Ele é o único que me chama assim

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(Narrado por WonWoo)

Eu não sabia descrever as sensações daquele beijo. O susto que havia tomado pela ação repentina de MinGyu. O coração acelerado de mais, porém ao mesmo tempo uma sensação de paz. Arrepios por todo o corpo, um sorriso que não pude conter durante o mesmo. Era como se nada pudesse arruinar aquilo. E nada arruinou. Eu pude timidamente olhar para MinGyu e sorrir pela sensação boa que ainda me inebriava. MinGyu havia dito que gostava de mim, que me amava. Então ficamos ali, dois bobos sorrindo um para o outro, até começar a nevar e percebermos que tínhamos que ir para casa.

Foi ali que eu soube que teria que dizer não para meus amigos. Eu não podia _ e nem conseguiria _ me afastar de Kim MinGyu. Porque eu era perdidamente apaixonado por ele, e porque agora eu tinha certeza total disso. E também porque agora eu sabia que MinGyu também era apaixonado por mim.

Todos os olhares, sorrisos, toques e choques térmicos significavam alguma coisa. Mostravam que aquilo era real. Minha felicidade ao descobrir que ele era apaixonado por mim. Minha tristeza por percebe-lo se afastando.

Era por isso que eu sorria enquanto voltávamos para casa de mãos dadas. Mesmo com todo aquele frio, sua pele permanecia quentinha. Sua mão embalava a minha, a proporcionando um calor confortável. Eu apenas conseguia sorrir enquanto andava olhando para o chão, ainda envergonhado e sentindo um rubor inexplicavelmente gostoso nas bochechas. Imaginei o que senhorita Eun diria se estivesse presente quando MinGyu me beijou, mas a mais velha era imprevisível. Indaguei a Min no meio do caminho se contaríamos a ela naquele dia, e ele apenas respondeu que assim que nos visse saberia no mesmo instante. Pude apenas rir percebendo que era verdade.

Adentramos a casa, eu estava imerso em pensamentos e sensações e sorrisos. Então apenas consegui sorrir quando comecei a ouvir a voz de Eun.

_Meninos? Vocês chegaram mais tarde, houve algum imprevisto? – Ela disse saindo da cozinha com um pano de prato em mãos. Paramos na sala, logo a vendo se aproximar. Uma sensação de deja vu me invadiu ao observar aquela cena dela surgindo do fundo do corredor com o pano de prato – Como foram as provas, Won? – Ela se aproximou mais, sorridente como nunca. Talvez MinGyu tivesse razão, ela parecia realmente alegre ao se dirigir a mim. Até que desviou o olhar para nossas mãos unidas e arqueou uma sobrancelha – Vocês...

_Mãe, acho que eu tenho algo para te contar – MinGyu disse me fazendo olha-lo, ele tinha um sorriso estonteante nos lábios. Aquele sorriso que sempre me fazia querer sorrir junto. Que sempre me deixava sem ar. Sorri junto com ele ao ver aquelas presinhas.

_Ah, eu não acredito nisso – Ela se aproximou enquanto falava, MinGyu fez uma careta. Ri fracamente e dei um aperto de leve em sua mão para que olhasse para mim. Ele sorriu novamente me olhando, o que fez sua mãe suspirar - Mas que fofos. Eu esperei tanto tempo por isso. Acho que eu vou chorar – disse ela colocando uma mão a frente da boca escondendo o sorriso que apenas aumentava. Ela abraçou MinGyu e depois a mim, dizendo próximo ao meu ouvido – Eu não te disse?

Consegui apenas rir e sorrir ainda mais com aquilo. Ela segurou minha mão livre e sorrindo, disse:

_Eu não poderia imaginar alguém mais perfeito para meu filho. Já estava quase colocando os dois sentados um de frente para o outro e eu mesma dizer que já tinha percebido que são apaixonados um pelo outro – Ela disse séria, para rir logo depois. Estava realmente alegre – Ah, eu quero ver um beijo, posso? – Ela disse me assustando. MinGyu abriu a boca para dizer algo, mas ela o interrompeu antes mesmo que começasse – Andem logo, deixem de vergonha. Não me façam ter que espiar vocês para ver – Ela brincou, porém num tom meio serio que me fez hesitar. Conhecia Eun o bastante para saber que sim, ela era muito bem capaz de fazer aquilo.

Mas realmente foi uma surpresa para mim quando, enquanto ainda olhava para EunByul, a mão de MinGyu que não segurava a minha fora até a minha nuca. Virando meu rosto para si e selando meus lábios antes que eu percebesse. O toque foi breve, ele logo se afastou. Porém nem por isso eu deixara de sentir o carinho, a timidez a vergonha, mas o carinho. Não pude deixar de sorrir quando ele apertou carinhosamente meus dedos entre os seus. O olhei tímido encontrando seu olhar feliz e calmo. Nossa atenção foi capturada por Eun novamente quando ela suspirou. Senti meu rosto esquentar mais uma vez.

Ela disse para irmos para nosso quarto e que não nos atrapalharia mais. Radiante e com um sorriso incrivelmente grande ao nos ver subindo as escadas. Tentei não me concentrar de mais no coração acelerado ou nas mãos suadas.

Passamos o dia ali, entre sorrisos felizes, olhares significativos e carinhos. Pela primeira vez em muito tempo, eu sentia que mais nada podia me deixar para baixo. MinGyu não estava mais distante como antes, eu me aproximava e ele não recuava. Era como se absolutamente nada pudesse me fazer ficar triste, nunca mais.

Naquela noite o colchão d'agua de MinGyu fora inútil. Nunca havia imaginado que dormir abraçado a MinGyu _ sem ser por conta de um pesadelo _ seria tão bom. Ainda mais com seu corpo quente naquele clima de inverno.

O dia seguinte fora melhor ainda, o caminho até a escola fora repleto de brincadeirinhas da parte de MinGyu. Parecia determinado em me ver corar, o que ocorreu em demasia. Ele me apresentou aos seus amigos como seu namorado. A única coisa que quis naquele momento foi me esconder em algum lugar por conta da vergonha. O apresentei aos garotos também, mesmo que meio que já soubessem que ele era.

Estava tudo tão bom, tão incrível. O carinho, os sorrisos, o coração acelerado. Mal percebi a velocidade com que o dia pareceu ter passado. Quando já estávamos do lado de fora da escola, prontos para irmos embora ele comentou que esquecera algo dentro da escola e me pediu para que o esperasse ali. Assenti e fiquei ali enquanto o mesmo voltava para a escola. Já estávamos longe o bastante para que já não houvesse nenhum aluno por ali.

_Wonnie?



O garoto estranho que usava pretoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora