Capítulo 4

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Ao chegar em casa, a sua mãe estranhou o fato de Helena estar com uma bicicleta — de onde ela havia tirado aquilo? — Pensou —, mas não a questionou.

— Eu trouxe a bicicleta do Vítor, ele havia me emprestado para fazer uma entrega no Casarão — Explicou — Eu acabei indo no finalzinho da tarde e fiquei por lá até agora — Disse um pouco temerosa, pois com certeza a sua mãe iria lhe dar uma bronca por causa disso.

— Não gosto que você ande até tarde por aquelas bandas — Voltou para dentro de casa — Você sabe é perigoso andar por ali sozinha... — Teresa havia sido um pouco mais compreensiva (entendeu que o trabalho lhe obrigou).

Helena pegou a bicicleta e foi empurrando-a até a cozinha, onde a deixou apoiada na parede e no dia seguinte poderia ir com mais tranquilidade para o trabalho e sem ter o grande medo de chegar atrasada.

— Eu estou bem, — Disse após um breve suspiro.

— Você sabe que eu me preocupo com você — Teresa se aproximou e lhe deu um meio abraço — Mas agora me explique, como assim você foi fazer uma entrega no casarão? — Olhou-a sem entender.

Teresa sempre achou que depois dos antigos moradores, aquele lugar nunca mais seria o mesmo (quando criança, via que o lugar era bastante bonito, mas depois quando venderam para uma outra pessoa (nunca souberam de fato quem realmente era) ele nunca teve a mesma alegria de antes).

O antigo casarão que serviu de residência para ilustres barões, hoje sofre com o tempo. O último dono (antes de Josef) comprou a residência, mas nunca pôs os pés na cidade, apenas os trabalhadores de lá cuidavam em manter tudo em ordem, para que em um possível dia ele pudesse visitar (algo que nunca aconteceu, nem mesmo no dia da venda e mudança de dono).

— Uma nova família deve ter comprado — Supôs — A filha deles foi quem me fez o pedido na Confeitaria e eu quem fui levar — Explicou — Eu conheci somente ela e o irmão, que por sinal é tão mal-humorado que se eu pudesse teria jogado ele daquela cadeira de roda pela escada a baixo — Bufou, mas depois repensou as suas palavras.

— Não estou entendendo... — Sentou ao lado da filha.

Helena tratou de explicar todo o acontecido. Desde o momento em que Irina entrou na Confeitaria, até a breve corrida de bicicleta até chegar na residência, onde foi ''bem'' recebida. Contou que ''conheceu'' o irmão (Igor) da jovem, mas que seu humor não era um dos melhores; disse também que ele vivia em uma cadeira de rodas e supôs que ele era carrancudo por este motivo.

A jovem queria saber o porquê de ele ser daquele jeito, mas isso seria muita curiosidade para uma pessoa só. Uma boa coisa que lhe aconteceu foi ter conhecido a jovem Irina, que assim como ela, simpatizou-se com o seu jeito de ser e seu carisma.

Teresa ficou curiosa para saber mais coisas sobre a nova família, no entanto, Helena não havia conhecido os outros membros para poder dar-lhe um laudo geral de como eram.

Sua mãe riu bastante quando Helena lhe contou que estava ensinando Irina a falar a palavra mosquito. Ela explicou o fato de que a moça é britânica e tinha um sotaque bastante pesado, mesmo sabendo falar fluentemente o português.

💐

No Casarão dos Thompson, assim intitulado por Josef — ato que Avril achou totalmente idiota, pôr o sobrenome em um lugar como aquele —, o clima estava mais que perfeito, pelo menos entre ele próprio, sua filha e em partes por seu filho.

Irina e Josef eram os únicos que se importavam verdadeiramente com ele — mesmo contra a sua vontade, Igor não conseguia agir com frieza quando se tratava de sua irmã e seu pai —.

Uma Chance Para Viver - Livro 1Where stories live. Discover now