Capítulo 28

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Betado por @smjkbien.
Muito obrigada



“O que tem começo, tem fim.”
― Nicolau Maquiavel

Harry estava andando de um lado para o outro no corredor vazio do quinto andar, enquanto esperava Hermione aparecer. Ela não demorou mais de dois minutos, e junto com ela estavam Blaise, Draco e surpreendentemente Krum. Harry não se desiludiu ainda, apenas abriu a porta para a sala precisa e assistiu enquanto os companheiros entravam, então fechou a porta atrás de si, deixando a maldição se desfazer.
- Por que ele está aqui? – Perguntou o moreno olhando para Krum que o estava analisando de forma determinada.
- Por que você está vestido assim?! – Perguntou Draco, os olhos arregalados para si, mas todos o ignoraram.
- Porque você não estava aqui. – Respondeu Hermione, parecendo mais irritada do que nunca – Não passou pela sua cabeça me dizer que o você que estava conosco não era realmente você?!
- Não me pareceu importante. – Disse Harry, se sentindo um pouco mal com aquela acusação – O que aconteceu?! Por que Krum está aqui com vocês?
- Porque vucê tentar beijar Hermion. – Respondeu o outro, ainda olhando para ele confuso.
O rapaz mal conteve um suspiro mais cansado do irritado, antes de se virar para o Sonserino na sala.
- Explique. – Bradou Harry olhando para Blaise, que era quem estava parecendo mais calmo ali.
- O cara que está fingindo ser você tentou beijar a Hermione quando ela começou a fazer muitas perguntas... acho que ele pensou que você era namorado dela ou algo assim... Hermione gritou, Krum chegou na hora e o atacou, eles duelaram na frente da biblioteca, todo mundo viu, eu tive que me meter e atacar o cara enquanto ninguém estava olhando.
- Maravilhoso. – Reclamou Harry apertando a ponte do nariz – Realmente maravilhoso. Eu não disse a você que cuidasse disso? Que contasse a ele tudo que ele precisava saber pra fazer isso dar certo?!
- Você não me disse que o cara é maluco. – Defendeu-se Blaise – Ele não me escuta... parece até que gosta de brigar... Como eu ia adivinhar que o idiota ia tentar beijar a Mione.
- Droga! – Bradou Harry, mais alto do que o necessário – Que droga! Onde ele está?
- Na enfermaria. – Respondeu Hermione, cruzando os braços a frente do corpo e ainda olhando para Harry em tom de acusação – Onde você estava?
- Não é importante agora. Isso deve ter chamado muita atenção.
- Você acha?! – Ironizou Hermione – Eu posso até ver a manchete de amanhã... Harry Potter e Vitor Krum, brigando pela nascida trouxa. A escola inteira está falando sobre isso Harry.
- Eu não queria que isso acontecesse Hermione. – Defendeu-se o moreno – Olha, antes de tudo preciso falar com o Krum...
- Eu? – Perguntou ele confuso.
- Harry, você não vai mexer com a memória dele. – Disse Hermione batendo o pé.
- Eu vou se eu precisar. – Agora o rapaz estava mais sério, e Hermione se encolheu um pouco, percebendo que talvez tenha falado demais – Ele é um aluno do Karkaroff, sabe... o cara que tem vigiado a... nossa outra sala de reuniões. O que você tinha na cabeça quando chamou ele aqui?
- Eu tinha na cabeça que meu melhor amigo tinha tentado enfiar a língua na minha garganta. – Os olhos da garota estavam brilhantes e cheios d’agua – Eu estava com medo.
Harry se acalmou um pouco, se sentindo péssimo. Ele não deveria gritar com Hermione, principalmente porque aquilo era culpa dele próprio.
- Mione, eu sinto muito. Mas eu preciso conversar com ele a sós. Você sabe que eu não vou fazer nada que eu não precisar. - A menina mordeu o lábio e acenou afirmativamente, o moreno suspirou – Peça ao Neville para vigiar o outro Harry na enfermaria, vou para lá assim que eu puder. Blaise, você e Nott vão tentar descobrir o que estão falando sobre isso, enquanto todos acharem que é só uma briga de ciúmes tudo ficará bem. Draco, preciso que você vá até Snape e diga que preciso falar com ele, peça a ele parar vir até a sala precisa... – O loiro continuou encarando o vazio como se sequer estivesse escutando o que Harry estava dizendo – DRACO!
- Você estava em um encontro? – Perguntou o loiro, sua face contorcida em algo que poderia ser tristeza ou raiva.
- O que?! – Questionou Harry, confuso por um segundo até que se deu conta da forma como estava vestido e do lugar de onde tinha vindo, ele sentiu seu rosto esquentar contra a sua vontade, mas continuou falando como se nada estivesse errado – É claro que não. Agora faça o que eu pedi. Preciso falar com Snape antes que isso se torne um problema ainda maior.
O loiro não estava feliz, mas acenou afirmativamente e deu as costas para Harry se desiludindo antes de desaparecer pela porta, os outros dois o olharam por mais alguns segundos e então seguiram o exemplo de Draco e saíram, deixando Harry sozinho com Krum e uma baita dor de cabeça.
- O que está havendo?! – Perguntou Krum, Harry suspirou cansado e indicou que Krum se sentasse em uma das poltronas que o moreno nem sequer tinha notado antes.
