Capítulo 24 - Charlotte

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Ah, claro. Eu amo demonstrações públicas de afeto. Principalmente quando é um pedido de namoro feito na frente dos pais do cara. Pressão zero.

— Gabe, - Sorrio sem graça. — Se levanta daí, por favor!

— Namora comigo, nerd. - Ele continua, de forma bem dramática.

— Eu aceito, agora levanta daí.

Eu sabia que o meu agora namorado Gabe era fã dos clichês, lá no fundo ele era. Talvez não tão no fundo. Porque quer mais clichê que isso?

Sim, ele me levantou da cadeira e me girou, enquanto seus pais aplaudiam. Quase vomitei arco-íris.

Eu sei que eu era a nerd que queria seu clichê e, finalmente, estou tendo um clichê nem tão clichê assim, mas ainda um clichê.

Só que não estou em posição de passar muito mais vergonha que o habitual na frente dos meus agora sogros.

Tento concluir o jantar de forma mais discreta possível, mesmo com o sorriso bobo da Susan que pisca para mim as vezes e com a cara de diversão que o Gabe tá fazendo. Mas o pior é a cara do pai dele, de orgulho. Oi?

Gabe anuncia que vai me levar em casa e na minha cabeça penso que talvez ele não volte. Não é pelo que vocês estão pensando, calma. É só porque vou cometer assassinato mesmo.

— Até que foi tranquilo. - Ele diz assim que estamos na segurança do seu carro.

— Tranquilo? - Meu tom de voz sobe alguns decibéis. — Você quase me matou de vergonha na frente dos seus pais.

— É, você cuspir refrigerante pra todo lado foi meio, como eu posso dizer sem que você queira se matar? - Arregalo os olhos porque não imaginei que tivesse sido tão ruim, mesmo que a situação seja a pior.

Ele começa a rir da minha cara.

— Calma, amor. Eles te amam, sério.

— Eles me odeiam, eu sinto.

— Vem cá. - Ele me abraça e encosta nossas bocas. — Eles não têm como te odiar, principalmente porque eu amo você. - Sim, ele me desarmou.

— Não ama não. - Não é um clichê se não for meloso.

— Eu amo você. E agora você é minha namorada, agora e sempre.

— Sempre é muito tempo, você não acha?

— Acho sim. Mas eu vou passar todo ele com você.

O momento clichê pedia um beijo pra concluir. E foi o que fizemos. Alguns beijos depois ele dá partida no carro e seguimos para minha casa.

— Como ficarão as tutorias agora? - Eu pergunto e ele faz cara de confuso.

— Como assim? Ficam a mesma coisa.

— Não. Você vai ter que achar outra pessoa. Agora seus pais vão achar que a gente "apronta" naquele quarto todo dia, ao invés de estudar.

— Não seria má ideia se aprontássemos naquele quarto todo dia. - Gabe é safado no último nível. Dou um tapa leve no seu braço.

Prepara que lá vem clichê! [COMPLETO ATÉ 31/07/23]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora