Depois de todo o alvoroço da noite, os três viajantes decidiram nem dormir e seguiram a trilha até Prystol. Agora, mais tranquilos, sabendo que Kayla poderia sumir num instante se algo aparecesse, a mantiveram perto de seu equus.
A trilha ao pé da montanha que circundava a cidade levou quase a manhã inteira para seguir. O barulho de vozes foi surgindo quando avistaram a entrada principal que conduzia para o portão da cidade.
- Kayla, se você quiser nos acompanhar acho que posso fazer algo. - revelou o mago.
- Como o quê? - perguntou a elfa desconfiada.
- Venha aqui. - com a varinha em punhos, Grunny desenhou movimentos ao redor do rosto e do corpo da elfa.
Logo sua aparência pálida foi substituída por um vigor mais amarelado e suas orelhas deixaram de ser pontudas, ficando redondas, como as de um humano normal.
- Tem certeza que vai dar certo Grunny? Eu posso voltar à cabana e me esconder lá.
- Não, os bandidos podem voltar, é melhor vir com a gente. - replicou Flippo.
- Só não podemos demorar, o feitiço não durará muito.
A montanha tinha uma abertura para o continente que era preenchida por um extenso e alto muro de pedras retangulares e um grande portão de madeira, que estava fechado.
Algumas carroças com pessoas estavam paradas do lado de fora. Alguns dormiam, outros cantavam, e outros cozinhavam. Ao passar por uma delas, um homem levantou-se.
- O que estão procurando crianças? A cidade está cheia! Nem os portões estão abrindo mais.
- Como? - perguntou Flippo - Viemos para o torneio do mago Egoin.
- Sim, todos viemos e chegando aqui nos deparamos com isso. Que disparate! - objetivou o homem.
- Mas, vocês falaram com os guardas? - perguntou Grunny.
- Sim, estão cobrando uma fortuna para entrar! Vinte moedas de ouro de cada participante, dizem que é para taxas de limpeza e saneamento da cidade. Outro abuso, viemos aqui competir e temos que pagar essa taxa...
Os três foram se distanciando do homem, enquanto ele praguejava.
- Será verdade o que ele diz? - perguntou a elfa.
- Vamos averiguar nos portões. - respondeu Grunny.
- Eu não sei como funciona o dinheiro humano, mas não possuo moedas comigo. - ela complementou.
- Deixe conosco. - respondeu o menino.
O olhar dos humanos nas carroças pareceu seguir os recém chegados, quando se posicionaram em frente aos portões. Grunny bateu à maçaneta na pequena porta incrustada no grande portão.
- O que desejam? - respondeu uma voz rouca lá de dentro.
- Viemos nos inscrever para o torneio de Egoin, e... assistir. - disse olhando para Kayla.
- E são em quantos?
- Somos dois participantes e uma visitante, senhor.
- Tudo fica em cinquenta peças de ouro. Se não tiverem o dinheiro nem adianta passar, a cidade já está um caos para mais baderneiros.
Uma pequena aglomeração havia se formado em volta deles, daqueles que não conseguiram entrar, espreitando a decisão que os meninos iriam tomar.
- E como faço para entregar o dinheiro? - perguntou Grunny ao soldado.
- Passe por aqui. - uma portinhola abriu no meio da porta que conversavam.
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As Aventuras de Flippo e o Trinustempus
AdventureHá quase um ano do desmoronamento que soterrou sua mãe nas minas anãs de Bedaürinde, Flippo toma conhecimento de um torneio que tem como prêmio viajar no tempo. Instigado pela lembrança da mãe, o pequeno parte rumo à essa aventura. Na companhia do...