Encontrando os monstros

20 1 0
                                    

13


          Eastar puxou Sindar para fora do grupo logo que percebeu como a luta terminaria, convencendo-a a ir com alguns beijos no pescoço. Os dois foram para um grupo de árvores mais afastado da estrada, elas formavam uma espécie de círculo, tinham os troncos grossos e arbustos as cercavam em quase todas as direções.

         Nesse momento veio o grito. Um grito de puro pavor vindo de uma voz desconhecida, rouca pela idade.

          Sindar se assustou e olhou em direção à estrada bem na hora em que o vulto saía das sombras do lado esquerdo dela e pulava na direção do casal.

           Eastar, já preparado, socou o rosto do intruso assim que ele estendeu os braços para pegá-los. A criatura voou até atingir uma das árvores, atravessando-a e fazendo o barulho de madeira se partindo ecoar pelo local. Parou ao bater na seguinte, abrindo também um buraco no tronco dela.

          Mesmo olhando diretamente para ele, o estelar não pôde ver feição alguma. Aquilo era estranho, a luz dos seus olhos deveria iluminá-lo.

          — Venha! — Eastar se virou para a princesa, e eles começaram a correr.

          Mas aquela velocidade não era o bastante, pegou Sindar no colo e saiu em disparada. Quando chegou ao local onde o grupo supostamente estaria, viu apenas a fogueira abandonada com os cavalos agitados e os mantimentos.

          Mais um grito.

          Com a princesa ainda no colo, ele correu como um raio na direção do som.

          Chegou à uma curva indo para a esquerda, virou e viu primeiro o jogo de luzes que partia dos olhos de seus companheiros, depois viu a carroça que era puxada por dois cavalos com as lamparinas, presas por hastes de ferro no teto, apagadas.

          O grupo formava um semicírculo na frente da carroça, Aros estava no centro, de frente para o jovem, com Edwin de um lado seguido por Jaime, do outro estavam Allyn e Relles. Todos armados.

          Tomas, Sean, Drun e um homem pequeno estavam entre eles e a carroça, Remus estava no meio deles, segurando uma besta. O homem que estava com os garotos tinha uma barba rala e grisalha e usava um chapéu de palha na cabeça. Provavelmente quem gritara.

          Tudo isso Eastar percebeu em menos de um segundo, mas foi só após outros dois que percebeu o que havia de errado. Sua visão era cortada por sombras que a luz dos olhos de ninguém conseguia eliminar.

          Eram formas humanoides, completamente negras, espalhadas pela estrada na frente do grupo. Ele contou sete daquelas coisas e se decidia sobre o que fazer quando ouviu a voz tremida e apavorada de Sean.

          — Te-tenente Edwin. — O garoto se agarrava ao colete de Remus com o rosto meio escondido. — Isso são espectros? São sim, não é? Eu pensei que fossem só histórias. Eu não quero que eles me peguem!

          — Calma, Sean. Não pretendo deixar ninguém morrer aqui hoje. — Aros e Edwin disseram juntos, se virando para o garoto, depois olharam um para o outro e assentiram com a cabeça.

          Eastar pôs Sindar no chão e colocou o dedo indicador na boca dela quando ela fez menção de dizer algo, apontou para as árvores no lado direito da estrada, e ela assentiu.

          Os dois começaram a avançar devagar para aquele lado, meio agachados. Mas quando estavam chegando próximos da borda da estrada, o vulto que Eastar havia socado apareceu virando a curva da estrada.

A Crônica de EastarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora