Capítulo 56 - Gabe

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Eu estou suando frio. Parece que é a mesma cena de anos atrás.

Passo a mão no rosto, tentando acordar do pesadelo em que me encontro.

— Gabe? Capitão Gabe? É você mesmo? - O meliante pergunta, com um sorriso no rosto. Mantenho minha cara de "cai fora" .

— Lembra do Derek, Gabe? - Charlotte diz. Continuo puto.

— Sou só eu ou vocês também estão com essa sensação de Dejavu? - Ele faz palhaçada.

— Se bem me lembro, essa é a hora que eu te deixo com um olho roxo por tocar na minha garota.

— Não, é em outra parte. Você não se lembra porque perdeu a memória. - Ele responde.

Charlotte entra na frente do cara, bem na hora que eu ia pra cima dele.

— Eu não sou sua garota. Somos todos amigos. Tá bom?

— Um caralho.

— Gabe, acho melhor você ir embora. Conversamos quando você estiver mais calmo.

— Você me disse que vocês não tinham nada. - Ela abre a boca pra responder, mas eu não quero ouvir. — Eu acreditei mais uma vez e fui burro. Não é à toa que sou o capitão dos trouxas.

Caminho até a porta.

— Quem é você pra me julgar? - Sua voz me para.

— Eu nunca menti pra você, Charlotte.

— Tem razão. Você não mentiu. Eu é que sou iludida demais em acreditar que o capitão dos babacas tem salvação.

— Ele não tem!

Saio e bato a porta.

Vou ao meu quarto e fico lá. Dessa vez não procuro uma garrafa de bebida. Ligo pro meu empresário. Explico toda a situação e peço que ele entre em contato com a empresária da Nerd.

Ela pode ter mentido, mas não vou prejudicá-la. Pelo contrário, vou ajudar a manter a imagem dela e depois esquecer que ela existe.

(...)

Estou jogando Xbox e tentando distrair minha mente, quanto alguém bate à porta.

Não quero ver ninguém, então espero que a pessoa desista. Mas isso não aconteceu.

— O que quer aqui? - Abro a porta.

— Precisamos conversar.

— Eu não tenho nada pra falar com você. - Rosno.

— Capitão, chega de bancar o babaca. Está na hora de começar a fazer o que é certo.

— E quem é você pra me dizer o que eu devo ou não fazer?

— Eu estava naquela sala, eu estava há seis anos com vocês. Sei o quanto você ama a Charlie e sei que ela também te ama. - Cruzo os braços e deixo que ele fale. — Não sei porquê, afinal eu sou mil vezes mais bonito. Mas também não quero saber. Já superei há muito tempo. - Ele dá de ombros. — O que importa é que ferrei com vocês anos atrás com seu acidente e está na hora de consertar as coisas. Mas não vai ser fácil se você continuar me atrapalhando.

— Eu não preciso da sua ajuda.

— Você precisa sim. Só está fazendo cagada desde que eu te conheço. - Cerro os punhos. — Tudo bem que perder a memória não foi culpa sua. Mas, beijar outra garota na frente dela sabendo da história de vocês, foi. Ser o capitão mundial dos babacas e pegar tudo que usa saia também foi. E, beijar outra garota mesmo sabendo que tudo que houve entre vocês foi um mal-entendido, foi muito. Então, acredite, você precisa de ajuda.

Ok. Eu preciso. Mas não vou ceder pra esse idiota.

— Por que quer empurra-la pra mim se estão juntos? - Cruzo os braços.

— Você tem uma bola de futebol no lugar do cérebro? Óbvio que eu não estou com ela.

— Então o que faz aqui?

— Além de melhor amigo, eu trabalho com ela. - Ele respira fundo. — Vai querer minha ajuda ou não? Já vou avisando que sozinho você não vai conseguir. Você esgotou todas as suas chances com a Ruivinha.

— Pra começar, pare de chamá-la assim.

— Pra começar, aceite e acostume-se. Estou na vida dela há muito tempo, estive a seu lado em todos os momentos importantes. E, aconteça o que acontecer, eu continuarei pra sempre ao lado dela.

— Seria melhor se você fosse gay. - Passo as mãos pelo cabelo.

— Acredite, Capitão. Eu não sou! Mas Charlie e eu somos apenas amigos. E eu tenho uma dívida antiga com vocês. - Ele soa triste.

— Você não tem culpa de nada, cara.

— Culpa, não. Mas devo isso a vocês e vou ajudá-los.

— Tudo bem, eu aceito.

— Meu único pedido é: Não seja babaca. - Ele sorri.

— Não tem como, eu sou o Capitão deles. E foi assim que ela se apaixonou por mim.

— Ok. Seja um babaca bonzinho. Não o babaca pegador.

— Juro que só quero a Nerd.

— Então mantenha suas calças fechadas e sua língua dentro da boca. E evite a bebida.

— Combinado, Chefe. - Aperto sua mão.

— Eu entro em contato. - Ele segue pelo corredor.

Se eu tenho uma chance de fazer dar certo com a Nerd, eu vou agarra-la. Em breve seremos nós dois novamente. E eu não vejo a hora.

— Era você mesmo que eu queria ver. - Paola aparece.

— Eu também quero conversar com você.

— Você e a blogueira deram um show ontem.

— Vamos a público explicar a situação.

— Vai contar que ela te traiu? Isso vai ser péssimo pra sua imagem.

— Vamos falar a verdade. Charlotte nunca me traiu e foi tudo um mal-entendido. Você vai entender quando contarmos. Mas o que eu queria deixar claro é que acabou entre nós.

— Acabou o quê? - Ela aponta pra mim e depois pra ela. — Não tem nada entre nós. As vezes dormíamos juntos e era bom pra mim, tanto quanto pra você. Se não funciona mais, tudo bem.

— Amigos? - Pergunto. Ela dá de ombros.

— Amigos! - Nos abraçamos e, bem nessa hora, a Nerd chega de elevador com sua empresária.

Ela abre a porta e se enfia dentro do apartamento com a amiga. E eu vacilei mais uma vez.

Oi gente,

Derek chegou e vai consertar tudo. Eu espero 🙌🏽
Gabe só precisa ser mais esperto.

Obrigada por todo carinho de vocês e por todas as mensagens que me enviaram. Ganhei meu dia!!! 😍

Deixem as estrelinhas e comentários.

Amo vocês.
Beijos, S. 💗

Prepara que lá vem clichê! [COMPLETO ATÉ 31/07/23]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora