Capítulo 6

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Betado por @smjkbien. Muito obrigada.


“Trame, planeje, calcule, postule, o quanto quiser. Sempre existirão surpresas à sua frente. Conte com isso.”

- Henry Miller

Quando eles desceram para o café na manhã do dia 30 de outubro, descobriram que o Salão Principal fora ornamentado durante à noite. Grandes bandeiras de seda pendiam das paredes, cada uma representando uma casa de Hogwarts – a vermelha com um leão dourado da Grifinória, a azul com uma águia de bronze da Corvinal, a amarela com um texugo negro da Lufa-Lufa e a verde com uma serpente de prata da Sonserina. Por trás da mesa dos professores, a maior bandeira de todas tinha o brasão de Hogwarts: leão, águia, texugo e serpente unidos em torno de uma grande letra “H”.
Harry, Ron e Hermione viram Fred e George à mesa da Grifinória. Mais uma vez, e muito anormalmente, os dois estavam sentados à parte dos demais e conversavam em voz baixa.
- Vocês já tiveram alguma ideia para o Torneio Tribruxo? – Perguntou Harry. – Continuaram pensando como vão tentar se inscrever?
- Perguntei a McGonagall como é que os campeões são escolhidos, mas ela não quis dizer – respondeu George com amargura. – Só me disse para calar a boca e continuar transformando o meu racum.
- Fico imaginando quais vão ser às tarefas – Disse Ron pensativo – Sabe, aposto que poderíamos dar conta, Harry e eu já fizemos coisas perigosas antes...
- Não na frente de uma banca de juízes, isso vocês não fizeram – disse Fred. – McGonagall disse que os campeões recebem pontos pela perfeição com que executam às tarefas.
- Quem são os juízes? – Perguntou Harry.
- Bem, os diretores das escolas participantes sempre fazem parte da banca – disse Hermione e todos a olharam surpresos –, porque os três ficaram feridos durante o torneio de 1792, quando um Basilísco que os campeões deviam capturar saiu destruindo tudo. - Ela notou que todos a olhavam e disse, com o seu costumeiro ar de impaciência quando via que ninguém mais tinha lido os mesmos livros que ela – Está tudo em Hogwarts: uma história. Embora, é claro, esse livro não seja cem por cento confiável. Uma história revista de Hogwarts seria um título mais preciso. Ou, então, Uma história seletiva e muito parcial de Hogwarts, que aborda brevemente os aspectos mais desfavoráveis da escola.
- Por que você está dizendo isso Mione? – Perguntou Ron confuso e a menina corou ao olhá-lo por sob os cílios.
- Eu...eu quero dizer… existem muitas coisas sobre à escola que não estão lá, por exemplo, não há nada lá sobre os ataques de cinquenta anos atrás e tenho certeza que estão faltando muitas outras coisas também.
- Quem iria querer ler sobre todas essas coisas ruins? – Perguntou Ron sorrindo como se a ideia fosse totalmente estúpida.
- É um livro de história Ronny, era de se esperar que contivesse TODA a história, não apenas aquilo que é agradável de ler. – Reclamou Harry, mas o ruivo apenas deu de ombro deixando o assunto morrer.

A chegada das delegações de Beauxbatons e Durmstrang foi espetacular como não poderia deixar de ser. A mulher gigante com seus cavalos ainda maiores sem dúvida despertaram o interesse de todos, mas nada se comparava à surpresa da chegada do apanhador Búlgaro, Vitor Krum. Ron e metade do corpo estudantil masculino estava eriçado, sedentos por conseguir um autógrafo do melhor apanhador do mundo, Hermione achava aquilo tudo incrivelmente estúpido, mas depois de receber vários olhares atravessados dos colegas de casa sentou-se quietamente ao lado de Harry decidindo que não valia a pena a discussão.
Apesar do nível de excitação nas alturas jantaram todos sem grandes acontecimentos, Dumbledore saudou os hospedes daquela forma agradavelmente estúpida que lhe era tão comum e Harry revirou os olhos, a maioria pouco comeu, ansiosos demais para o anúncio que todos sabiam que se seguiria ao jantar. Depois que os pratos de ouro foram limpos, Dumbledore se levantou mais uma vez. Neste momento, uma agradável tensão pareceu invadir o salão. Harry sentiu um tremor de excitação só de imaginar o que viria a seguir. A algumas cadeiras de distância, Fred e George se curvaram para a frente, observando Dumbledore com grande concentração.
- Sr. Filch, por favor, traga-nos a arca. - Filch, que andara rondando despercebido na extremidade do salão, se aproximou então de Dumbledore, trazendo uma arca de madeira, incrustada de pedras preciosas. Tinha uma aparência extremamente antiga. Um murmúrio de interesse se elevou das mesas dos alunos – As instruções para as tarefas que os campeões deverão enfrentar este ano já foram examinadas pelos Srs. Crouch e Bagman – disse Dumbledore, enquanto Filch depositava a arca cuidadosamente na mesa à frente do diretor –, e eles tomaram às providências necessárias para cada desafio. Haverá três tarefas, espaçadas durante o ano letivo, que servirão para testar os campeões de diferentes maneiras... sua perícia em magia, sua coragem, seus poderes de dedução e, naturalmente, sua capacidade de enfrentar o perigo. Como todos sabem, três campeões competem no torneio – continuou Dumbledore calmamente –, um de cada escola. Eles receberão notas por seu desempenho em cada uma das tarefas do torneio e aquele que tiver obtido o maior resultado no final da terceira tarefa ganhará a Taça Tribruxo. Os campeões serão escolhidos por um juiz imparcial... o Cálice de Fogo. - Dumbledore puxou então sua varinha e deu três pancadas leves na tampa da arca que se abriu lentamente com um rangido. O bruxo enfiou a mão nela e tirou um grande cálice de madeira toscamente talhado. Teria sido considerado totalmente comum se não estivesse cheio até a borda com chamas branco-azuladas, que davam a impressão de dançar – Quem quiser se candidatar a campeão deve escrever seu nome e escola claramente em um pedaço de pergaminho e depositá-lo no cálice – disse Dumbledore. – Os candidatos terão vinte e quatro horas para apresentar seus nomes. Amanhã à noite, na Festa das Bruxas, o cálice devolverá o nome dos três que ele julgou mais dignos de representar suas escolas. O cálice será colocado no saguão de entrada hoje à noite, onde estará perfeitamente acessível a todos que queiram competir.
- Isso é demais. – Murmurou Ron com os olhos vidrados nas chamas assim como a maior parte do corpo estudantil.
- Devo, contudo, alertar que apenas alunos com dezessete anos ou mais poderão apresentar seus nomes. – Um murmúrio de descontentamento se seguiu a essas palavras, mas o diretor escolheu simplesmente ignorá-lo – Para garantir que nenhum estudante menor de idade ceda a tentação eu mesmo enfeitiçarei uma linha etária ao redor do cálice, assim sendo ninguém que não corresponda a descrição de um candidato válido poderá passar.
- Isso é extremamente injusto. – Lamentou-se Ron assim que o diretor liberou a todos para se retirarem por aquela noite – Por que eles não permitirão menores na competição? Não é como se fossemos ter outra chance...
- Não seja bobo Ronald, o torneio é perigoso, nem mesmo Dumbledore permitiria que seus alunos se arrisquem de forma tão estúpida. – Harry sorriu ao ouvir a crítica velada de Hermione ao diretor – Fora, que eu não acredito que qualquer aluno com menos de dezessete anos conseguiria vencer.
A discussão continuou noite a dentro, aparentemente muitos dos outros Grifinórios concordavam com a opinião de Ron e se sentiam indignados com às regras, Harry por sua vez considerava tudo aquilo de pouca importância, ele não conseguia entender o que havia de tão interessante na ideia de arriscar sua vida para o divertimento do público, ele já fazia isso há anos e não recomendaria a ninguém.

Harry Potter e o Mentor das TrevasWo Geschichten leben. Entdecke jetzt