Cap.166: Não quer passar o natal comigo?

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Pov. Anahí

— Gostou? — perguntou evidentemente satisfeito com a minha reação.

— Adorei! — exclamei radiante. — Nunca poderia imaginar!

— Fico muito feliz que tenha gostado!

— Você está dizendo isso porque se livrou de ficar uma semana sem futebol, isso sim! — ele soltou uma boa risada.

— Vamos entrar! Quero ver do que é capaz em cima dos patins.

— Nunca ouviu falar que um bom mágico sempre tem uma carta escondida na manga? — indaguei enquanto andávamos.

— Hum! você está um perigo essa noite! Pare com essas insinuações! Se ainda não notou, estou tentando ser um perfeito cavalheiro.

— Prometo me comportar... Por enquanto. — falei piscando o olho, e ele soltou uma risada baixa e charmosa.

Como era de se esperar numa sexta-feira à noite, o lugar estava cheio. A música alta e animada era contagiante. Enquanto esperava na fila para comprar nossos ingressos, observava as pessoas patinando. Havia de tudo um pouco, desde iniciantes temerosos se segurando na cerca do rinque, a verdadeiros atletas fazendo manobras radicais e arriscadas. Havia casais de mãos dadas e sorriso bobo no rosto. Ri sozinha ao pensar que logo seríamos mais um naquela pista.

Ao chegar nossa vez, informamos os números que calçávamos, pegamos os patins e nos sentamos para trocar os calçados. Poucos depois deslizávamos por sobre o gelo, desviando de outros patinadores.

Estava imensamente feliz. Acho que Alfonso nem fazia ideia do quanto. Só de lembrar que há poucos meses uma cena como essa seria impossível, tinha vontade de me beliscar para ter certeza de que não estava sonhando. Tinha conseguido fisgar o solteirão mais cobiçado, o sonho de consumo de dez entre dez garotas do meu bairro.

Aos poucos, aumentamos a velocidade. Olhei para nossas mãos entrelaçada e fitei seu rosto. Ele usava um gorro preto que se confundia com o cabelo castanho escuro. Seus olhos brilhavam excitados, as faces estavam coradas, fazendo um belo contraste com o casaco azul marinho. Suspirei pensando se ele fazia alguma ideia de como estava charmoso. Era bom mesmo que não tivesse consciência disso, já era convencido o suficiente sobre o seu poder de sedução.

Ele olhou pra mim sorrindo. Inesperadamente, girou rápido, mudando de posição, ficando à minha frente. Segurou-me pela cintura, patinando de costas.

— Alfonso, ficou maluco? — perguntei rindo nervosamente, enquanto tentava não tropeçar nele.

— Relaxa, gata! — disse confiante — Imagina que está dançando comigo!

Alfonso patinava muito bem, ele olhava por cima do ombro, para não esbarrar em ninguém e corria com facilidade.

— Vem, vamos rodopiar! — sugeriu, grudando o corpo no meu.

Giramos juntos no ritmo da música, segurei suas mãos com força temendo levar um belo tombo.

Ele não só me ajudou a manter o equilíbrio, como se aproveitou da proximidade para me tascar um beijo estalado. Ri deliciada com sua espontaneidade criativa. Continuamos a girar e segurei-me em seu pescoço. Depois de ficarmos assim por algum tempo, ele rodou e voltou a ficar do meu lado, passando um braço pela minha cintura e continuamos a patinar em perfeita harmonia. As músicas se sucediam. De vez em quando, ele inventava uma manobra diferente, fazendo-me rir da sua ousadia. O tempo passava fácil e rápido. Só me dei conta de que já estava ficando tarde porque percebi o rinque bem mais vazio e comecei a sentir as pernas reclamando do esforço prolongado.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora