Problema De Casal

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Há poucos anos, Gayle e eu aconselhamos Becka e Larry, um
casal que tinha um problema que cerca de 90% dos casais costu-
mam ter: interesses sexuais diferentes. Larry queria ter relações
duas ou três vezes por semana, Becka preferia uma ou duas vezes
por mês. O casal havia chegado a um meio-termo: teriam rela-
ções sexuais todos os sábados à noite.
Larry achava que o fato de Becka não querer ter relações se-
xuais com a mesma freqüência que ele significava que ela não o
amava. E Becka acreditava que a necessidade que Larry tinha de
se masturbar era uma forma de infidelidade.
Primeiro, pedimos que cada um lembrasse de algo que aprecia-
va no outro, até completarem dez coisas. Este exercício simples,em geral, leva as pessoas a saírem de suas mentes conflitantes
para suas mentes pacíficas, de sua separação para sua ligação.
Em seguida, pedimos a Larry e Becka que fechassem seus
olhos e perguntassem a si mesmos qual era o objetivo do sexo no
casamento, que motivo teriam para manter relações sexuais e
qual seu papel no relacionamento.
Os dois essencialmente nos contaram a mesma coisa: queriam
que o sexo fosse um ato de amor e queriam que fosse algo que os
unisse mais.
Gayle, então, se dirigiu a Larry:
— Algum dia você já fez uma refeição tão maravilhosa e comeu
tanto que simplesmente não podia dar mais uma única garfada?
— Muitas vezes... — disse Larry.
— Pense em como se sentiria se, toda vez que terminasse uma
refeição como essa, Becka lhe dissesse: "Larry, quero que você
coma outra refeição do mesmo tamanho... e, se você realmente
me ama, você fará isto agora mesmo." Como mulher, posso
garantir que essa é a sensação que dá ao pensar em ter relações
sexuais quando não se tem vontade.
De minha parte, tentei explicar para Becka a diferença entre
o desejo sexual da maioria dos homens e o das mulheres. Eu
disse a Becka que exigir que Larry tivesse apenas duas relações
sexuais por mês sem direito nem mesmo ao seu prazer solitário
era como pedir que ele comesse apenas uma vez a cada dois ou
três dias sem fazer um lanche...
O resultado da sessão: Becka resolveu ser mais compreensiva e
deu uma semana de "passe livre", em que Larry poderia ter as
relações que desejasse com ela. Larry, por sua vez, concedeu a
Becka "cinco desejos" para que eles pudessem melhorar suas
relações sexuais. Os dois também decidiram pesquisar outras experiências eróticas. Mais importante ainda, eles tentariam ou-
tras abordagens até encontrarem uma que funcionasse. Em outras
palavras: concordaram em resolver o problema de algum modo.
Meses depois, eles nos contaram que, após uma série de erros
e tentativas, chegaram a uma abordagem "bastante agradável" e
que o sexo já não era mais problema. Eu bem gostaria de poder
dizer que eles tiveram uma fabulosa vida sexual para sempre —
mas uma vida sexual agradável, com apenas uma e outra dificul-
dade, já é um sucesso...
Evidentemente, nem todos os casais resolverão este tipo de
problema tão rapidamente quanto Becka e Larry, mas é instruti-
vo entender o que levou os dois a se acertarem:
1. Eles pararam de tentar controlar um ao outro.
2. Os dois mudaram o foco de suas necessidades individuais
para as de um casal.
3. Olhando-se com afeto, viram que cada um queria tornar
mais fácil a vida do outro e decidiram escutar as necessi-
dades do outro.
4.Os dois fizeram um plano e experimentaram, compreendendo
que se partes desse plano não funcionassem, eles continuariam
tentando até encontrarem uma solução que agradasse aos dois.
Resumo: desistiram de tentar controlar e admitiram que só é
possível controlar a própria atenção. Se nos concentrarmos no
que une, conforta e tranqüiliza a nossa mente, e não deixarmos
nenhum pensamento bloquear essa concentração, saberemos
quando encontrarmos aquilo em que acreditamos mais profun-
damente porque nos sentiremos felizes. Este sentimento
mostrará a sua ligação e a sua união com as pessoas à sua volta.

Não Leve a Vida Tão a sérioWhere stories live. Discover now