Capítulo 21 - Bônus

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Betado por @smjkbien.
Muito obrigada.

Bônus Cap.21²

Sendo sincero ele nem mesmo tentou resistir ao impulso de invadir o quarto alheio e assistir enquanto Harry dormia. Ele imaginou tal coisa durante tempo demais para resistir, então ele simplesmente ficou lá ao lado da cama enquanto o moreno se remexia em seu sono. Assistir Harry era algo que lhe deixava incomodado por várias razões diferentes, uma delas era o fato de que ele estava invadindo a privacidade do menino sem qualquer desculpa valida, e outra, que só agravava a primeira era que Harry parecia vulnerável e muito jovem enquanto dormia, com a boca aberta e os membros jogados sobre a cama sem qualquer organização. Tom se pegou sorrindo para aquela imagem, desejando que pudesse tê-lo ali todas as noites, mesmo que isso fosse tudo que ele poderia fazer.
Ele passou ao menos duas horas apenas assistindo seu menino e se perguntando se em algum momento ele poderia se esgueirar sob aquelas cobertas e se aconchegar ao redor daquele calor. Um estalo abafado soou atrás do Lorde, mas Tom não encontrou em si força para desviar o olhar do menino.
- Devo colocar a mesa para o café meu Senhor?! – Perguntou a elfo.
- Sim. Acorde o jovem Longbottom, vamos sair dentro de pouco tempo e tenho certeza que ele e Harry precisarão ter uma conversa antes disso.
- Como quiser Senhor. – Respondeu ela e outro estalo se fez presente.
Tom quis tocar Harry para acorda-lo, mas resistiu ao impulso e em seu lugar falou em alto e bom tom.
- Você não é gracioso enquanto dorme. – Anunciou ele, e era verdade, Harry não dormia de forma graciosa, mas era tão adorável que Tom quase não conseguiu esconder o sorriso em sua voz.
- O que não é gracioso é observar alguém que dorme. – Disse Harry enquanto se virava na direção do mais velho e ele estava sorrindo lindamente, e era tão iluminado que não importava que ainda estivesse de madrugada, parecia dia - O que faz aqui? Que horas são?
- Está na hora, seu amigo está acordado e esperando por você para o café da manhã, teremos um dia longo então se apresse. – A careta que Harry fez era completamente infantil e por um segundo Tom achou que o menino jogaria um travesseiro nele ou algo assim, mas aí invés ele apenas se levantou da cama, dando as costas a Tom e seguindo em direção ao armário, o lorde decidiu que aquele era um bom momento para sair dali, pois se continuasse talvez não pudesse resistir a assistir enquanto ele se arrumava, e por alguma razão ele teve certeza que Harry não o impediria.
Tom saiu do quarto e seguiu em direção a sala de jantar, o rapaz Longbottom já estava lá, esfregando o rosto para afastar o sono e olhando com desconfiança para ele quando ele se sentou na cabeceira da mesa. Eles trocaram cumprimentos educados e passaram a comer quietamente.
Quando Harry finalmente desceu para a sala de jantar ele arregalou os olhos para cena e murmurou algo que Tom não conseguiu entender, mas ele ignorou e arrastou um cesto de pães de queijo que ele sabia que Harry gostava, e o garoto pegou sem prestar atenção.
- Como eu posso fazer magia fora da escola?! Se vocês pretendem que eu ajude a sequestrar alguém outra vez, preciso poder usar magia, não quero me sentir indefeso como da última vez.
- Neville, é complica...
- Não diga que é complicado. Eu descobri que meu melhor amigo tem mentido e escondido coisas de mim nos últimos meses, eu sequestrei meus próprios pais da ala psiquiátrica e entreguei-os nas mãos de um desconhecido que afirma poder cura-los. Eu fugi da escola durante a madrugada e estou tomando café em Merlin sabe onde, antes de sequestrar outra pessoa, não uma pessoa qualquer, uma das pessoas que supostamente torturou meus pais e que de acordo com o que eu sabia até agora, estava morta. Acho que eu posso lidar com complicações.
Tom riu do discurso do rapaz, admirando sua determinação.
- Eu entendo perfeitamente que você queira realizar o ritual também, mas não temos tempo no presente momento. Quando Harry o realizou foi extremamente desgastante e ele dormiu durante cinco horas depois. Se quando retornarmos você ainda quiser passar pelo ritual nós lhe ajudaremos...
- Retornarmos?! – Harry disse alarmado, olhando para Tom com preocupação - Você também vem?
- Eu não vou deixar você invadir praticamente sozinho uma das residências mais bem protegidas da Grã-Bretanha.
- Então porque não me mandou trazer os outros? Poderíamos lidar com isso facilmente, apenas eu e Hound.
- Estou cansado de ficar aqui todo o tempo. E será muito mais rápido e simples se eu for com vocês...- Afirmou o mais velho.
- Não é seguro para você lá fora no momento. – Disse Harry – Todo mundo está com a guarda alta, você não acha que alguém vai soar um alarme direto na sala de Dumbledore se você for visto?!
- Mas o que...? – Disse o menino Longbottom, mas ninguém deve qualquer atenção.