- O que Hermione contou a você? – Perguntou ele a queima roupa, sentando-se a frente do campeão de Durmstrang.
- Que aqueli non era focê! – Respondeu ele – Issu eu já sapia.
- Sabia?! – Perguntou o moreno erguendo uma sobrancelha.
- Sin. Focês son amigos. Eu vi. Aquile carra… non era focê. Por isso ataquei. Focê nunca machucarria Hermion.
- Obrigado. Por cuidar dela.
- Quem erra aquele carra?!
- Isso não importa agora. Você contou a alguém sobre isso? Sobre o fato de ele não ser eu?
- Non. Hermion disse parra non contar.
- Olha, eu gostaria de poder acreditar na sua palavra, mas eu tenho que checar. Você entende, não é?
- Por que isso é tan importante? – Perguntou o outro, parecendo desconfiado mais uma vez.
- Para responder a essa pergunta eu teria que confiar em você e eu não confio. Mione obviamente confia e é só por isso que eu estou conversando com você antes de tomar qualquer atitude mais drástica.
- Drástiqui?! Como me matar? – Perguntou o outro e Harry percebeu que estava mesmo considerando aquela possibilidade.
Ele balançou a cabeça para afastar a ideia. Ele não era assim, nunca foi, ele sabia que matar não era algo para se fazer a não ser que não houvesse outra alternativa. E ainda assim você não se importa de assistir Tom matar Dolores. Esse pensamento o fez respirar fundo mais uma vez, sua cabeça doía.
- Não. Não te matar. Mas... Olha, existe outra coisa que eu preciso cuidar que é mais imediata. Eu sinto muito, mas você vai ter que ficar aqui. Eu vou precisar te desacordar...
- Você num precis... – Mas antes de o búlgaro terminar sua frase, Harry já tinha lançado o feitiço, e ele caiu no chão completamente desacordado.
Antes de sair, Harry garantiu que o outro estivesse cuidadosamente atado a uma cadeira. Usando o colar chamou Nott, não poderia permitir que o outro ficasse sozinho na sala, alguém precisava vigiar. Não demorou muito para o rapaz chegar, ele passou por Harry e acenou quietamente, sabendo exatamente o que era esperado dele, apenas então Harry se desiludiu e saiu. Ele sabia o que precisava fazer agora, sabia também que era um passo arriscado a se tomar, mas ele não tinha muito tempo e era a melhor opção.
Foi fácil chegar até ao quarto dos meninos do sexto ano, e pela primeira vez desde que chegou ao castelo ele se sentiu com sorte, apenas os gêmeos estavam lá, e era exatamente por eles que ele estava procurando. Estavam ambos sentados na última cama no fim do quarto, envolvidos em algum tipo de conversa que parecia muito intima, George estava rindo quietamente, as bochechas coradas sem encarar o irmão. Harry percebeu imediatamente que deveria anunciar sua presença, então ele pigarreou audivelmente enquanto se livrava do feitiço.
- Desculpe interromper. – Disse o moreno, sentindo-se realmente desconfortável ali de pé no quarto dos gêmeos.
- Harry?! – Disse Fred alarmado, ele se afastou do irmão sobressaltado, George ainda estava encarando o recém-chegado com surpresas no olhar – Você não estava na enfermaria?!
- É complicado... – Disse o moreno enquanto bagunçava os cabelos, sentindo-se estupido por usar essa frase com tanta frequência – Eu não tenho tempo para explicar o que está acontecendo... vocês disseram que me deviam uma. Essa noite, infelizmente, terei que cobrar...
- É claro. – Respondeu George, levantando-se da cama com rapidez – O que você precisa?
- Preciso de uma distração... algo grande, que atraia todos para fora da enfermaria.
- Então realmente há alguém na enfermaria... Sabia que não era você. Não poderia ser você... Hermione não é exatamente seu tipo... – Brincou Fred piscando para ele com conhecimento de causa.
Harry se perguntou não pela primeira vez como todos pareciam saber sobre o tipo de pessoa que ele gostava, ele não era tão indiscreto assim, ou era?! Ele balançou a cabeça, aquela não era definitivamente a hora de se preocupar com isso.
- Explicarei o melhor que puder em outra hora. Agora... Vocês podem me ajudar?
- É claro... – Fred parecia realmente animado, balançando o braço do irmão nervosamente, um sorriso maníaco cobrindo todo o seu rosto – Podemos usar os dragões... você queria uma ocasião especial, mas Harry precisa de nós. É um bom momento...
- Dragões?! Por Merlin... Vocês não tem dragões escondidos pelo castelo, tem?!
- Não exatamente... Você vai saber mais tarde. Confie em nós... vai cuidar do que você precisa... – George hesitou por alguns segundos, mordendo os lábios como se não tivesse certeza do que ia dizer – Mordred.
Harry encarou os gêmeos com os olhos arregalados, pensou em negar, ele poderia refutar seja lá qual fosse a ideia que os levou aquela conclusão, mas o sorriso suave e compreensivo que Fred lhe lançava quando caminhou para frente e pegou a mão de George disse que ele não precisava, porque os gêmeos estavam ao seu lado e continuariam, mesmo sem ter todos os detalhes, então Harry apenas acenou quietamente e se dirigiu a porta.
- Nos vemos mais tarde no lugar de sempre. Mandarei uma mensagem quanto tudo houver terminado.

Harry Potter e o Mentor das TrevasWhere stories live. Discover now