Capítulo 81 - Gabe

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Abrir os olhos e não ter ideia de onde você está pode ser muito mais assustador do que você consegue imaginar.

Pior ainda é olhar para os lados e ver que seu corpo está totalmente ligado a aparelhos.

É aqui que eu penso: Se não morri foi quase.

A dor no meu abdômen está bem forte e uma enfermeira se aproxima pra verificar os curativos e me avisa que vai chamar o médico.

Enquanto aguardo fico olhando para minha barriga pensando: que diabo aconteceu aqui?!

O médico vem me examinar e me explica sobre alguns procedimentos que foram feitos e me conta sobre a sorte que tive ao ganhar um estômago novo. Os detalhes eu saberei ao sair daqui, de acordo com ele. Ele avisa que vai permitir algumas visitas, mas antes uma enfermeira vem me ajudar a escovar os dentes e arrumar o cabelo.

Imagem é tudo!

Meus pais são os primeiros a entrarem. Fazia um bom tempo que eu não os via e sei que a situação não foi a melhor possível, mas meu coração se encheu de gratidão por poder vê-los.

A visita não foi demorada, mas através dela soube que a imprensa está toda fora do hospital e, por algum tempo, todos acharam que eu tinha morrido.

Fala sério, eles não sabem que eu sou Gabe Ruggiero?

Meus pais me contaram que alguns amigos entraram em contato com eles pra desejar melhoras e tudo, mas obviamente não era o que eu queria saber naquele momento.

Algum tempo depois, após muitos beijos, abraços e lágrimas (da minha mãe), eles saíram e liberaram o quarto para a próxima visita.

Uma ruiva, a mais linda que já vi, se lançou sobre mim e me apertou como se tivesse segurando a própria vida em suas mãos.

— Desculpa, nos conhecemos? - Pergunto.

— Você está brincando comigo né ?! - Ela parece assustada e incrédula. Minha vontade é de abraçá-la.

— Você é aquela nerd do colégio, não é ?! A ruiva que me odiava.

— Puta que pariu, diz que é mentira!

Aquele olhar alarmado tinha a decepção estampada em suas feições. Lágrimas ameaçaram inundar seus belos olhos, e então eu não pude.

— Vem cá, Nerd. - Puxo-a pela mão e uno nossas bocas, que já ficaram tempo de mais separadas. - Eu senti sua falta.

— Panaca! - Ela se afasta, enxugando as lágrimas que escaparam. Um sorriso nasce no canto de sua boca e ela me olha como se não acreditasse. — Não brinca assim.

Tento rir, mas a dor não ajudou muito e acabei fazendo uma careta, que a preocupou e trouxe as lágrimas novamente.

— Tá tudo bem, Nerd. Nós vamos ficar bem agora. - Limpo uma lágrima que rolou por sua bochecha.

— Achei que tivesse te perdido. - Ela sussurra com a voz embargada.

— Eu não te deixaria sem um final feliz, Charlotte.

— E eu espero que não me deixe nunca mais, Gabe.

— Esta sempre foi a intenção.

— Você se arriscou demais. - Ela segura meu rosto em suas mãos.

— E me arriscaria quantas vezes mais fossem necessárias.

— Eu não preciso que você seja um herói. Preciso que você seja meu capitão panaca. - Mais lágrimas caem. — Eu não aguentaria te perder, Gabe. Foi a pior sensação da minha vida.

— Sabe o que é mais importante agora? - Ela nega com a cabeça. Abro um sorriso. — Eu conquistei meu sogro. - Ela sorri. — Agora não há mais nada que nos impeça de ficar juntos.

— Você continua o mesmo Panaca de sempre. - Charlotte se senta na cama.

— E você continua me amando por isso.

— Mais do que posso dizer. - E, finalmente (finalmente!!!!!!!!), Charlotte une nossas bocas e me dá um beijo. Exatamente aquele que eu sonhei, dormindo ou acordado. Beijo com gosto de lar, de amor e de pra sempre.

Ela ficou pelo resto do tempo de visitas a meu lado, o que não foi muito, considerando todos os anos e meses que passamos separados.

Mas agora, espero eu, teremos o resto da vida pra não desgrudarmos um do outro.

(...)

De alguma forma Benjamin conseguiu autorização para entrar após o horário permitido. Ele tentou sorrir, mas não teve muito sucesso.

— Você está melhor, garoto?

— Sim, senhor.

Ele anui.

— Você foi um herói, mas correu um grande risco. Eu não me perdoaria se algo tivesse acontecido a você.

— O senhor não tem culpa da minha impulsividade.

— Mas tenho culpa de não ter me preparado melhor. Se tivesse sido mais inteligente não teríamos perdido ninguém.

— Não perdemos. Todos saímos de lá. - Explico.

A dor em seus olhos me mostra que eu estou errado de alguma forma.

— Não é hora pra essa conversa, filho.

— Se alguém não conseguiu sair de lá bem, eu quero saber.

— Todos saíram bem, exceto você.

— Então quem perdemos?

— Não podemos exceder mais o tempo. - Uma enfermeira nos interrompe.

— Claro. - Benjamin concorda. — Até breve, filho. Estimo melhoras.

Ele sai e a pulga se aloja atrás da minha orelha.

Começo a pensar, entramos Benjamin, Greta, Brian e eu. Eu protegi Greta e ela correu para os braços do Brian (que o Alec nunca saiba). Lembro de vê-los saindo do prédio. Se meu sogro estava conversando comigo e eu estou vivo. Saímos todos.

A não ser que algo tenha acontecido a Brian, quer dizer, ninguém falou nada sobre ele, e, tenho certeza, ele teria me visitado se tivesse oportunidade.

Puta que pariu, o que aconteceu com meu melhor amigo?

Oi gente,

Pegadinha do capitão! 😂
Finalmente, finalmente as coisas têm que começar a entrar no eixo, certo?

Quem gostou do cap?

Quem não me segue, corre lá. Vou soltar um cap do meu próximo livro em breve e vou anunciar pros meus seguidores quando acontecer. Juro que vocês vão viciar!

Amo vocês.
Beijos, S. 💗

Prepara que lá vem clichê! [COMPLETO ATÉ 31/07/23]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora