A última sessão de fisioterapia da última semana foi marcada por uma grande felicidade. Na esteira do CR ele conseguiu dar alguns passos sozinho, isso ele queria mostrar para Helena e Irina, no entanto, não neste exato momento, mas só depois, assim ele teria um tempo maior de continuar se esforçando ao máximo (sem se sentir tão pressionado) para mostrar um resultado excelente.
A semana anterior foi um tanto quando conturbada, diga-se de passagem. Helena e Igor estavam um pouco distantes devido ao ocorrido, mas com o final dos seus treinamentos, eles conseguiram voltar a se falar — mesmo que tivessem interrompido isso por um motivo meramente sem fundamento.
Na noite um dia antes de regressarem a Bela Ventura, eles estavam acabando de jantar (uma comida solicitada por Irina e que logo foi entregue a eles no quarto).
— Amanhã finalmente voltaremos para casa — Irina disse ao dar a sua última garfada no prato — Não vejo a hora de estar em casa — Sorriu — Eu gosto de viajar, mas isso cansa muito.
— Eu não vejo a hora de voltar — Igor bocejou — Prefiro ficar no conforto de minha casa.
— Estou com saudades de casa — Helena falou — Quero ver a minha mãe e poder dormir em minha cama novamente!
— Não gostou da cama do hotel? — Igor a perguntou — Ela me pareceu bastante confortável — Disse.
— Gostei, mas mesmo que fosse a melhor cama do mundo, não chegaria a se assemelhar a minha cama — Sorriu — Nada mesmo.
— Você tem razão — Ele se manteve pensativo.
Ao menos um dia antes de voltarem para casa, eles estavam normais e como se nada tivesse acontecido. No entanto, ambos estavam perturbados pelo que aconteceu, mas prefeririam não tocar no assunto, pelo menos não até um dos dois querer.
Irina percebeu o que poderia acontecer e quis se retirar do ambiente, para que ao menos pudessem ter um pequeno momento a sós, por assim dizer.
— Eu vou ao banheiro, preciso de um banho — Disse ao levantar-se e ir até a pequena cozinha, deixando na pia os três pratos e copos. Logo voltou ao quarto e foi até a sua mala, pegando um par de roupas, sua toalha e os produtos que usaria.
Quando perceberam que Irina estava no banheiro e longe de ouvir o que poderiam falar, Igor tomou coragem e falou:
— Eu queria falar sobre aquela noite... — Parecia mais nervoso do que quando foi o CR pela primeira vez ou quando pulou do seu primeiro paraquedas — Há um clima bastante estranho entre nós dois.
— Eu entendo que pode ter sido uma coisa sua. Bom, nunca mais vai se repetir... — Helena sorriu entristecida e olhou para baixo. Havia uma certa decepção precipitada.
Ela estava sentada na cama e logo rapidamente deitou-se, dando um breve suspiro e falando:
— Às vezes as coisas boas passam tão rápido quando menos esperamos — Virou-se para o lado e usou sua mão como um apoio para a cabeça. Ela estava olhando diretamente para Igor, que está sentando na cadeira, um pouco mais distante da cama.
A jovem percebeu o seu olhar curioso, mas sabia, sempre soube que aquele momento nunca mais voltaria a acontecer e, se acontecesse, como seria?
— Nem tudo na nossa vida acontecesse da forma com que esperamos acontecer, mas, nestes cinco anos eu pude aprender muita coisa — Sorriu tentando alegrar Helena — Talvez uma das melhores coisas que tenha me acontecido foi conhecer você. O seu jeito doce, determinado, decido e forte me fizeram voltar a enxergar o mundo... mais uma vez...
— Como assim...? — Ela rapidamente levantou o olhar, coçou o olho e apoiou-se em um braço só. Continuou a olhá-lo, sem entender o que ele queria dizer.
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Uma Chance Para Viver - Livro 1
Romance- De antemão, peço desculpas a erros de digitação durante a sua leitura. Os pacatos dias de Helena Gilbert cessam ao se encontrar com Igor Thompson, recém-chegado de Londres a pequena e calma cidade de Bela Ventura, no interior do nordeste brasileir...