19. O reencontro

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Flippo se dirigiu para a fila de arqueiros, após quase ser esmagado pelos enormes guerreiros que estavam fazendo fila na passagem do meio. As filas quase não andavam e os competidores começaram a xingar. Até que as portas foram fechadas anunciando que a quota do dia já tinha sido alcançada e aqueles que quisessem competir retornassem no outro dia antes do nascer do sol.

A maioria dos competidores se dispersou, mas alguns ficaram na fila dizendo garantir sua vaga para o dia próximo. O arqueiro ficou sem saber como agir quando uma mão o saudou.

- Flippo!

- Ah... oi Grunny, como foi a sua fila?

- Fiz a inscrição. - disse mostrando a runa nas mãos.

- Eu não tive muita sorte, as vagas acabaram e haviam muitos competidores ainda a se inscreverem, na minha frente.

- Que pena Flippo, apenas fiz o cadastro também, me mandaram voltar amanhã para iniciar os testes. Estou curioso a respeito, ainda mais que encontrei uma antiga conhecida.

- Uma amiga?

- Não muito bem... eu a venci, anos atrás, num concurso de aprendizes oferecido pela Ordem Dracônica. Foi uma maratona, tanto para nos conhecermos, como para medir nossos poderes e conhecimentos. Eu e Samantha ficamos para a final, em nossa categoria. Ela tinha uma mestre bem ambiciosa, nós lutamos e eu a venci. Agora ela aparece bem aqui, nessa competição, de novo.

- Bem, parece que o concurso foi anunciado aos quatro cantos do mundo. Olhe, tem guerreiros de todos os estilos e que parecem de culturas tão diferentes.

- Sim, qual o propósito de Egoin em convidar tantos competidores?

- Não sei. Estou preocupado com Kayla também, no meio de tantos lutadores, se a descobrirem não conseguiremos protegê-la.

- Sim, mas ela tem Qhor, conseguirá desaparecer.

Gritos de uma plateia ovacionando após movimentos de ferro foi ouvido ao lado deles, vindo da arena.

- A competição. Podemos ver como está sendo, antes de voltarmos. - sugeriu o mago.

- Boa idéia Grunny, vamos lá.

A entrada não era cobrada para assistir o evento, embora a arena estivesse quase sem lugares vazios, a entrada dos meninos foi autorizada. Eles circulavam pela arquibancada com muitos metros de diâmetro e de altura. A torre negra era melhor vista dali e parecia estar em posição de destaque, posicionada em uma das extremidades da arena, inclusive com abertura direta para ela.

Os gritos acompanhavam a batalha que estava acontecendo no centro da arena, entre um cavaleiro de armadura e uma selvagem com garras e lanças.

- Batalhas? O teste não era de habilidades? - comentou Flippo enquanto se acomodavam em um dos assentos vagos.

- Muito estranho. - respondeu o mago. - será que todos querem o trinustempus?

A conversa entre os dois foi abafada pelo silvo da multidão saudando a vitória da selvagem sobre o cavaleiro, que arrancou seu capacete com suas garras e desferiu o golpe da vitória no cavaleiro.

Os súditos de Egoin, vestidos com túnicas pretas saudaram a mulher selvagem e a levaram para dentro da torre negra, muito bem escoltada.

- Para onde a levaram? - perguntou Flippo.

- Para dentro, mas por quê?

Um senhor, quase sem cabelos e dentes, sentado ao lado dos meninos se intrometeu na conversa deles.

- Todos que se destacam nas lutas são levados para dentro da torre, dizem que de lá conseguem realizar a tão sonhada viagem no tempo.

- Então, eles não voltam? - indagou Grunny.

As Aventuras de Flippo e o Trinustempus Where stories live. Discover now