Enquanto os três caminhavam, agora a capa cobria o cavalo, depois dos meninos dizerem à elfa que aquela criatura era rara em seu mundo,assim a pele aluarada de Kayla ficava ainda mais desconcertante à luz do sol. Ela estava em silêncio parecendo recobrar os sentidos na nova atmosfera que se encontrava.
- Kayla você não parece muito bem. Você nunca deixou seu vilarejo antes?- Grunny perguntou notando a aparência esverdeada da garota.
- Não...na verdade, sempre quis conhecer o mundo além das fronteiras... - cada palavra era difícil de soletrar para ela.
- Mas, você nunca pode sair? - perguntou Flippo.
- Não. Meu povo é muito rígido com suas regras... precisamos nos esforçar o máximo para nos mantermos em segredo. - respondeu levando a mão à boca.
- E... você... poderá voltar? - indagou o mago.
Ou pelo enjôo que estava sentindo, ou pela intensidade da pergunta Kayla se distanciou um pouco dos meninos e vomitou um líquido verde no chão. Seu cavalo veio ao seu lado e esfregou a cabeça em seu ombro, ela sentou no chão, buscando se recompor e ficou contemplando o céu e o sol.
- O brilho do céu é lindo daqui! - foi o que respondeu.
A elfa estava muito aturdida e quase não falava, tiveram que parar várias vezes no caminho para ela descansar. A guarda era trocada entre os meninos, enquanto estavam descansando.
Flippo aproveitou a parada para pegar os pergaminhos que seu mestre o havia concedido e começou a dedilhar a partitura em sua harpa.
- Você é músico Flippo? - perguntou a elfa deitada no chão, ouvindo os acordes.
- Toco alguns instrumentos e meu Mestre me ensinou a enfeitiçar algumas canções.
- Como um bardo?
- Ainda não me considero um bardo, mas um aprendiz... acredito.
- E o que está tocando agora?
- São partituras novas, preciso decorá-las para conseguir usar o encantamento que há nelas.
- Com magia?
- Isso. Sabe Kayla eu poderia tentar ajudá-la, minha música ajudou, uma vez, Grunny a se recuperar do enjôo que estava sentindo quando viajamos pelo mar. Se bem que... eu nunca consegui enfeitiçar meu Mestre e vocês são... - Flippo cortou a fala quando lembrou-se da identidade do seu tutor.
- Somos o que Flippo?
- É... resistentes a magia! Isso! Ele era bem poderoso também.
- Sim... mas minhas barreiras estão fracas agora, acho que você conseguiria algum efeito. Podemos tentar!
- Ótimo, vamos lá.
Flippo virou-se para Kayla e para seu cavalo, deitados um ao lado do outro, e começou a dedilhar as cordas da harpa com sua emoção e encantamento. Era um feitiço de regeneração, um dos primeiros que havia aprendido.
A música soou melodiosa e muito agradável de ser ouvida.
O rosto da elfa foi voltando à sua coloração normal e ela começava a respirar tranquilamente.
- INVASOR! - o ruído metálico emitido próximo ao local onde estavam fez Flippo interromper o encantamento e o cavalo de Kayla saltar do chão, relinchando.
A elfa direcionou o olhar para a frente e ambos perceberam a criatura triangular correndo atrás de uma galinha que fugia de suas mãos alongadas.
- O que é aquilo? - ela perguntou pegando as adagas que tinha em sua armadura.
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As Aventuras de Flippo e o Trinustempus
AdventureHá quase um ano do desmoronamento que soterrou sua mãe nas minas anãs de Bedaürinde, Flippo toma conhecimento de um torneio que tem como prêmio viajar no tempo. Instigado pela lembrança da mãe, o pequeno parte rumo à essa aventura. Na companhia do...