Cap.113: A culpa não é só dele.

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- Só vou ficar tranquila depois que for a um médico para saber o que está acontecendo. - disse enfática.

- Anahí está certa, com saúde não se brinca - falou sua mãe. - Gostaria de lhe fazer algumas perguntas.

- Pois não. - respondi.

- Bem, enquanto esteve inconsciente, soube que você tem sentido muito sono, cansaço e um pouco de enjoo, está correto?

- Sim, estava.

- Certo. - falou atenta. - E você notou alguma mudança em seu corpo, algo diferente?

- Deixe-me ver. - pensei. - Acho que só os meus seios. Eles andam meio doloridos ultimamente e um pouco maiores, mas acho que é porque devo ficar menstruada em breve.

- Deve? - perguntou com olhar direto. - Sua menstruação está atrasada?

- Alguns dias. Mas meu ciclo nunca foi muito certo e... - parei de falar quando percebi em que situação essa conversa estava nos levando.

- O que foi mamãe? - perguntou Anahí atenta.

E pelo seu olhar percebi que começava a desconfiar do que se tratava.

- Responde logo! A senhora está me assustando!

- Anahí, posso estar enganada. - falou de forma ponderada. - Mas acredito que temos uma novidade a caminho!

- Novidade? - Anahí olhou pra mim com expressão preocupada.

Marichelo disse uma palavra em uma língua que não compreendi e a Anahí agora me olhava de boca aberta. Comecei a ficar com medo.

- Parem com isso vocês duas! - falei com voz trêmula. - O que significa? Alguma doença?

- Não, minha querida. - respondeu Marichelo com doçura e emoção na voz. - Um bebê!

Eu tinha ouvido, mas não conseguia assimilar. Meu raciocínio parecia ter congelado. Não podia acreditar no que tinha acabado de ouvir.

- Quando a senhora disse um... bebê, quer dizer estar... grá... grávida? - gaguejei e ela apenas confirmou com a cabeça.

- Espere aí! - Anahí alertou com as mãos erguidas. - Mas isso não é possível, é? Quer dizer, vocês se previnem, certo? - perguntou com tanta veemência, que intimidava.

Então, quando constrangida fiquei calada, ela arregalou os olhos.

- Oh, Dulce! Não me diga que vocês...

- Só nos descuidamos por dois dias, ok? Nos dois primeiros dias que nós, bem... voltamos a ter relações. - revelei baixando os olhos.

- Então, se vocês fizeram sexo sem proteção e você não tomou nada... O Christopher é um completo irresponsável!

- Calma, Anahí! - falei defendendo-o. - A culpa não é só dele. No primeiro dia, ele me avisou que não estava preparado, mas eu meio que, bem... - senti as faces arderem. - Forcei um pouco a barra.

- Você é incrível! - falou rindo nervosamente. - Com ou sem amnésia, sempre o está defendendo!

- Bem, só não quero ser injusta. - expliquei.

Ficamos olhando assustadas uma para a outra, levei a mão ao ventre e olhei minha barriga. Será que era possível? Será que carregava o filho do Christopher comigo, nosso filho?

- Meninas, vamos ter calma! - Marichelo pediu. - Tive cinco filhos e os sintomas de Dulce são muito parecidos com os de uma mulher grávida. Mas essas coisas enganam. Será necessário fazer exames para ter certeza.

Aos poucos a força dessa possibilidade foi me invadindo, aquilo era completamente inesperado! Há poucos meses, tinha passado por um acidente que quase tinha me tirado a vida e que me deixou sequelas, como aquela indesejada amnésia parcial.

Tinha despertado de um coma, descobrindo que o cara que seria meu irmão, era na verdade meu marido e o pior, sem ter lembrança alguma dele ou de nossa vida em comum.

Felizmente, graças à sua paciência e amor, refizemos nossa relação e voltei a me apaixonar por ele, mesmo que minha memória não tenha retornado, salvo algumas impressões.

E agora, surpreendentemente, me descubro grávida. Isto é, com uma enorme chance de estar grávida. Será verdade?
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Confessem, a Dulce foi lerda não é?
Qualquer adolescente hj em dia já sabe os sintomas.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora