Capítulo 54 - Gabe

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— Eu já te disse pra não me beijar assim. - Afasto Paola, que me beijou do nada e, não sei porquê, me sinto enjoado.

— Você sempre gostou. Qual o problema dessa vez? - Ignoro e saio de perto dela.

— Parabéns, Capitão. Conseguiu estragar tudo de novo. - Brian me diz e eu não entendo, até que ele aponta pra nerd que está virando um drink mais rápido do que alguém inexperiente é capaz de fazer.

— Ela viu? - Ele anui e eu corro até ela.

Chego perto dela, que já está pedindo mais um.

— Quer dizer que eu não sou o único que exagera na bebida. - Encosto minhas costas no bar e a encaro.

— Mas é o único babaca por aqui, capitão. - Ela sorri e se vira pra ir embora.

Seguro seu braço.

— Onde vai?

— Pra onde eu iria, babaca? - Ela se solta e começa a dançar.

Vejo a quantidade de celulares que se viram pra filma-la.

O Gabe babaca gostaria de ter essa lembrança, porque ela está insuportavelmente gostosa.

Mas eu preciso tirar ela de lá e fazê-la ir pra casa antes que destrua sua carreira. Tento chamar sua atenção, só que ela está ignorando e me provocando.

Vou até o Alec pra tentar alguma ajuda.

— Se vira, capitão. Vá pegar sua garota! - Que tipo de conselho é esse?! - Mas vai rápido porque ela tá pirando.

Nesse momento a Nerd já está em cima da mesa do bar, fazendo uma dança muito sexy e jogando o cabelo.

Droga, Gabe, concentra!

Corro até ela e esqueço qualquer imprensa. No meu ato mais possessivo, pego Charlotte, posiciono nos meus ombros e saio dali.

Flashes registram tudo e o mar de celulares também. Mas não tem volta.

E, por incrível que pareça, a Nerd não reclamou.

Só quando chego ao carro percebo que a minha parte de trás está toda suja de vomito. E que Charlotte está dormindo, com o rosto todo melecado. Coloco ela no banco traseiro. A contragosto, entro no carro, sujando tudo.

A levo pro meu quarto e, sem cerimônia, dou um banho nela e a visto com minhas roupas. Tomo um banho e
adormeço a seu lado.

(...)

O relógio marca 05:20 quando Charlotte começa a se mexer inquieta na cama e acorda sobressaltada.

— O que faz no meu quarto, babaca? - Ela pergunta assim que me vê. - Ai, minha cabeça. - Ela leva a mão a testa. Me levanto e abro minha gaveta pra tirar uns analgésicos.

— Este quarto é meu, Nerd. - Sorrio e entrego os comprimidos e uma garrafa com água pra ela.

— Minha cabeça vai explodir.

— Pode deixar pra isso acontecer depois das 11h? São 5 da madrugada e eu ainda quero dormir. - Falo, enquanto me deito a seu lado. Ela procura pelo seu celular. — Está na sua bolsa, lá na sala.

Ela faz menção de levantar e se toca que está vestida com minha cueca.

— Puta merda! - Ela cobre o rosto com as mãos.

— Que foi? - Já sei o que ela está pensando e finjo demência. Ela dá um sorriso sem graça e sai do quarto.

Respiro fundo e vou atrás dela.

Encontro a Nerd com a mão apoiada na mesa e a outra segurando seu celular. Ela está pálida. Vou até ela e apoio minha mão em sua cintura.

— Qual o problema?

— O que aconteceu ontem? - Ela pergunta ainda olhando algumas fotos no Instagram.

— Qual parte?

— Ontem a noite, Gabe. Na boate. O que houve?

Tiro o celular da mão dela, que não oferece resistência. Apago a tela e a levo pro quarto.

— Minha carreira está arruinada. - Seus olhos estão marejados quando ela, finalmente, fala.

— Não está não. Quantas vezes eu já fiz isso e nem por isso as pessoas me amam menos?! - Tento consola-la.

— As pessoas esperam isso, afinal você é o capitão dos babacas e sempre foi. Mas e eu?

— Você é humana e sujeita a falhas. Relaxa!

— Não tem jeito. Eu to ferrada!

Ela chora. A abraço e ela retribui.

— Não está não. Eu vou cuidar de tudo, meu amor. Dorme e amanhã eu vou resolver pra você.

Ela relaxa e aos poucos sua respiração estabiliza, indicando que o sono a venceu.

A deixo da maneira mais confortável que consigo e levanto pra tentar achar alguma forma de ajudá-la.

Não que o que ela fez tenha sido crime ou algo depravado o suficiente pra estragar sua imagem. Mas é importante pra ela e eu preciso dar um jeito.

O problema é: Qual?

Me deito a seu lado e espero ter alguma grande ideia em algum momento dos meus sonhos.

Acordo com alguém muito irritado batendo à porta com muita insistência. Deixo a Nerd dormindo e vou atender.

A abro, ainda sonolento, e dou de cara com uma mulher desconhecida.

— Por que você quer derrubar a minha porta? - Pergunto.

— Eu vou derrubar você se não me disser onde ela está. - A mulher se impõe.

— Me ajude a te ajudar, de quem você está falando?

— Não é à toa que ela diz que você é o capitão dos babacas. - Ela bufa e minha ficha cai.

— Está falando da nerd?

— Onde ela está? - Ela cruza os braços na frente do corpo.

— Dormindo.

Ela me empurra e entra como uma flecha dentro do meu quarto.


Oi gente,

Tem muita coisa pra acontecer, então vai pro próximo.

Mas deixa a estrelinha antes.

Amo vocês.
Beijos, S. 💗

Prepara que lá vem clichê! [COMPLETO ATÉ 31/07/23]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora