Cap.147: O amor tudo sofre.

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Espero que tenham paciência para eu postar, não será com muita frequência.
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Pov.Chris

- Você não pode. - vovô esclareceu com simplicidade. - Mas você não pode fugir disso, tem que enfrentá-la, tem que ser honesto e se expor, não importando o resultado. Somente a verdade, somente sendo completamente sincero poderá ter alguma chance com Dulce.

- Eu tenho medo, medo de perdê-la.

- E é pra ter medo mesmo. É bom ter consciência de que ser verdadeiro não lhe dará garantias de perdão, você terá que estar preparado para qualquer decisão dela.

Ficamos calados por certo tempo, ambos pensativos.

- Você a ama? - perguntou-me de repente.

- Mais do que minha própria vida. - respondi imediatamente.

- Então, se a ama como diz, respeite-a. - declarou categórico. - Quando vier procurá-lo, respeite seus sentimentos, sua dor e tenha serenidade ao lidar com ela e aceitar o que decidir. - senti meus olhos úmidos, mas engoli a emoção, tudo o que eu não precisava agora era desabar na frente do meu avô.

- Sua avó e eu ficamos casados por 42 anos. E fomos muito felizes! Mas isso não significa que nos entendíamos o tempo todo. - relatou com um leve sorriso. - Nem sempre tínhamos a mesma opinião sobre um determinado assunto. Às vezes, poucas vezes, é verdade, tive que dormir no sofá. Mas sempre acabávamos juntos. E sabe por quê? Amor, Chris!

- Eu acredito vovô, de verdade! - falei coçando a barba por fazer. - Mas o tempo está passando e estou ficando maluco. Eu anseio tanto ver tudo isso resolvido, ter a Dulce de novo na minha vida, que tenho vontade de sair correndo e gritar até perder a voz!

- Ah! A impaciência da juventude! - exclamou balançando a cabeça. - Eu entendo, meu rapaz. Pode não parecer, mas já fui jovem, cheio do vigor e da paixão que o amor proporciona nessa idade. Venha, quero te mostrar uma coisa. - pediu, erguendo-se da cadeira. Surpreso, segui seu exemplo, levantando também.

Voltamos pra sala e paramos em frente a uma parede, onde ele apontou para um quadro pequeno e disse:

- Sua avó fez isso. Leia, por favor.

Aproximei-me para ver melhor. O quadro tinha uma moldura pequena e dourada. Por trás do vidro, um tecido com flores bordadas e, ao centro, lia-se a seguinte frase também bordada: O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, nunca falha.

Fiquei um tempo refletindo, enquanto vovô aguardava.

- Acredito, mas não é fácil. - murmurei.

- Ninguém disse que seria. - afirmou colocando as mãos no bolso da calça. - Mas enquanto existir amor e for recíproco, valerá a pena, cada segundo de sofrimento valerá apena.

- E quando o amor não é mais recíproco? - perguntei preocupado e o ouvi suspirar.

- Caso isso aconteça, presenteie o ser amado com a maior dádiva de todas.

- E qual seria? - perguntei franzindo a testa.

- Liberdade, Chris. - respondeu resignado. - Se você ama alguém que não corresponde mais ao seu amor, deixe-a livre, deixe-a ir. E não existirá maior prova de amor do que essa. Às vezes, mesmo quando o amor é pleno, ao ver tanta dor nos olhos da mulher que se ama, segurando as mãos dela entre as suas, mesmo sangrando por dentro, você pensa primeiro nela e aprende a dizer adeus, só para que ela finalmente descanse, só para que finalmente encontre alívio.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora