Libertação 9

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Crédito extra, libertação extra.

(Este exercício é inteiramente opcional, foi criado para
reforçar e aprofundar o que já discutimos. Se você acha que já sa-
be identificar corretamente os pensamentos que geram momen-
tos de perturbação ou conflito, passe para a seção seguinte: "Pa-
ra compreender os pensamentos D".)
A. Nos próximos dois dias, escolha pelo menos dois momen-
tos em que sentir que está tendo, ou acaba de ter, uma sensação
de conflito, perturbação ou irritação. Imediatamente, congele o
conteúdo de sua mente e, cuidadosamente, examine os pensa-
mentos envolvidos. Leve sempre um caderninho ou um pequeno
gravador para anotar pelo menos o tema de cada pensamento.
B. À noite, acrescente os detalhes que não teve tempo de ano-
tar durante o dia. Para desvendar os pensamentos vagos ou par-
cialmente escondidos, faça a si mesma as seguintes perguntas:
• Que pessoa ou situação parece estar causando a emoção ou
está no centro dela?
• O que esta pessoa ou situação simboliza? O que me faz lembrar?
Digamos, por exemplo, que você notou que boa parte das
angústias que sente giram em torno de sons desagradáveis — al-
guém que mastiga ruidosamente à mesa, um telefone ou uma
campainha que toca "na hora errada", cães latindo ou crianças
gritando. Talvez você pense que esses ruídos são incômodos e ponto final. Insistindo, talvez lembre que na infância sempre lhe
diziam para se acalmar, não interromper as pessoas e falar baixo.
Essa lembrança pode explicitar que, para você, esses ruídos sim-
bolizam a falta de reconhecimento e de consideração das pes-
soas ou, quem sabe, o desejo delas de controlar você.
Outro exemplo poderia ser que você sente angústia e pertur-
bação quando alguém perde ou quebra suas coisas. Ao tentar
descobrir o que isso simboliza, você relembra a falta de conside-
ração de um antigo colega, que passava adiante fofocas das quais
tomava conhecimento em conversas, endereçava erradamente as
cartas e os e-mails ou perdia as chaves... Refletindo mais fundo,
talvez você lembre que as coisas que juntava em seu quarto
quando criança muitas vezes eram jogadas no lixo e seus brin-
quedos preferidos eram dados a outras crianças. Ou seja: quan-
do alguém perde ou danifica alguma coisa que lhe pertence, sig-
nifica que você não está sendo visto com clareza ou compreen-
dido em profundidade.
• O que eu imagino que torna estas circunstâncias impor-
tantes o bastante para me perturbarem?
Usando o primeiro exemplo, talvez você escreva algo assim:
"Ter meu tempo, minha concentração e minhas atividades res-
peitadas é tão importante que qualquer som me perturba."
Para o segundo exemplo, você poderia escrever: "Minhas
coisas são importantes, algumas contêm muitas lembranças,
outras são parte de meus relacionamentos. Assim, quando al-
guém perde ou danifica alguma delas, sinto que me atacam."
• Se imaginar esta situação se deteriorando ou o comporta-
mento dessa pessoa piorando, o que vejo acontecer comigo?
Esta pergunta implica imaginar que seja lá o que tenha ocor-
rido, se repita com maior freqüência (cada vez mais coisas são perdidas ou danificadas, aumentam os episódios de barulho).
Enquanto imagina isto, o que acontece emocional, física e men-
talmente com você? Está se vendo desaparecer? Entra em
depressão, adoece ou pensa em se suicidar?
C. Faça as etapas A e B durante, no mínimo, dois dias. No
final do segundo dia, leia todos os seus pensamentos e anotações
sobre essas perturbações. Leia essas listas com a maior impar-
cialidade possível — ou seja, sem julgar a si ou aos outros.
Tente descobrir se há algum padrão em seus pensamentos,
alguma idéia principal ou apenas pensamentos associados. Há
um medo generalizado, "real" ou importante de perder a autori-
dade? Talvez muitos de seus pensamentos estejam ligados a di-
nheiro... Se é assim, qual a sua atitude em relação ao dinheiro?
Responda com a maior honestidade possível.

Não Leve a Vida Tão a sérioWhere stories live. Discover now