— Greta? - Charlotte pergunta. Minha fala ainda está presa na garganta.
— Priminha, que saudade. - Greta finge dar dois beijos no rosto dela. Quando ela vem na minha direção, Charlotte a empurra. — O que deu em você?
— Greta, o que faz aqui? - Coloco Charlotte pra trás de mim.
— Sou tão convidada quanto vocês. Louise é uma grande amiga.
— Você sabia que nós viríamos? - Será que foi ela armou pra gente?
— Claro que não, os vi de longe e quis cumprimentá-los. Estava morrendo de saudade da minha priminha. Como está o vovô, Charlie?
Charlotte parece mais sóbria do que há alguns minutos. Ela a encara com muita raiva.
— Charlotte, vamos. - A chamo. Ela ignora e temo que ela faça uma cena aqui. - Vamos. - Insisto. Ela se vira e sorri pra mim. Depois volta seu olhar para a prima.
— Aproveite a festa, Greta.
A Nerd segura minha mão e saímos dali. Ela me puxa até um canto e passa a mão pelo rosto.
— Eu sabia, eu sabia. - Ela repete pra si mesma.
— Sabia do quê?
— Junte as peças, capitão. Greta, você, eu, mil ex suas.
— Você acha que ela armou isso? - Anuo. — Ela não teria inteligência pra isso.
— Ela foi sua primeira nerd, não se esqueça. E não precisa ser inteligente pra armar algo assim. Na verdade, é tudo tão amador que me dá pena.
— E qual seria a intensão dela?
— Eu não sei. Talvez me desmoralizar. Ou tentar voltar com você. Eu não sei. - Ela anda de um lado para outro.
— Você não acha que está viajando um pouco? Sei lá, efeito de algo que você tomou... - Tento. Ela revira os olhos.
— Antes de sair do apartamento recebi um drink. Disseram que era cortesia da aniversariante para todos os convidados, uma espécie de aquecimento pra festa.
— Eu não recebi. - Começo a tentar entender as coisas.
— Exatamente. Eu não bebi porque vi algo estranho na bebida. Mas pra todos os efeitos eu bebi e estou dando o que eles querem, seja lá quem forem.
— A não ser pelo seu momento sóbria com a Greta.
— Ela não percebeu. Mas a partir de agora preciso ser mais cuidadosa. Quer dizer, menos cuidadosa.
— Pretende fazer um showzinho hoje? - Franzo a testa e levanto uma sobrancelha de modo sugestivo. Ela me dá um leve empurrãozinho e sorri.
— Me avise se ver algo estranho.
Ela sai rebolando e me deixando completamente louco, só pra variar.
Está tocando Shape of You. Charlotte vai até a pista vazia e me deixa de boca aberta com sua forma de dançar.
Alec se junta a ela e, rapidamente, os dois contagiam o ambiente e a pista se enche de pessoas dispostas a bombarem a festa.
— Acho que alguma câmera já pegou essa sua cara de bobo. Disfarça aí. - Brian aparece a meu lado.
— Disfarçar pra quê? Eu estou bobo mesmo. Olha como ela está-
— Gostosa? - Ele completa e eu o fuzilo com o olhar. — Fala sério, era isso que você diria. E ela está mesmo. Eu sou gay, mas não sou burro.
Reviro os olhos, sei que ele está me provocando.
— Descobriram algo? - Pergunto, desviando o olhar da pista de dança.Ele nega com a cabeça.
— Só vimos a Greta por aqui, mas acho que você já deve ter percebido isso.
— Sim, ela foi nos cumprimentar. Mas precisamos ficar atentos, eu não sei qual a intenção de quem resolveu nos juntar aqui.
— Matar vocês é que não é. Então Relaxa. Por quê não vai lá?
— Aonde? - Ele aponta Charlotte com a cabeça. — Se eu pudesse...
— Qual o problema?
— Não me controlar, fazer algo que envergonhe ela, sei lá. Ser o capitão dos babacas.
— Você está mais contido, vai lá. Eu providencio um soco se você ultrapassar os limites.
Reviro os olhos e sorrio. Uma dança não faria mal, não é?
Vou até ela e recebo um sorriso quando nossos olhos se encontram. Tudo parece certo no momento, uma sincronia perfeita entre a música e nossos corpos. Mesmo com alguns flashs passando por nós, Charlotte não parece estar incomodada ou envergonhada por ser vista comigo. Muito pelo contrário, suas mãos tocam as minhas e as posicionam em sua cintura. Seus braços rodeiam meu pescoço e seu rosto se aproxima do meu.
— Se eu te beijar agora vai ser um problema? - Pergunto, já com muito dificuldade de me controlar.
— Se você me beijar agora vai ser perfeito.
Ela sorri e nos beijamos. Tudo é registrado e parece que o centro da festa está ali. Mal percebemos quando a música para.
— Som? Som? Isso está funcionando muito bem, não é?! - Greta fala em cima do palco. Cada nervo do meu corpo entra em alerta, e, pelo visto, os de Charlotte também.
— É Agora. - A Nerd diz, entre dentes.
— É um prazer estar com todas vocês. Meu nome é Greta Pollack, - A forma como ela se apresenta não deixa dúvidas pra ninguém, alguns olhares se voltam pra Charlotte, e ela aperta minha mão com força. — Sou a melhor amiga da Louise. Espero que estejam se divertindo. Gostaria de chamar ao palco nossa anfitriã da noite, Louise Dupree.
Todos batem palmas e alguns assoviam. Charlotte apenas a encara.
— Eu só gostaria de agradecer a presença de todos e dizer que é uma honra recebê-los esta noite. Mas eu devo confessar uma coisa. - Ela sorri de forma misteriosa e olha pra Charlotte, em desafio. — Esta festa não é minha. Gostaria de apresentar a todos vocês, meus grandes amigos e a imprensa presente, a mulher que me descobriu. Aquela que batalhou pra eu me tornar quem eu sou hoje, que me ensinou e lutou por mim. Quando eu tinha 12 anos de idade ela me encontrou e dedicou longos anos a minha educação e carreira. Quero que conhecem Laila Lopez Pollack, a mãe que meu coração escolheu.
Oi gente,
Tiro, porrada e bomba. O que será que este povo está armando? Boa coisa não deve ser.
Obs.: o que estão achando de tudo até agora? O que querem ver por aqui?
Resta lotarmos de estrelas e aguardar ansiosos que logo mais teremos revelações.
Amo vocês.
Beijos, S. 💗
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Prepara que lá vem clichê! [COMPLETO ATÉ 31/07/23]
Teen Fiction*PROIBIDA REPRODUÇÃO OU ADAPTAÇÃO, sob pena da lei* Obra registrada da Biblioteca Nacional. Livro comercializado em ebook e físico pela Editora Garcia. Sinopse: Ih, a típica cena de filme americano. Olha lá, Olha lá, O livro da menina cai. O cara a...