Uma Chance Para Viver - Livro 1

Capítulo 23

Em mais uma noite Helena chegou ao quarto de Igor e o viu terminando os exercícios de sempre (ao menos de todas as quatro semanas que se passaram). Seu semblante era de preocupação, mas se mantinha focado em terminar seus exercícios juntamente com Matheus.

— Agora os deixo a sós — Matheus cumprimentou Helena e se pôs a arrumar tudo.

No canto de seu quarto haviam muitas coisas usadas por ele para fazer os exercícios. Os equipamentos eram restritos e somente o que era possível no momento, pois, em alguns dias eles estariam partindo para a capital e poder realizar tudo de uma forma mais eficaz.

Com sua habitual calça jeans e um simples casaco, sentou-se na cadeira da escrivaninha e cruzou as pernas.

Matheus estava se retirando do quarto, quando se despediu de Helena e de Igor, dando-lhes um boa noite e avisando que estaria de volta no dia seguinte.

— Hoje foi bem mais cansativo que os outros dias — Ele reclamou ao ajeitar-se na cama — Me cansei bem mais que o de costume — Respirou fundo.

— Mais é normal — Helena recordou-se de que Josef havia dito que as seções ficariam mais cansativas, pois dentro da semana ele deveria apresentar uma outra melhora para que assim pudessem viajar.

— Mas até ontem eu estava fazendo somente três horas de exercícios e hoje pareceu uma eternidade — Reclamou — Mas tudo bem — Respirou fundo depois de um breve sorriso.

— Ainda continuo dizendo que é normal.

— E lhe falei que a minha vó veio nos visitar? — Comentou.

— Não!? — Olhou-o curiosa.

— Eu achei que teria dito...

— Faz uma semana que eu estive aqui...

— Ela chegou no último dia em que você esteve aqui — Falou — Você veio para cá em um sábado de manhã e ela chegou durante à noite — Explicou — Espero que possam se conhecer logo.

— Ainda não a conheci.

— Talvez vocês duas se deem bem — Deu de ombros — Ela é bastante legal.

— Pode ser que sim — Ficou pensativa — Mas ela é como sua mãe? — Sorriu entredentes.

— Claro que não!

— Ainda bem — Sorriu aliviada.

— Minha avó é um amor de pessoa, totalmente diferente de minha mãe.

Igor ainda não havia se dado conta, mas até a sua forma de falar havia mudado bastante, estava mais amena e menos rude que o de costume.

Avril não estava gostando do que estava vendo, pois, com a sua melhora, seria ainda mais difícil de lhe eliminar, pelo menos segundo ela própria.

Os dois sorriam ao conversar, quando bateram à porta do quarto e logo alguém entrou assim que ele permitiu a entrada. A figura de uma mulher morena, baixinha e de cabelos puxados para trás e um largo sorriso foi se intensificando a cada passo que ela dava; a sua roupa colorida poderia denunciar a sua nacionalidade.

— Essa é minha avó — Igor apontou para María que acabara de entrar.

— É um prazer, senhora! — Helena se levantou e estendeu a mão para ela.

— O prazer é meu! — Retribuiu o aperto de uma forma bastante firme.

María ainda estava tendo um pouco de dificuldade para se comunicar em português, mas estava se esforçando ao máximo para aprender tudo.