15. A nova companheira

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Enquanto os três caminhavam, agora a capa cobria o cavalo, depois dos meninos dizerem à elfa que aquela criatura era rara em seu mundo,assim a pele aluarada de Kayla ficava ainda mais desconcertante à luz do sol. Ela estava em silêncio parecendo recobrar os sentidos na nova atmosfera que se encontrava.

- Kayla você não parece muito bem. Você nunca deixou seu vilarejo antes?- Grunny perguntou notando a aparência esverdeada da garota.

- Não...na verdade, sempre quis conhecer o mundo além das fronteiras... - cada palavra era difícil de soletrar para ela.

- Mas, você nunca pode sair? - perguntou Flippo.

- Não. Meu povo é muito rígido com suas regras... precisamos nos esforçar o máximo para nos mantermos em segredo. - respondeu levando a mão à boca.

- E... você... poderá voltar? - indagou o mago.

Ou pelo enjôo que estava sentindo, ou pela intensidade da pergunta Kayla se distanciou um pouco dos meninos e vomitou um líquido verde no chão. Seu cavalo veio ao seu lado e esfregou a cabeça em seu ombro, ela sentou no chão, buscando se recompor e ficou contemplando o céu e o sol.

- O brilho do céu é lindo daqui! - foi o que respondeu.

A elfa estava muito aturdida e quase não falava, tiveram que parar várias vezes no caminho para ela descansar. A guarda era trocada entre os meninos, enquanto estavam descansando.

Flippo aproveitou a parada para pegar os pergaminhos que seu mestre o havia concedido e começou a dedilhar a partitura em sua harpa.

- Você é músico Flippo? - perguntou a elfa deitada no chão, ouvindo os acordes.

- Toco alguns instrumentos e meu Mestre me ensinou a enfeitiçar algumas canções.

- Como um bardo?

- Ainda não me considero um bardo, mas um aprendiz... acredito.

- E o que está tocando agora?

- São partituras novas, preciso decorá-las para conseguir usar o encantamento que há nelas.

- Com magia?

- Isso. Sabe Kayla eu poderia tentar ajudá-la, minha música ajudou, uma vez, Grunny a se recuperar do enjôo que estava sentindo quando viajamos pelo mar. Se bem que... eu nunca consegui enfeitiçar meu Mestre e vocês são... - Flippo cortou a fala quando lembrou-se da identidade do seu tutor.

- Somos o que Flippo?

- É... resistentes a magia! Isso! Ele era bem poderoso também.

- Sim... mas minhas barreiras estão fracas agora, acho que você conseguiria algum efeito. Podemos tentar!

- Ótimo, vamos lá.

Flippo virou-se para Kayla e para seu cavalo, deitados um ao lado do outro, e começou a dedilhar as cordas da harpa com sua emoção e encantamento. Era um feitiço de regeneração, um dos primeiros que havia aprendido.

A música soou melodiosa e muito agradável de ser ouvida.

O rosto da elfa foi voltando à sua coloração normal e ela começava a respirar tranquilamente.

- INVASOR! - o ruído metálico emitido próximo ao local onde estavam fez Flippo interromper o encantamento e o cavalo de Kayla saltar do chão, relinchando.

A elfa direcionou o olhar para a frente e ambos perceberam a criatura triangular correndo atrás de uma galinha que fugia de suas mãos alongadas.

- O que é aquilo? - ela perguntou pegando as adagas que tinha em sua armadura.

As Aventuras de Flippo e o Trinustempus Where stories live. Discover now