Cap.99: Preocupados.

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Olhava Dulce pálida e imóvel em meus braços e fazia força para controlar o pânico que ameaçava me dominar. Já estava pensando em pegar um táxi e levá-la ao hospital quando, aliviado, a ouvi gemer e piscar os olhos, confusa.

- O... o que aconteceu? - murmurou.

- Você desmaiou. - respondi baixinho. - Mas te segurei antes que caísse.

Ela me olhou sonolenta, parecia tão frágil em meus braços, tão diferente daquela Dulce decidida que tinha me enfrentado naquela manhã.

- Como você está se sentindo? Quer ir ao hospital?

- Estou melhorando, não preciso de hospital. Deve ter sido uma queda de pressão. Saí de casa sem tomar o café da manhã.

- Tem certeza? - perguntei inseguro.

- Tenho sim.

- Ai, Dul! - disse Anahí do meu lado. - Que susto você nos deu. Por favor, prometa nunca mais fazer isso de novo!

- Desculpe, farei o possível. - falou com a voz mais firme. - Já estou bem. Acho até que posso ficar de pé.

Devagar, coloquei seus pés no chão, mas continuei segurando-a pela cintura, com receio que pudesse cair novamente.

- Christopher, melhor levar ela pra casa e providenciar para que coma alguma coisa. Tem que se alimentar direito, menina! - Anahí aconselhou aborrecida.

- Pode deixar, vou cuidar dela. Você acha que consegue subir na moto?

- Sem problema. - respondeu, enfiando as alças da mochila nos ombros.

Entreguei-lhe o capacete e subi na moto. Logo depois, sentou na garupa.

- Obrigado por tudo, Anahí. - agradeci antes de colocar o capacete.

- Não foi nada. Juízo, vocês dois!

- Segure firme! - avisei Dulce e logo seus braços apertavam minha cintura.

Com um último aceno, partimos e fui rápido pra casa. No meu peito, uma mistura de emoções: preocupação com o bem-estar de Dulce, assustado com nossa discussão daquela manhã, magoado com suas acusações e culpado por não ter agido como ela esperava que fizesse diante dos presentes inconvenientes de Paola.

Assim que chegamos, guiei Dulce para a cozinha. Não deixei que ela fizesse nada, mesmo sob seus protestos de que já estava bem e podia preparar algo pra comer ela mesma.

Com gentileza, empurrei-a para que se sentasse à mesa, sem me importar com seu biquinho, o que me deu uma súbita vontade de rir. Depois, catei na geladeira coisas nutritivas e rápidas de fazer.

Sem falar que meus conhecimentos culinários eram quase nulos. Preparei um bom copo de leite com chocolate, pão com queijo e coloquei à sua frente.

- Coma! - falei, percebendo que ela apenas me olhava, sem fazer nenhum movimento.

Ela começou a comer devagar e de olhos baixos. Mas logo começou a dar boas mordidas no sanduíche revelando estar com apetite. Quando acabou de comer, perguntei se queria mais e, para minha alegria, respondeu gulosamente que sim.

Fiz outro sanduíche, que foi prontamente devorado. Agradeceu, dizendo estar satisfeita. Ficamos em silêncio, ambos sem saber o que dizer. Estendi os braços para pegar a louça e levar para a pia, mas ela interceptou meu movimento, segurando minhas mãos.

- Desculpa. - falou olhando em meus olhos. - Estou tão arrependida das coisas que disse, não sei o que deu em mim.

Respirei fundo, olhei seu rosto triste e ansioso e meu coração amoleceu. Nunca conseguia resistir àquele olhar. Seus olhos de mel me atravessavam como raios de luz.

- Tem ideia de como me assustou essa manhã? - perguntei, tocando seu rosto.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora