Libertação 8

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Tempo sugerido: 2 dias ou mais.

O sucesso desta etapa está fortemente ligado à sua intenção.
Portanto, sinceridade e foco no seu objetivo é tudo o que se pre-
cisa. Seja simples e direto: isole um ponto mental magoado de cada
vez e trabalhe até que ele esteja curado. Exemplo: o arrependimen-
to de algo que você fez ou deixou de fazer a outra pessoa.
A. Examine tudo o que aconteceu, detalhadamente. Não per-
ca tempo criticando a si mesmo ou divagando sobre possíveis remorsos ou vergonhas. Se, por acaso, você não compareceu a
um compromisso que era muito importante para a outra pessoa
e sempre lamentou isto, examine o que impediu você de estar
presente e as conseqüências disso. Na verdade, você simples-
mente não estava a fim de sair de casa naquele dia, deu uma des-
culpa e ela foi aceita. Examine o preço emocional que você
pagou por agir assim.
B. Pergunte a si mesmo se há algo que você pode fazer para se
desculpar. Confessar que você simplesmente não estava interes-
sado, não funciona. Se você acha que esta pessoa o conhece
muito bem, talvez fosse bom enviar-lhe uma desculpa cuida-
dosamente elaborada.
Não caia na armadilha de uma desculpa esfarrapada qualquer:
"Eu estava muito preocupado naquele momento", "Eu estava en-
rolado com meu trabalho". Apenas peça desculpas, dê meia-
volta e não diga mais nada. Se você quer realmente consertar a
situação, dê um presente muito especial ou desculpe-se pessoal-
mente — ou as duas coisas. Peque pelo exagero, mande buquês
de flores (anonimamente, para parecer sincero) e, de preferên-
cia, faça de suas desculpas um ato público (gestos exteriores têm
mais força). Lembre-se que você está tratando da sua mente e,
por isso, nenhum esforço é exagerado.
Se você optou por esse caminho, prepare-se para uma reação
igualmente exagerada, já que a pessoa aproveitará a oportuni-
dade para dar vazão ao ressentimento acumulado. Resumindo:
ela pode ficar mais furiosa do que estava antes do pedido de des-
culpas. É como se dissesse, "Você não quis escutar antes, por-
tanto, escute agora". Não se defenda — reagir com gentileza faz
parte do verdadeiro pedido de desculpas. O pior é que nada dis-
so significa que as suas desculpas serão aceitas, mas esta já é uma outra história. Fazer as pazes com o seu coração e sua mente é
seu objetivo primordial.
C. Se a pessoa não quer saber de qualquer contato com
você, tome a decisão permanente de abençoá-la sempre que
pensar nela, até mesmo depois de sua morte. Não esqueça:
estamos falando da cura da sua mente, nada do que você fizer
será em vão.
D. Se você pensa que o seu erro foi tão grande que nada disso
é suficiente para acabar com a mágoa que você carrega, pergunte
a si mesmo o que mais poderia fazer. Quando minha mãe mor-
reu, percebi que não me senti feliz desde que me mudei da
cidade em que ela vivia. Era como se eu não tivesse me esforça-
do para explicar a ela por que a mudança era necessária. Rezar e
abençoar minha mãe não estava me apaziguando. Descobri que
eu também precisava cumprir alguma penitência. Quando a
cumpri, me senti curado.

O poder da penitência é subestimado - não tanto a pe-
nitência atribuída por outro, mas a penitência que vem
de nosso próprio coração. Esta penitência do coração
deve dizer: "Depois que eu fizer tudo para reparar o mal
que fiz a você, farei mais isto... Darei às pessoas a quem
amo, à minha comunidade ou ao mundo um presente
em seu nome." Este presente abrangerá o que for neces-
sário — seja tempo, dinheiro ou serviço: "Eu gosto de
você, eu abençôo você, para mim você é íntegro." Com
isso, eu também me torno íntegro.

E. O último passo é manter-se alerta e reagir rapidamente sem-
pre que qualquer pensamento de culpa passar pela sua cabeça.

F. Depois de "curar" um arrependimento, localize outro e use
o mesmo procedimento e assim por diante. Naturalmente, o
tempo de duração varia para cada pessoa, mas a média tem sido
de, no mínimo, dois dias de trabalho de cura. O importante é
não deixar nenhum arrependimento sem tratamento. Este é um
dos maiores presentes que você pode dar a si mesmo.

Não Leve a Vida Tão a sérioOnde histórias criam vida. Descubra agora