Ao mesmo tempo que a preocupação de Harry fazia seu coração se aquecer a alta de confiança o deixava irritado.
- Posso perfeitamente lidar com isso. Você sabe bem que ninguém vai me reconhecer.
- Então você vai só contar com a sorte?! – Protestou o mais jovem – Tom, é desnecessário. Eu consigo sozinho.
- Eu vou e ponto final. Não discuta. – Anunciou Tom se levantando da mesa e seguindo em direção a saída – Estejam prontos em vinte minutos.
- Idiota arrogante! – Foi a última coisa que Tom escutou antes de subir a escada intempestivo em direção ao seu quarto.
Ele precisou resistir ao impulso de bater à porta do quarto como uma criança devido a raiva.
- Ele realmente acha que eu não posso cuidar de mim mesmo?! Eu sou Lorde Voldemort. – Gritou para si mesmo, enquanto olhava-se no espelho, ele sentiu a aproximação de Nagine antes de vê-la.
- O que está acontecendo Tom? Por que você está tão irritado?
- Harry não acha que eu sou capaz de lidar com uma simples missão de extração. – Sibilou Tom, sua voz repleta de raiva injustificada.
- Tenho certeza de que você o entendeu mal. Harry nunca duvidaria de suas capacidades Tom, assim como você não duvida das dele.
- Ele acha que Dumbledore pode me machucar apenas pelo fato de eu sair da mansão.
- Ele está preocupado... da mesma forma que você fica.
- Não existe nenhuma razão para ele estar preocupado.
- Também não há razão para você se preocupar com ele na maior parte do tempo e você ainda se preocupada. – Disse ela, parecendo irritada com a falta de coerência de seu mestre – Você parou para pensar que ele pode estar acreditando que você não confia nele para realizar a missão?!
- É claro que eu confio nele para realizar a missão, eu apenas quero estar com ele. – Bufou Tom e ao ouvir o que tinha acabado de dizer corou e não conseguiu se forçar a olhar para Nagine outra vez – Eu quis dizer...
- Que você sentiu falta do menino. – Completou a cobra e Tom se sentiu ainda mais desconfortável – Não há nada de errado com isso Tom. Você pode sentir falta dele, eu sinto falta de Gael também.
- Harry não é meu filho.
- Mas ele é alguma coisa, não é?! Você não pode negar o quanto ele é importante para você, não para mim pelo menos.
- É claro que ele é importante Nagine, ele será a chave para a queda de Dumbledore e...
- Não Tom... eu disse que ele é importante para você não para a causa. Quanto mais cedo você admitir isso, mas cedo poderá fazer algo a respeito.
Ele já tinha admitido isso, pelo menos para si mesmo, mas não estava pronto para dizer algo assim a Nagine, não ainda, então, para evitar o assunto ele transfigurou suas roupas em algo mais parecido com aquilo que os aliados de Harry usavam e começou a descer as escadas outra vez.
Quando estava quase voltando até para a sala de jantar ele escutou a conversa dos dois rapazes e não ficou tão surpreso ao perceber que Harry tinha contado a verdade a Neville.
- Como você não o amaldiçoou ainda?! Eu já teria tentado mata-lo a muito tempo! – A raiva de Neville era clara e por um segundo Tom se preocupou que ele estivesse falando de si, dizendo a Harry para não cofiar nele.
- Matar Dumbledore não mudaria nada! Apenas me mandaria direto para Azkaban, ou então daria a ele a oportunidade de me matar que ele tanto quer. – Disse Harry e Tom se sentiu orgulhoso do menino, porque apesar da raiva que ele sentia ele estava calmo e controlado ao dizer aquilo – Eu não fui o único que teve a vida destruída por Dumbledore Neville, houveram outros antes de mim... pessoas sem nome que eu sequer conheço...Não posso simplesmente mata-lo, tenho que destruir quem ele é e o que ele representa.
Tom soube desde o começo que Harry seria importante para a causa que ele seria a ruina de Dumbledore, mas naquele momento ele enxergou além disso, ele viu o quanto Harry poderia fazer mesmo depois de Dumbledore ter sido desmascarado, Harry poderia fazer tudo aquilo que ele não poderia, ele poderia guiar o mundo bruxo para o caminho em que ele cresceria e isso apenas o deixava mais orgulhoso de seu menino.
- Já acabaram de conversar?! – Perguntou ele, finalmente mostrando sua presença, ambos os rapazes olharam para ele com graus diferentes de surpresa – Vistam-se. - Os dois adolescentes começaram a subir a escada, mas Tom segurou o braço de Harry impedindo-o - Você está certo. Não vou mostrar meu rosto, não vale o risco. Você lidera. Acho que vou precisar de um nome bonitinho também, não é?!
Harry riu para o mais velho a tensão entre eles desapareceu.
- Vou te chamar de Tom, todos te conhecem mesmo como Voldemort. – Disse o mais jovem dando de ombros.
- Irônico. Parece que hoje eu sou seu comensal. – Brincou ele.
- Eu não tenho comensais da morte Tom. Tenho amigos.
Tom escutou as palavras não ditas e algo dentro de si se aqueceu e foi naquele momento que ele soube com toda a certeza. Ele estava completamente apaixonado por Harry Potter e não havia nada que poderia fazer sobre isso.

Harry Potter e o Mentor das TrevasWhere stories live. Discover now