Capítulo 10

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Helena havia chegado em frente a Confeitaria, justamente às oito horas da manhã em ponto, mas encontrou-a fechada. Olhou para os lados para ver se via Vítor vindo de algum lugar, mas foi em vão. Andou um pouco mais para a frente, subindo na calçada, ficando bem perto da vitrine ela viu que tudo estava apagado. Só então notou que havia um papel pregado na porta (pelo lado de dentro, mas que mostrava aos clientes o que estava escrito).

Prezados clientes,

Por motivos pessoais terei de me ausentar por alguns dias. Peço desculpas a todos. Quando retornar, darei início a todas as encomendas que faltaram (se ainda quiseres (falo me referindo as que não são para o dia desejado, mas sim a outros dias)). Preferi não deixar a minha funcionária responsável, pois sei que ela ficaria sobrecarregada trabalhando absolutamente sozinha.

Mais uma vez peço desculpas a todos.

Terminou de ler o aviso e ficou imaginando o que poderia ter acontecido para ele ter saído sem ao menos procurar lhe avisar — mesmo ainda não tendo passado o seu contato para ele, ela achou que ele procuraria avisar. Deixou os pensamentos sobre ele de lado e desceu da calçada. Pôs a andar, passando em frente a sorveteria e depois a loja de roupas, olhando as vitrines de ambas e pensando em comprar algo, no entanto logo desistiu.

Distraída enquanto andava, viu quando um carro preto começou a segui-la lentamente. Com um certo medo, ela resolveu apressar os passos, pois não se sabia quem ou que poderia ser. Depois de buzinar e Helena apenas olhar para trás de canto de olho e continuar andando apressada, o vidro do carro foi baixado.

— Helena — Irina a chamou — Pare um pouco — Pediu e somente assim ela olhou para trás e parou — Desculpe pelo mal-entendido — Irina sorriu ao descer do carro.

— Dia — O motorista tirou o chapéu e cumprimentou Helena.

— José Alfredo, não é?

— Sim — Confirmou sorrindo.

— Você não vai trabalhar? — Achou estranho, pois Helena estava andando na direção contrária à de seu trabalho.

— O Vítor não vai abrir a Confeitaria hoje. Eu acabei de vir de lá. Ele deixou um aviso para os clientes. Bom, não sei o porquê de ele ter viajado tão de repente, mas tudo bem.

— Já que você está aqui, eu gostaria de mais uma vez lhe convidar para ir a minha casa, o que acha? — Sorriu.

— Eu gostaria muito — Disse de uma forma claramente estranha (pelo menos para ela mesma).

Helena havia achado interessante ter ido para uma casa tão antiga, diga-se de passagem. Todo o ambiente era interessante e o principal de tudo, ela havia feito uma nova amiga — se Cristina soubesse, ficaria louca. Nos dois dias em que ela foi até lá, achou bom, principalmente quando conversou com Josef. Ele havia compartilhado com ela um pouco de sua vida em Londres, o que a deixou fascinada.

— Mais uma vez eu vim para comprar bolos e doces e não pude — Lamentou com um riso abafado.

— Por que você vem comprar bolos, sendo que na sua casa tem uma cozinheira? — Perguntou curiosa.

— Eu ainda não me acostumei ao gosto do Nordeste — Não me entenda mal — Os bolos da Confeitaria me deixam mais habituada e não me fazem sentir mal — Explicou — Mas eu como quando a Mariana faz.

— Agora eu entendi — Sorriu.

A manhã estava bonita. O sol parecia ter dado uma trégua e não as fez reclamar.

Uma Chance Para Viver - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora