estava curiosa para saber. Faziam algumas semanas desde o último encontro, mas Igor estava bem mais cordial que o ''normal''.
— Eu vim porque estou curiosa — Sentou-se em sua cama. Helena estava afoita. Mesmo estando um pouco triste, devido aos acontecidos, a jovem manteve-se firme.
— Recordo-me de ter lhe falado que em nossa próxima visita eu iria lhe contar algo — Pôs a mão no queixo de uma forma cômica (se o vissem fazer isso, não acreditariam) — Gostaria de perguntar algo? Aproveite, pois estou de bom humor — Sorriu — Isso nunca me aconteceu durante esse tempo — Disse baixinho, sem que ela ouvisse.
— Eu não sei o que perguntar, bom — Fez uma pequena pausa — Por que está de bom humor?
— Talvez por suas rupas — Riu.
— O que tem as minhas roupas? — Cruzou os braços.
— Eu nunca vi uma mulher usar isso — Apontou para as pernas Helena. Ela estava usando um short jeans que ia até alguns centímetros a baixo da coxa.
— Eu gosto e afinal, estamos vivendo em um lugar completamente quente — Reclamou.
— Eu sei — Apontou para os ventiladores ligados — Isso é a prova.
— Mas então? — Tentou voltar ao assunto.
— Eu estive pensando naquela conversa que tivemos há algumas semanas atrás. Eu pensei bastante e cheguei à conclusão de que tudo não passa de uma bobagem! — Olhou-a sério — Olhe para mim — Apontou as mãos para si mesmo — Você acha que eu tenho condições de ter uma vida normal?
— Bom — Tentou falar, mas ele continuou:
— Eu estou preso nessa maldita cadeira há cinco longos anos — Respirou fundo — Não é fácil para mim poder sorrir. Não foi fácil acordar em um quarto de hospital e saber que eu estava sem poder andar. Eu era uma pessoa feliz até ir para aquela viagem — Balançou a cabeça tentando se livrar dos pensamentos.
— Eu não quero que você fique assim — Levantou-se rapidamente.
Igor pôs as mãos no rosto e deixou que o soluço involuntário de um choro escapasse.
— Por favor — Helena pediu ao se aproximar dele.
— Saia daqui! — Olhou para ela. Sua voz estava amargurada.
— Mas...
— Eu peço que saia daqui e não comente isso com ninguém. Se você puder voltar depois, eu ficaria feliz.
O fato de Igor nunca ter chorado diante de uma estranha lhe era muito estranho. O jovem nunca havia cometido algo parecido em todos os cinco anos. Helena mexeu com seu interior de uma forma significativa.
💐
A visita a Igor havia deixado Helena bastante pensativa. Ela não queria ter lhe deixado ainda mais infeliz, mas não teve culpa, pois estava curiosa demais para saber tudo sobre o seu passado e sobre o porquê de ele ser tão amargurado.
Chegou a varanda e sentou-se em uma das cadeiras giratórias. Olhando para a frente pôs-se a pensar em muitas coisas.
Dez dias antes Vítor havia retornado de sua viagem. Helena havia se preocupado, mas depois que ele explicou os motivos, rapidamente o deu apoio. Vítor teve de ir se esconder na casa de um parente, pois Evelyn estava perseguindo-o — ele por sua vez havia entrado com um processo judicial impedindo que sua ex-namorada se aproximasse, pois temia que ela fizesse algo ruim para com a sua vida.
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Uma Chance Para Viver - Livro 1
Любовные романы- De antemão, peço desculpas a erros de digitação durante a sua leitura. Os pacatos dias de Helena Gilbert cessam ao se encontrar com Igor Thompson, recém-chegado de Londres a pequena e calma cidade de Bela Ventura, no interior do nordeste brasileir...