Capítulo 11 - Bônus²

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Betado por @smjkbien.
Muito obrigada.

As coisas ao seu redor pareciam estranhamente fora de foco, e ao mesmo tempo que ele tinha certeza de estar na própria biblioteca na mansão Riddle ele acreditava que a mesa diante dele se parecia muito com a que ele costumava usar na câmara.
- ...um dragão não seria pareô para mim... – Disse Harry de forma falsamente prepotente, Tom olhou para ele surpreso com sua presença ali.
- Não fique tão arrogante. – Riu Tom olhando diretamente para o rosto sorridente do rapaz que estava perto demais, ele se remexeu no sofá e Harry reajustou-se sobre suas pernas, fazendo o Lorde perceber onde o menino estava realmente sentado – Por que você está aqui?
- Porque você me chamou. – Disse o garoto dando de ombros ao mesmo tempo que prendia seu cabelo em um rabo de cavalo alto, a pele clara de seu pescoço parecia ter iluminação própria e o AliansBlood contrastava perfeitamente com a escuridão acima.
- E por que você está no meu colo? Por que não no sofá? – Perguntou o mais velho, mas segurou levemente na cintura de Harry ajudando-o a achar uma posição mais agradável.
- Porque é confortável. Você disse que eu podia. – O garoto pareceu confuso e magoado, olhando para longe do outro homem – Quer que eu saia?
- É claro que não. – Se apressou em dizer, segurando o rapaz com mais força – Fique exatamente onde você está.
Harry estava sorrindo daquela forma levemente arrogante, seus olhos cintilavam mais do que de costume, e seus lábios pareciam úmidos e chamativos, Tom não pode deixar de sorrir em resposta. Sua mão começou a fazer círculos na cintura do rapaz, sentindo a pele macia e quente sob seus dedos.
- Eu queria poder ficar aqui. – Murmurou o rapaz, seus dedos estavam percorrendo a clavícula do Lorde inocentemente e ele parecia triste ao dizer aquilo, Tom segurou seu rosto tentando entender o que se passava em sua mente – Não queria voltar para Hogwarts.
- Você gosta de Hogwarts. – Afirmou Tom – Por que não iria querer voltar?
- Porque eu me sinto fora de lugar lá...como se eu não pudesse ser eu mesmo. Você também se sentia assim, não é? – Perguntou o garoto, seus olhos cor da morte estavam ardendo em direção ao mais velho quando ele falou e Tom quis desviar o olhar.
- Era diferente naquela época. Eu tinha que esconder meus poderes...esconder as trevas dentro de mim...
- É exatamente assim para mim... ninguém entende Tom. – Disse o garoto deitando a cabeça em seu ombro, sua voz quente soprava em seu pescoço enquanto ele continuou – Só você pode me entender. Me aceitar assim, exatamente como eu sou. E só eu posso entender você...
- Você não acha que está sendo arrogante de novo? – Perguntou Tom forçando um sorriso, mas Harry levantou seu rosto e segurou a face de Tom até que estivesse a poucos centímetros de distância.
- Não. – Murmurou o garoto e dessa vez Tom podia sentir o calor de sua voz contra os próprios lábios – Você sabe que é verdade.
Antes que o homem pudesse sentir os lábios de Harry tocarem os seus ele despertou. Ele estava deitado sozinho em sua cama, e por alguma razão seu quarto parecia mais frio do que de costume. Ele se sentou bruscamente, esfregando os olhos para afastar o sono, diversos pergaminhos antigos estavam ao seu redor e então ele se lembrou.
Droga, eu estava pesquisando. O lorde se levantou de sua cama, derrubando algumas coisas que se deitavam com ele no processo. Ele caminhou até o próprio banheiro tencionando a molhar o rosto para despertar, mas pensou melhor e seguiu até seu chuveiro, tirou as roupas e colocou-as dentro do cesto de roupa suja antes de ligar a água sobre o seu corpo. O choque térmico foi intencional, o chuveiro sabia que ele queria acordar, seu corpo tremeu pelo frio por alguns segundos antes da água começar a esquentar até estar confortável.
- Esse maldito torneio está mexendo com a minha cabeça. – Reclamou para si mesmo, encostando a testa contra o azulejo e fechando os olhos, era simplesmente ridículo que ele estivesse tão preocupado que pensamentos sobre o garoto invadissem sua mente durante o sono. Ele pensou na forma que Harry estava próximo em seu sonho, na forma como ele podia sentir o calor do menino contra o seu próprio corpo. Harry era quente, sua própria pele tinha vários graus a mais do que a sua, agora ele sabia, ele tocou o menino em seu último treino, ele sabia que a pele do rapaz tinha a textura ainda mais agradável do que ele supunha antes. Lembrou-se da forma como os músculos do menino estavam tencionados depois do treino e da forma que ele tremeu em suas mãos. Um sorriso se apoderou em seu rosto antes que ele pudesse evitar. Ele gostou de ter Harry tremendo em suas mãos - Isso é estúpido. Eu tenho que parar de pensar nessas coisas agora.
