17. A cidade de Prystol

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Depois de todo o alvoroço da noite, os três viajantes decidiram nem dormir e seguiram a trilha até Prystol. Agora, mais tranquilos, sabendo que Kayla poderia sumir num instante se algo aparecesse, a mantiveram perto de seu equus.

A trilha ao pé da montanha que circundava a cidade levou quase a manhã inteira para seguir. O barulho de vozes foi surgindo quando avistaram a entrada principal que conduzia para o portão da cidade.

- Kayla, se você quiser nos acompanhar acho que posso fazer algo. - revelou o mago.

- Como o quê? - perguntou a elfa desconfiada.

- Venha aqui. - com a varinha em punhos, Grunny desenhou movimentos ao redor do rosto e do corpo da elfa.

Logo sua aparência pálida foi substituída por um vigor mais amarelado e suas orelhas deixaram de ser pontudas, ficando redondas, como as de um humano normal.

- Tem certeza que vai dar certo Grunny? Eu posso voltar à cabana e me esconder lá.

- Não, os bandidos podem voltar, é melhor vir com a gente. - replicou Flippo.

- Só não podemos demorar, o feitiço não durará muito.

A montanha tinha uma abertura para o continente que era preenchida por um extenso e alto muro de pedras retangulares e um grande portão de madeira, que estava fechado.

Algumas carroças com pessoas estavam paradas do lado de fora. Alguns dormiam, outros cantavam, e outros cozinhavam. Ao passar por uma delas, um homem levantou-se.

- O que estão procurando crianças? A cidade está cheia! Nem os portões estão abrindo mais.

- Como? - perguntou Flippo - Viemos para o torneio do mago Egoin.

- Sim, todos viemos e chegando aqui nos deparamos com isso. Que disparate! - objetivou o homem.

- Mas, vocês falaram com os guardas? - perguntou Grunny.

- Sim, estão cobrando uma fortuna para entrar! Vinte moedas de ouro de cada participante, dizem que é para taxas de limpeza e saneamento da cidade. Outro abuso, viemos aqui competir e temos que pagar essa taxa...

Os três foram se distanciando do homem, enquanto ele praguejava.

- Será verdade o que ele diz? - perguntou a elfa.

- Vamos averiguar nos portões. - respondeu Grunny.

- Eu não sei como funciona o dinheiro humano, mas não possuo moedas comigo. - ela complementou.

- Deixe conosco. - respondeu o menino.

O olhar dos humanos nas carroças pareceu seguir os recém chegados, quando se posicionaram em frente aos portões. Grunny bateu à maçaneta na pequena porta incrustada no grande portão.

- O que desejam? - respondeu uma voz rouca lá de dentro.

- Viemos nos inscrever para o torneio de Egoin, e... assistir. - disse olhando para Kayla.

- E são em quantos?

- Somos dois participantes e uma visitante, senhor.

- Tudo fica em cinquenta peças de ouro. Se não tiverem o dinheiro nem adianta passar, a cidade já está um caos para mais baderneiros.

Uma pequena aglomeração havia se formado em volta deles, daqueles que não conseguiram entrar, espreitando a decisão que os meninos iriam tomar.

- E como faço para entregar o dinheiro? - perguntou Grunny ao soldado.

- Passe por aqui. - uma portinhola abriu no meio da porta que conversavam.

As Aventuras de Flippo e o Trinustempus Where stories live. Discover now