Capítulo 34 - Sexo ou amor?

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Percorro todo seu corpo com mais desejo e vontade. Minha língua anseia por descobrir cada parte milimétrica do seu corpo, deixando um caminho arrepiado por onde passa. Abro seu sutiã e me excito com a saborosa visão dos seus seios: bicos rosados e durinhos. Insaciavelmente, aproximo minha língua e dou continuidade ao seu prazer... Abocanho seu peito esquerdo e faço vagarosas carícias no outro.

Essa noite está perfeita, pois tenho você. Sinto que o mundo se deteve quando acariciei sua pele. Tive pressa para viver essa sensação, mas quero que ela seja vagarosa para acabar. Viver esse momento é tão crucial quanto respirar.  Não é apenas sexo, não é só desejo, não é só vontade, não é só um jogo de sedução... é diferente, desta vez é diferente, ela é diferente. 

Quanto tudo parecia perfeito, e minha felicidade finalmente parecia palpável para mim, ela catou suas peças de roupas espalhadas pela sala e partiu. Parecia estar na verdade fugindo da minha companhia, do momento, do prazer, do sentimento que nos conduzia para o ato, e pior, fugindo de mim.  

— Lívia, espera por favor... Desculpa se atropelei as coisas... — ela seguia seu trajeto para longe de mim sem dar ouvidos as minha suplicas para que ficasse. 

— Não Laura, me deixa sozinha por favor. Agora não é o momento para essa conversa... —  falou se perdendo do meu alcance de visão e batendo a porta.   

Eduarda

**

— Naquela noite dormimos separadas. Eu no sofá, ela na cama. Era o melhor a se fazer. Como continuar agindo normalmente se tudo estava desmoronando dentro de mim? O sentimento de culpa que me assombra desde a morte de Clara voltou a me tomar com mais força. Melissa é uma garota incrível, mas ficar ao seu lado me trás um peso que eu não sei se posso aguentar.   Olhei no relógio e notei que já era por volta de três da manhã. Eu sabia que ao amanhecer teria que ir trabalhar, mas meu sono resolveu me abandonar naquela noite.  

—  Eduardaaaaa! —  a voz estridente de Melissa soou distante. Me parecia vir do quarto. Era um tom quase que de suplica. Levantei-me do sofá e corri ao seu encontro. Ascendi a luz e notei que ela ainda dormia. Seria um pesadelo? Me aproximei para acorda-la. Incrivelmente, entre seus sonhos, era meu nome que ela chamava por vezes enquanto dormia.

 —  Melissa, acorda por favor... —  tentei desperta-la. Eu estava preocupada.  Ela abria pouco a pouco seu olhos. O suor pingava em sua testa. — calma, calma, seu pesadelo acabou.  Eu estou aqui com você. — tentei acalma-la tomando-a em meu braços.

 — Acho que não era um pesadelo, era só a realidade me perturbando em sonhos. —  ela disse com pesar.  — ao envolve-la em meus braços, senti a temperatura do seu corpo muito mais alta que o normal. Ela estava fervendo em febre.   

  — Por Deus Melissa, você está queimando em febre. —  afirmei ao por minha mão em sua testa. —  fica ai, vou pegar o termômetro.  —  Viu? Eu avisei que não era uma boa ideia sair na tempestade. Porque você não me ouve? — reclamei colocando o termômetro em baixo do seu braço.

38° de febre. — o medidor apontava. 

—  Minha cabeça está latejando... —  ela reclamou. 

—  É melhor irmos para o hospital... —  afirmei.

— Não, não quero. Amanhã eu já estarei bem.. É só um resfriado.  —  ela relutou. 

—  Se prefere assim, então vou fazer ao menos um chá. — eu me sentia preocupada ao extremo. Seus olhos estavam fundos e sem cor. Seus lábios profundamente ressecados. Seu corpo em chamas. 

Voltei até o quarto com uma aspirina nas mãos e um copo de chá quente. — vamos, tome! —  falei entregando-lhe nas mãos. 

— Eu não preciso de chá, eu só preciso que.... continue aqui... comigo... me abraçando e mandando para longe meus delírios e medos.  Pois ai, mesmo que me corpo esteja doente, minha alma estará em festa. 

— Como alguém consegue ser tão fofa mesmo com quase 40° de febre? —  sorri a envolvendo em meus braços, nos cobrindo com um cobertor. Ela tremia mais que o normal. O clima lá fora estava estável, mas pela forma que Melissa tremia, até parecia estar abaixo de 0°. Pouco-a-pouco tomou todo o líquido do copo. Reclamou do gosto amargo do chá, mas ainda sim o tomou.

Eu a abraçava cada vez mais forte. Era sufocante lhe olhar assim. Ela parecia tão sedenta por cuidados, tão desprotegida, tão vulneral.  Foi naquele momento que eu pude notar o quanto o mundo é perverso e rouba a inocência de pessoas tão incríveis. Ela não era a mulher segura que eu quase sempre enxerguei, no fundo era só uma menina que precisava ser cuidada. Abandonada tantas vezes, e marcada de forma tão dura por cada abandono. Um criança está sendo gerada dentro de seu ventre e apesar de toda a garra com a qual ela conduz essa gravidez, vejo em seus olhos o quanto está assustada com a ideia de ser mãe. Seus olhos estão fechados, mas sei que permanece acordada, assim como eu, em uma luta árdua dentro de seus próprios pensamentos.  

  

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2 - Colorindo uma vida de tons cinzasOù les histoires vivent. Découvrez maintenant