Ele saiu do banho e rumou ainda nu para o quarto, a brisa que entrava pela janela fez seu corpo se arrepiar, mas mesmo assim ele não usou um feitiço para se secar, andou até o armário tirando um robe negro e se enrolando nele resolveu sair do quarto. Ele percebeu que estava com sono antes, mas não conseguia cogitar a ideia de voltar a dormir, em parte porque se sentia energizado, mas a maior parte simplesmente temia ter outro sonho como o anterior. Desceu para a biblioteca e se sentou na escrivaninha, bem longe do sofá que ilustrou seu sonho poucos minutos mais cedo, forçou a própria mente a se concentrar nos relatórios que Yanxley entregou a poucos dias, detalhando a vida de cada integrante atual do Wizengamot, mas era incrivelmente fácil deixar sua mente viajar até Hogwarts e imaginar o que Harry estaria fazendo, irritado ele se levantou e andou até a janela, ele não sabia que horas eram, mas o Sol parecia prestes a nascer.
- Tom, o que há de errado? – Perguntou Nagine entrando no escritório, o homem sequer se virou.
- Nada importante. – Mentiu ele.
- Tom, a casa inteira está cheirando a magia e você está tão inquieto que às coisas estão flutuando ao seu redor... – Sibilou a serpente e apenas nesse momento Tom percebeu um conjunto de penas passar perto de sua orelha – O que está havendo?
- Tive um sonho estranho. Isso é tudo. – O homem se virou com a intenção de sentar no sofá, mas assim que olhou para ele se lembrou do sonho e mudou de ideia indo em direção a uma de suas estantes e fingindo procurar um livro.
- Você sabe que não precisa realmente me dizer o que está acontecendo, mas também não deve mentir para mim. – Tom bufou ao ouvir as palavras de Nagine, ele odiava quando ela agia daquela forma, era irritante.
- Eu só sonhei com algo que não deveria estar sonhando...algo que eu não posso sonhar.
- Desde quanto você não ‘pode’ fazer algo? – A cobra pareceu curiosa e ao mesmo tempo divertida e Tom acabou rindo.
- Eu poderia fazer...mas não devo... – Continuou ele desistindo de fingir prestar atenção aos livros e se virando para sua familiar – Tenho coisas mais importantes para me preocupar.
- Quem decide o que é importante ou não é você. E se está tirando seu sono, com certeza é importante.
- Pensei que eu que decidia... – Implicou Tom.
- Engraçado. – Respondeu a cobra.
Ficaram em silêncio por um tempo, Tom olhando o sol nascer no horizonte, era algo lindo de se observar, mas naquele momento ele não gostou. Depois do sonho ele estava se sentindo estranho, ele estava sentindo falta de algo, mas não conseguia identificar o que era, por um segundo pensou que estava sentindo falta de Harry, mas isso não fazia sentido, o garoto nunca passava tempo suficiente com ele para justificar a sua falta.
- Onde Harry e Gael estão? – Perguntou ele ainda olhando pela janela – O que estão fazendo?
O silêncio durou algum tempo e então Nagine falou.
- Estão se aprontando para o café da manhã. O garoto não dormiu nada esta noite, estava na câmara treinando.
- Sozinho? – Questionou ele, incapaz de suprimir a própria curiosidade.
- Não. Com a menina nascida trouxa. – Respondeu a serpente e Tom suspirou aliviado sem nem mesmo saber porque, então decidiu que não queria saber porque.
- Ele deveria ter dormido um pouco. – Reclamou Tom – Como ele espera vencer um Dragão se não dá ao próprio corpo o descanso necessário.
- Ele está preocupado com a prova Tom, assim como você está...imagino que isso também esteja tirando o sono do menino.
- Mesmo assim...diga a Gael que ela deve incentivá-lo a dormir mais.
- Digo que é uma ordem sua? – Perguntou Nagine.
- Não. Apenas diga a ele para dormir.
- Você deveria seguir o próprio conselho Tom. Você parece exausto.
O homem pensou em reclamar, mas ao invés disso andou até o sofá da biblioteca e se deitou, ele iria dormir ali por algumas horas e isso não tinha nenhuma relação com o sonho que teve anteriormente.

Harry Potter e o Mentor das TrevasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora